Estados Unidos, Rússia, Itália e Grã Bretanha conquistaram as medalhas de ouro disputadas no terceiro dia dos Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista, no Velopark de Londres. No quadro de medalhas os britânicos assumiram a primeira posição com 6 medalhas, seguidos pelos alemães com 5. A russa Anastasiia Voinova conquista sua segunda medalha de ouro no Mundial de Londres ao vencer a prova dos 500m.
A primeira medalha de ouro do dia foi uma revalidação do título. A russa Anastasiia Voinova fez o melhor tempo nos 500 metros contra-relógio conquistando o bicampeonato consecutivo ao repetir o resultado do mundial de 2015 na França, além disso mostrou que aos 23 anos é uma das mais rápidas ciclistas da temporada, no primeiro dia do mundial já havia conquistado o ouro na prova da velocidade por equipes, em dupla com Daria Shmeleva, tornando-se o primeiro ciclista neste campeonato a conquistar duas medalhas de ouro. Wai Sze Lee de Hong Kong, ouro nos mundiais de Guangzhou em 2013, conquistou a medalha de prata, o bronze foi para a holandesa Elis Ligtlee.
Na Perseguição por Equipes feminina a disputa pelo pódio se deu sem as australianas, campeãs mundiais de 2015 que ficaram com a 6ª posição ao superarem o quarteto italiano. As britânicas, campeãs olímpicas em Londres/2012 e neozelandesas entraram na pista pela disputa da medalha de bronze. Comandadas por Laura Trott, as britânicas arrancaram com toda força e volta após volta fizeram os melhores tempos para finalizar com quase 4 segundos de vantagem sobre as neozelandesas.
Pela medalha de ouro houve uma disputa americana, entre canadenses e estadunidenses. Sarah Hammer, Catlin Kelly, Chloe Dygert, e Jennifer Valente foram em busca da primeira medalha de ouro para os Estados Unidos. Na fase classificatória o quarteto já havia quebrado o recorde nacional duas vezes; no confronto contra as canadenses fizeram uma largada muito forte. As duas equipes mantiveram-se relativamente perto ao longo dos primeiros 2.000 metros. A equipe liderada por Sarah Hammer e o peso de suas 9 medalhas de ouro em mundiais fizeram a diferença e no final a vantagem sobre as canadenses era de 2s723. Para Hammer foi a primeira medalha de ouro integrando um quarteto da perseguição por equipes. Há quem diga que o ouro no mundial pode apontar para um ressurgimento do ciclismo feminino nos Estados Unidos, e colocam o país como candidato ao ouro olímpico no Rio de Janeiro.
Aos 19 anos de idade, o italiano Filippo Ganna quebrou um jejum de 19 anos para os italianos que não conquistavam um ouro na pista desde o Mundial de Perth em 1997 com Silvio Martinello na Prova Por Pontos. Na perseguição individual o ultimo ouro italiano foi de Francesco Moser, em Monteroni 1976, em uma modalidade que o país carrega o peso de uma história como a de Fausto Coppi em 1947 e 1949 ou como os tricampeões da modalidade Guido Messina em 1954/55/56 e Leandro Faggin em 963/65/66,
Filippo fez o tempo de 4m16s141, terminando com 2s134 à frente do alemão, de 21 anos, Domenic Weinstein. O italiano fez um começou melhor rodando na frente nos 1.000 metros iniciais. Com 2000 metros inverteram-se as posições e o alemão dava sinais de que levaria o ouro, porém a 4 voltas do final o italiano reagiu e fez as últimas 4 voltas mais rápidas de toda a corrida, todas na casa de 15.400 enquando que Wais girava acima de 16 segundos.
A batalha pelo bronze se deu em uma disputa apertada entre dois ciclistas britânicos, Andrew Tennant e Owain Doull os dois também integrantes do quarteto da perseguição por equipes. Tennat ficou com o bronze por uma reduzida margem de 175 centésimos.
A última medalha do terceiro dia de competições foi entregue na disputa da prova por Pontos, a corrida foi uma das mais emocionantes e levantou a torcida com quatro ciclistas (Dibben-Grã Bretanha, Graff-Aústria, De Ketele-Bélgica e Thomas-França) disputando ferozmente os sprints finais. O francês Thomas caiu a 12 voltas do final. Levantou-se, montou na bicicleta e tentou retomar a corrida, ficando a 2 pontos da medalha de bronze. Em lágrimas após a corrida, Benjamim Thomas explicou que ele queria ganhar uma medalha para homenagear o ciclista Romain Guyot morto dias antes em um acidente de trânsito. Dibben e Graf terminaram empatados com 48 pontos, o critério de desempate é o último sprint e aí Dibben foi o melhor conquistando sua segunda medalha no Mundial, no dia anterior ele fez parte do quarteto que levou a prata na perseguição.
