O ciclista da Katusha, Dani Moreno vence a etapa rainha. E na disputa na Astana para ver quem levava a camisa roxa quem ficou com ela foi Rein Taaramäe
Não faltaram emoções na etapa rainha da Vuelta a Burgos com chegada no alto, nas Lagunas de Neila. Uma etapa de alta montanha, muita disputa; com uma Astana poderossíssima e que não entregaria a classificação com facilidade, por outro lado um pelotão que tinha que arriscar tudo no último dia da competição.
O que se viu na estrada foi algo como tudo ou nada, a primeira fuga foi coisa pequena e rapidamente neutralizada. Muito depois formou-se “a fuga” com 13 ciclistas que corriam para estragar a festa da Astana.
Na fuga que chegou a colocar 4 minutos sobre o pelotão estavam Alexis Gougaerd/AG2R que ciscou muito em todas as etapas, o local Juan Carlos Riutort/Burgos BH, Javier Moreno/Movistar, Damiano Cunego/Nippo Vini Fantini, os colombianos Brayan Ramirez, Juan Pablo Valencia e Fabio Duarte vencedor da classificação de montanha, Giorgio Cecchinel/Southeast, Davide Malacarne, Matthieu Boulo/Bretagne Seché, Rudiger Selig/Katusha e Lluis Más/Caja Rural campeão das metas volantes e ainda Dani Moreno. Com um grupo como esses os homens da equipe cazaque não poderiam dar moleza, e foram à caça colocando um ritmo muito alto fazendo 48 km/h de média, ao poucos o grupo foi absorvido, o último a resistir foi Duarte que se rendeu a 13 km da chegada.
Após o premio de montanha do Alto de Collado, começaram as rusgas, com a Movistar com a ação de Marc Soler tentando desarticular o trabalho que a Astana fazia pelo seu jovem líder da classificação Miguel Angel López – Taaaramäe, Scarponi e Luiz León Sanchez como gregários.
O ataque seguinte veio do colombiano Winner Anacona/Movistar acompanhado por Egor Silin/Katusha, mas os gregários de luxo do garoto não cederam espaço e tinham a situação controlada. Dani Moreno foi o mais prejudicado nesse movimento, perdeu seus gregários um a um, ficando até sem Ángel Vicioso.
A 3 km da chegada eram apenas 8 os ciclistas que disputariam a escalada final. Os três melhores da classificação geral , os Astana, Rein Taaramäe, Michele Scarponi e Miguel Ángel López, acompanhados pelo jovem de 21 anos Pierre-Roger Latour/AG2R, David Belda/Burgos BH, Winner Anacona/Movistar rodando sem tanta consistência , Rodolfo Torres/Colombia e Dani Moreno/Katusha.
Os ataques derradeitos aconteceram a pouco mais de 1km da chegada, com Belda que não trazia preocupação à Astana, e depois com o jovem Latour que obrigou a Astana sair em defesa de suas posições. Porém a inclinação de 7,5 % cobrou um alto preço do jovem colombiano López que sofreu muito nesse último quilômetro, Dani Moreno fez a leitura correta do momento e atacou a escalada para buscar desestruturar a Astana.
A ação de Moreno funcionou abriu um buraco nos metros finais; o único ciclista da Astana que mostrou ter pernas foi Taaramäe que perdeu apenas 13 segundos para o vencedor da etapa. Um surpreendente Latour, o jovem francês a 17s .
Nesta etapa dura, não havia grandes opções para o brasileiro Rafael Andriato/Southeast, seu negócio são os sprints e numa etapa como essa não havia o que fazer, a não ser resistir e completar a prova. Terminou em 63º na etapa e encerrou a sua participação em Burgos na 37ª a 21m05 do vencedor da volta.
No final Moreno embaralhou a disputa interna da Astana pela camisa roxa de líder e quem seria o campeão da 32ª Vuelta a Burgos. Quem era líder terminou a 33 segundos. Taramäe que mais trabalhou saiu como campeão. A classificação geral é um registro fiel do que foi a última etapa: Taaramäe campeão, seguido por seu companheiro Scarponi que trabalhou para seus companheiros, Dani Moreno vencedor da etapa rainha em 3º, o jovem estreante da Astana López em 4º e mais uma jovem esperança francesa Pierre-Roger Latour.
Acabada a 32ª edição os organizadores pensam no futuro desta tradicional volta, aguardam a revisão de calendários para quem sabe, em 2017 torna-la integrante do calendário World Tour. Tradição e um bom histórico de vencedores não lhe faltam, apoio do Estado que desde a sua criação garante a sua realização também, mas até lá há muita coisa que o ciclismo precisa definir.
No link veja a chegada e entrevista com Dani Moreno e Rein Taaramäe: