Relações esgarçando entre ciclistas e organizadores da Copa do Mundo de MTB? Em um primeiro movimento à ‘invasão’ do pódio pelos suíços Lars Forster e Nino Schurter para ocuparem o 4º e 5º lugar em Araxá, a reação oficial foi previsível: multa. Mas até onde irá essa queda de braço?

A forçada subida ao pódio de Nino Schurter e Lars Forster na premiação da primeira etapa da Copa do Mundo em Araxá – em forma de protesto à nova determinação da UCI/WBD-S que recoloca o limite de 3 competidores no pódio rendeu a cada um dos ciclistas uma multa de 800 Francos Suíços (aproximadamente R$ 5.440 ao câmbio de 8/04), uma ação previsível, mas que acende um alerta que os novos donos do mountain bike global serão rigorosos, mesmo com um nome que carrega uma boa parte da história atual e recordes da modalidade.
Após o comunicado que tornou público o descontentamento dos ciclistas que disputam a Copa do Mundo de XCO (e seguido também por pilotos do downhill) com o fim de uma tradição que se iniciou em 1994 (ou no quinto ano da disputa da Copa do Mundo) com uma patriotada dos australianos de levar 5 competidores ao pódio, a tensão no relacionamento entre competidores e organizadores da WHOOP UCI MTB World Series e a UCI deve aumentar e talvez leve à uma maior rigidez na cerimônia de premiação, afinal Schurter – 4º colocado – e Forster – 5º – se posicionaram numa lateral do pódio e no momento da premiação pularam a cerca e foram para suas posições ao lado de Blevins e Vidaurre, fazendo um pódio à moda criada em 1994 e que só é utilizada no XCO e no DH.

O responsável pela modalidade na WBD Sport, Simon Burney que também já havia trabalhado para a UCI quando esta era a organizadora do evento – tentou evitar a ação, mas talvez para não criar um mal-estar ainda maior ou por não usar de força física não conseguiu limitar o acesso ao pódio, e depois que estavam lá no alto as imagens foram para o mundo, apesar de um corte rápido na edição de imagens que eram transmitidas para todo o mundo.
Como justificativa desta nova determinação de eliminar os pódios com 5 ciclistas e voltar à montagem com 3, como ocorre em outras especialidades, os organizadores alegam que a determinação foi tomada pela Comissão de MTB da UCI, que inclui representantes de ciclistas e equipes, após “um processo exaustivo e transparente” e “são uma parte fundamental da nossa estratégia de longo prazo para o esporte”.