A sexta-feira também foram disputadas as provas de Scratch, Perseguição Individual e Eliminação que formam o programa do primeiro dia do Omnium, uma das mais complexas provas do ciclismo de pista, aonde regularidade e a constância ao longo de seis eventos de características diversas.
Na disputa grandes nomes do pelotão World Tour como Mark Cavendish, Elia Viviani, o campeão mundial defendendo o título Fernando Gaviria, o campeão olímpico Lasse Hansen, e também o brasileiro Gideoni Monteiro, lutando por uma vaga para os Jogos Olimpicos, na pista são 20 ciclistas disputando as seis provas do programa.
O Scratch teve a vitória do francês Thomas Boudat, campeão mundial em 2014 que abriu uma fuga com Artyom Zakharov a 9 voltas do final para cruzar com certa folga sobre o terceiro colocado, o italiano Elia Viviani, o brasileiro Gideoni Monteiro cruzou na 17ª posição
A perseguição individual é a segunda prova do programa, e aí o colombiano Gaviria jogou com toda sua força para fazer o melhor tempo. Na prova de eliminação mais uma vez Gaviria mostrou que foi a Londres em busca do ouro, liderou a corrida e ainda em mais uma chegada deu na cabeça de Mark Cavendish, desta vez em sua casa, no Velopark.A disputa da Eliminação foi brevemente neutralizada após uma queda do holandes Tim Veld que também levou o brasileiro Gideoni Monteiro ao chão, a dupla conseguiu remontar e voltar a disputa.
No sábado acontece o encerramento do Omnium masculino com a disputa do Km contra-relógio, Volta Lançada e da Prova Por Pontos e também da prova de velocidade 200m. No feminino é o primeiro dia de disputas do Omnium e a disputa da final do Scratch.
Velocidade Feminina– 500 m (2 voltas)
1- Anastasiia Voinova/Rússia – 32s959/54.613 km/h
2- Wai Sze Lee/Hong Kong – 33s736/53.355 km/h
3- Elis Ligtlee/Holanda – 33s760/53.317 km/h
Perseguição por Equipes Feminino 4x4000m
1- Estados Unidos – Sarah Hammer, Kelly Catlin, Chloe Dygert, Jennifer Valente – 4m16s802/56.074 km/h
2- Canadá- Allison Beveridge, Jasmin Glaesser, Kirsti Lay, Georgia Simmerling – 4m19s525/55.485 km/h
3- Grã Bretanha – Laura Trott, Elinor Barker, Criara Horne, Joanna Rowsell-Shand – 4m16s540/56.131 km/h
4- Nova Zelândia – Lauren Ellis, Rushlee Buchanan, Jaime Nielsen, Racquel Sheath – 4m20s225/55.336 km/h
Perseguição Individual Masculino – 4.000m
1- Filippo Ganna/Itália – 4m16s141/56.219 km/h
2- Domenic Weinstein/Alemanha – 4m18s275/55.754 km/h
3- Andrew Tennant/Grã Bretanha – 4m18s301/55.748km/h
4- Owain Doull/Grã Bretanha – 4m18s476/55.711 km/h
Prova por Pontos – 160 voltas/40 km com 16 sprints
45m50s / 52.363 km/h
1- Jonathan Dibben/Inglaterra – 48 pontos
2- Andreas Graff/Aústria – 48 pontos
3- Kenny De Ketele/Bélgica – 43 pontos
Omnium
Scratch – 60 voltas/15km – 17m17s/52.046 km/h
1- Thomas Boudat/França
2- Artyom Zakharov/Cazaquistão
3- Elia Viviani/Itália
4- Roger Kluge/Alemanha
5- Glenn O’Shea/Austrália
17- Gideoni Monteiro/Brasil
Perseguição Individual – 4000 m
1- Fernando Gaviria/Colômbia – 4m19s000/55.598 km/h
2- Lasse Hansen/Dinamarca – 4m19s866/55.413 km/h
3- Elia Viviani/Itália – 4m20s731/55.305 km/h
4- Tim Veldt/Holanda – 4m21s793/55.005 km/h
5- Aaron Gate/Nova Zelândia – 4m22s156/54.929 km/h
18- Gideoni Monteiro/Brasil 4m30s285/53.277 km/h
Eliminação – 48 voltas
1- Fernando Gaviria/Colômbia
2- Mark Cavendish/Grã Bretanha
3- Roger Kluge/Alemanha
4- Tim Veldt/Holanda
5- Thomas Boudat/França
10- Gideoni Monteiro/Brasil
Classificação após 3 provas
1- Elia Viviani/Itália – 104 pontos
2- Fernando Gaviria/Colômbia – 102
3- Thomas Boudat/França – 98
4- Roger Kluge/Alemanha – 96
5- Artyom Zakharov/Cazaquistão – 92
16- Gideoni Monteiro/Brasil – 38