As provas da Copa do Mundo de cross-country olímpico da categoria Sub23 (XCO) em Nove Mesto, foram disputadas no último sábado (25/5) e no topo do pódio foram foram uma repetição dos resultados da sexta-feira. A canadense Isabella Holmgren dominou a prova das garotas desde o início, enquanto Riley Amos, fez um duelo intenso com Luca Martin, mas um erro do francês na terceira volta, abriu o caminho para mais uma vitória do estadunidense. E o brasileiro Alex Malacarne chega em 5º mostrando seu bom momento nesta temporada
A fase europeia da Copa do Mundo XCO na categoria Sub23 feminina está revelando uma nova competidora na disputa pelo posto de dominadora: a canadense Isabella Holmgren de 19 anos campeã mundial junior de XCO’2023 e integrante da equipe de ciclismo de estrada, correndo no pelotão World Tour pela Lidl-Trek.
Na sexta-feira na disputa do XCC da Sub23, em uma prova mais explosiva havia mostrado seu potencial, no circuito de mountain bike olímpico, maior, mais técnico e exigente foi além e após a suíça Elina Benoit assumir a ponta, atacou aproximadamente quando chegou à metade da volta de abertura, e despachou o pelotão na descida. O pelotão até tentou acompanha-la, enquanto Holmgren lutava contra a subida íngreme e cheia de raízes, o que exigia força e atenção, porém ao chegar na descida ela ampliava ainda mais a a liderança. O percurso com suas descidas técnicas ou subidas desgastantes, oferecia poucas chances de recuperação fora da reta final plana.
Apesar de toda a chuva que caiu na sexta-feira, a agua ou evaporou ou foi sendo drenada pelo solo, deixando a pista em condições quase perfeitas para a corrida de cross-country; Holmgren parecia imparável em sua primeira volta no circuito, na volta de largada, abriu cinco segundos sobre Benoit, nove sobre Olivia Onesti e Kira Böhm – líder da classificação geral e vencedora das etapas de Mairiporã e Araxá; e 15 segundos sobre Madigan Munroe em quinto.
HOLMGREN, A SURPREENDENTE ESTREANTE DA SUB23
Na primeira volta no circuito completo – Holmgren desaparecia na liderança e forçava o ritmo no trecho do estradão. Um grupo de quatro ciclistas, com Benoit, Böhn, Ana Santos e liderado por Munro, fez o possível para manter contato, mas não conseguiam encurtar a diferença, a canadense era mais veloz e abria 1 minuto de vantagem.
A intensidade imposta por Holmgrem e a tentativa de alcança-la provocou estragos, na terceira volta Munro estava isolada em seu trabalho de perseguição; Olivia Onesti chegava à terceira posição, mas não conseguia descontar os 10 segundos que a estadunidense tinha à sua frente.
No pelotão muito sofrimento, e as raízes no trecho de subida na floresta estavam castigando as ciclistas, provocando alguns abandonos. Com Holmgren, Munro e Onesti, cada uma fazendo isoladamente a sua corrida, restava ao grupo sobreviver e disputar uma melhor colocação.
Holmgren era de longe a mais forte, na última volta, a sua vantagem era de quase dois minutos, com diferenças ainda maiores para 4ª colocada, a sua compatriota Emily Johnston.
O cansaço apareceu nas seções mais técnicas, mas Holmgren sofreu menos que outras, para vencer com mais de 2 minutos de vantagem sobre Munro e 2m24 sobre Onesti.
A brasileira Giuliana Morgen, saiu do fundo do pelotão ao final da primeira volta e foi crescendo ao longo da prova, para terminar na 19ª colocação.
Isabella Holmgren está escrevendo sua história, e sua vitória no XCO é das mais impressionantes da história recente, porém, por mais fácil possa parecer, a canadense acusou o desgaste da prova: “Foi definitivamente muito difícil. Larguei na primeira linha, o que foi muito bom e útil porque houve muitas quedas atrás de mim. Tentei ficar longe de problemas e fazer minha própria corrida. As raízes estavam escorregadias, então eu estava tomando muito cuidado nas descidas e dando tudo de mim nas subidas”.
Na classificação geral Munro Lidera com 402 pontos, seguida por Emily Jhonston com 323 e por Madinga Munro com 313; Giuliana Morgen está no 8º lugar com 182 pontos – todas fizeram as três etapas, Isabella com seu final de semana perfeito, em apenas uma etapa entra na CG em 11º e com a pontuação máxima (XCC+XCO) de 165 pontos.
100% AMOS – 3 ETAPAS VENCEU TUDO NO XCC E NO XCO DA SUB23
Líder da classificação geral da categoria Sub23, o ‘dominador’ Riley Amos buscou o comando da prova desde a largada, teve a tranquilidade necessária para evitar problemas e de segundo em segundo em cada volta construir mais uma vitória.
Amos seguido por Luca Martin, foram os mais rápidos na largada e com isso entraram no trecho de floresta com pista livre à sua frente. O brasileiro Alex Malacarne e o suíço Dario Lillo também fizeram largadas fortes, garantindo um bom posicionamento.
