Mesmo após um período de preparação no velódromo de Maringá, a seleção brasileira de ciclismo de pista não viaja ao México para disputar o Campeonato Pan Americano da modalidade. Ressaca olímpica, falta de verbas? O fato é que os ciclistas brasileiros já deveriam estar começando sua preparação para Tokio2020; em compensação, estarão disputando o Brasileiro na pista de Maringá
Na última quinta-feira , 10 de outubro, começou em Aguascalientes no México a disputa de mais um Campeonato Pan-americano de pista reunindo boa parte da elite continental. A Confederação Brasileira de Ciclismo divulgou que a seleção brasileira, foi reunida em 19 de setembro para um training camp de 11 dias no velódromo de Maringá, aonde os ciclistas seriam avaliados para a formação da seleção que representaria o Brasil. Pelo release oficial publicado no site da CBC tinha-se a impressão de que, daquele grupo, seriam retiradas os melhores e enviados ao rápido velódromo mexicano para a disputa desta importante prova continental. Mas o que de fato aconteceu é que os ciclistas foram ficando por Maringá, o Pan começou, e eles um dia após o encerramento do máximo evento continental disputarão mais uma edição do Brasileiro de Pista que começa na segunda-feira dia 10 de outubro.
No site da CBC aparece a declaração do técnico da seleção Emerson Silva mostrando a importância do período de treinamentos: “É muito importante reunir o grupo com antecedência para avaliar individualmente cada atleta e com isso, podemos convocar a equipe final com mais tranquilidade, aprimorando as qualidades da seleção como um todo. Além disso, o intercâmbio e troca de experiências entre os mais jovens com os atletas mais maduros é muito valoroso não só visando a renovação da seleção em médio, longo prazo, como também para desenvolver outras habilidades da equipe, pensando em um resultado mais qualitativo na próxima competição, que será de altíssimo nível“, mas qual a competição de altíssimo nível que esses ciclistas disputarão? Não dá para comparar um brasileiro disputado no velódromo a céu aberto de Maringá com o velocíssimo velódromo na altitude de Aguascalientes, no México, aonde é muito comum serem estabelecidas novas marcas continentais e mundiais.
Não é por falta de bons nomes na pista que estamos fora do Pan Americano, a seleção poderia contar com Gideoni Monteiro que vinha de um 13º na omnium da Rio2016 , além disso estavam os integrantes do trio da velocidade Hugo Osteti, Flavio Cipriano e Kácio Freitas que no Pan de 2015, disputado no Chile, ganharam a medalha de bronze na velocidade por equipes, Kácio também conquistou um bronze no Keirin e Fernando Sikora que terminou em 5º nessa prova. Na lista de homens selecionáveis para a viagem ao México ainda estavam Rafael Pattero e o jovem Fábio Dalamaria.
Se em 2015 as ciclistas brasileiras já forma deixadas em casa pela CBC , não seria desta vez que elas seriam levadas ao Pan Americano em detrimento da seleção masculina. Para o período de preparação em Maringá foram convocadas Daniela Lionço, Gabriela Yumi prata no Keirin em 2012 , Ana Paula Casetta e como jovens valores Carolina Barbosa e Nicolle Borges 7ª colocada na prova por pontos no último mundial de pista da categoria juniores, disputado em Aigle na Suíça.
Aí fica no ar a pergunta: estágios no Centro Mundial de Ciclismo, em Aigle na Suíça, treinamentos em Maringá para nada? E o sentimento, a frustração de cada um desses esportistas? E o investimento pessoal, dos patrocinadores e do governo? Esses 12 ciclistas poderiam estar lutando por medalhas de grande valor para a busca de patrocinadores para a modalidade, para uma maior exposição de seus nomes, para buscar até um maior reconhecimento das autoridades que comandam o desporto olímpico brasileiro; porém estes são mantidos em “concentração” para o Brasileiro, um campeonato que mais uma vez ficará no anonimato. Não seria mais importante tentar beliscar um pódio no rápido velódromo de Aguascalientes?
Para correção: onde lê se Flávio sikora é correto Fernando sikora.
Ok, correção já realizada. obrigado