Nos primeiros trechos de subida um bloco compacto com 160 ciclistas, manteve-se unido por pouco tempo, assim que empinou um pouco mais e no trecho de raízes começaram as quedas, mas Riley Amos não estava disposto a esperar ou dar espaço para adversários. Na segunda subida técnica o estadunidense já tomava a dianteira e ao concluir a primeira volta ele liderava e era perseguido por um grupo de 6 ciclistas – Yannis Musi, Dario Lillo, Luca Martin, Bjorn Riley, Oliver Vederso e Malacarne
Riley não cedia terreno e mantinha a pressão e atrás tentavam acompanhar; como consequência o pelotão começou a se despedaçar. Os francês Yannis Musy e o suíço Dario Lillo tentaram resistir, uma tarefa desgastante. À dupla se juntou Marin e pouco antes de entrarem no trecho técnico da floresta já estavam na roda de Amos.
Um erro no trecho técnico das raízes fez com que Amos fosse obrigado a desmontar, cedendo primeiro lugar para Martin com Luke Wiedmann em terceiro. Amos manteve-se perto da roda de Martin, enquanto Wiedmann e Bjorn Riley se juntaram formando o quarteto de ponteiros.
Amos retomou a liderança na subida seguinte, mas lutou para manter o ímpeto e cometeu outros dois erros, com Lillo fazendo oscilando entre a 4ª e 5ª posição.
Na segunda volta Wiedmann assumiu o comando, enquanto Amos marcava presença sem concessões. Ao final da segunda volta, Amos e Martin pareciam os mais fortes do dia, a dupla havia conseguido abrir uma vantagem de 4 segundos sobre Wiedmann , mas ele se recuperou e voltou a rodar com a dupla.
Na segunda passagem pela íngreme e enraizada subida, foi a vez de Martin e Wiedmann enfrentarem problemas, ao sinal de fraqueza dos perseguidores, Amos olhou um pouco para trás e pôs força nos pedais. Wiedmann foi o maior prejudicado, ao final da volta estava a 25 segundos do líder, enquanto Martin, conseguiu retomar e se manter a poucos metros de Amos.
O estadunidense, começava a colocar seu plano de ataque na metade da prova, quando passou a aumentar o rimto, levando a sua vatangem sobre Marin para a casa dos 15 segundos, enquanto Wiedmann perdia sua posição para Bjorn Riley e tinha que passar a se preocupar com Malacarne que se aproximava perigosamente.
Ao abrir a última volta Amos estava com quinze segundos de vantagem, ganhando confiança e parecendo cada vez mais confortável. No final, ele teve tempo de contar nos dedos as seis vitórias da temporada – somando as provas de XCC e XCO. Martin ficou em segundo lugar, a 17 segundos e Riley chegou a 34s. Apesar de muito próximo de Wiedmann, o brasileiro não conseguiu encostar no suíço, terminando na 5ª posição
Para Amos Riley, o percurso apresentou tantas dificuldades quanto as impostas por seus adversários: “ Hoje estava entre lamacento e seco, que para mim são as condições mais desafiadoras. Estava muito escorregadio lá fora. Muitas das raízes surgiram no fim de semana ”.
O líder da CG da Sub23 também admitiu os erros e disse que teve dificuldade em encontrar o ritmo ao longo da corrida: “ Estava rodando bem em alguns trechos e no seguinte cometia erros e devolvia a liderança ao Luca. Estávamos indo e voltando até que ele cometeu um erro, o que foi suficiente para que eu pudesse fugir. Eu apenas tentei me manter e ficar limpo até o fim. E funcionou”.
Amos Riley lidera com folga a classificação geral – após 3 etapas soma 495 pontos, contra 323 de seu compatriota de companheiro de equipe Bjorn Riley, o terceiro é o suíço Finn Treudler com 282; Alex Malacarne ocupa o 6º lugar com 256 pontos – mesma pontuação de Wiedmann que ocupa o 5º lugar.
Whoop UCI MTB World Series – Copa do Mundo de Mountain Bike – Nové Mesto na Morave/Tchéquia –
XCO– Cross Country Olímpico
Sub23 Feminina – 1 volta 3.65 km + 5 voltas x circuito de 3.8 km – 22.65 km– 75 competidoras de 20 países
1- Isabella Holmgren 🇨🇦– 1h15m54s – vel. media 17.904 km/h
2- Madigan Munro 🇺🇸 – Trek Factory Racing-Pirelli +2m03s
3- Olivia Onesti 🇫🇷 – Trinx Factory Team +2m24s
4- Emily Johnston 🇨🇦– Trek Future Racing – can +3m03s
5- Ana Santos 🇵🇹 +3m30s
19- Giuliana Morgen 🇧🇷– Trek Future Racing +7m04s
Sub23 Masculina – 1 volta 3.65 km + 6 voltas x circuito de 3.8 km – 26.45 km– 156 competidores de 30 países
1- Riley Amos 🇺🇸– Trek Factory Racing-Pirelli – 1h14m31s – vel. media 21.296 km/h
2- Luca Martin 🇫🇷 – Orbea Factory Team +17s
3- Bjorn Riley 🇺🇸– Trek Future Racing +34s
4- Luke Wiedmann 🇨🇭 – Thömus Maxon +52s
5- Alex Malacarne 🇧🇷 – Trinity Racing MTB – +56s