Uma bicicleta elegante, sóbria e leve, muito leve e de visual clássico que não será vista no pelotão profissional por quebrar regras de pesos mínimos impostas pela UCI. A Specialized Aethos aponta ao amador de performance, ao participante de granfondos e aqueles que podem sonhar alto – seja pelo que ela oferece, como pelo seu preço
Apresentada como uma provocação à UCI e ao mercado com a ousadia de colocar na estrada um quadro de 585 gramas e uma bicicleta de 5.9 kgs completa com freios a disco isso é um pouco da S-Works Aethos.
Como proposta principal busca entregar o maior prazer ao pedalar, transportando toda a experiência do mundo das competições acumulada ao longo dos quase 50 anos dedicados ao desenvolvimento de bicicletas para o prazer do amador de alto desempenho e entregando um modelo de alta qualidade, ultraleve, projetado para garantir pedaladas eficientes e um quadro onde se destaca o equilíbrio da sua rigidez que podem se traduzir em melhor desempenho.
“Foi difícil para a maior parte da equipe pensar numa bike de estrada de alta performance cujo foco não era competitivo. Tínhamos receio que este projeto fosse encontrar resistência interna ou mesmo ser cancelado, pelo que trabalhamos em segredo durante quase um ano. Ninguém soube deste projeto até que o design foi realizado e produzimos os primeiros quadros”, declarou Stewart Thompson – Líder das categorias Road + Gravel da Specialized Bicycles Components.
Para levar adiante o projeto os engenheiros utilizaram bilhões de simulações em supercomputadores, alterando, de forma sutil o formato dos tubos, deixando-os mais cônicos nas as regiões que sofrem maior tensão, buscando o equilíbrio entre rigidez, peso sem a necessidade da aplicação de maiores camadas de fibra de carbono. Aethos é anunciada como tendo uma relação peso / rigidez extremamente eficiente.
Para chegar a esse peso, no desenvolvimento do projeto foram evitadas as sobreposições de fibras como reforço para aumentar a rigidez, em sua construção é utilizado o carbono FACT12r . Isso só foi possível com ajustes nas formas do quadro. Todo esse trabalho foi desenvolvido e testado em 100 mil protótipos virtuais e isso exigiu o aluguel de um supercomputador para que suas reações fossem testadas.
Esses estudos, possibilitaram a redução no ‘acumulo’ ou sobreposição de carbono – em relação à Tarmac SL6 a redução é de 11%. Segundo a marca californiana, na Aethos não existe nada em excesso, somente mais estabilidade e integridade.
Segundo o alemão Peter Denk, Chefe de Desenvolvimento da Aethos “O primeiro quadro tinha 545 gr. Quando o colocamos no robô de testes o quadro se comportou maravilhosamente – super estável. Apenas adicionamos 10 gramas e poderíamos testá-lo no mundo real. Foi nesse momento que entendemos que tínhamos algo enorme diante de nós”.
No final de processo se chegou a um quadro de estradeira para ser montado com freios a disco que resulta em um conjunto de 5,9 kg e que pode ser pedalada por uma pessoa com todos os equipamentos de ciclista de até 109 kgs. A fábrica comemora isso e lança suas provocações à UCI por estar muito por debaixo do peso limite autorizado para a disputa de competições de ciclismo.
A ‘proibidona’ vem montada com pneus 700x26mm porém seu quadro foi projetado para possibilitar a montagem de pneus de até 32mm com rodas de 21 mm e um espaço livre de 4mm ao redor dos pneus. Com uma medida dessas e seguindo a sugestão de uma das fotos de sua divulgação, é também para gravelizar e ousar por estradinhas de terra.
Uma S-works Aethos completa equipada com transmissão SRAM eTap tirada da caixa pesa 6,26 kg com a pintura Carbon/Chameleon Red Gold.
Resta saber se a Aethos provocará no consumidor o mesmo fetiche que a marca quer propagar, e se os usuários se identificarão com um modelo peso leve, de preço elevado mas que não estará no pelotão e que ele não poderá usar em campeonatos oficiais.
Para competições a Specialized entrega às suas equipes patrocinadas a Tarmac SL7 que atende as exigências de peso mínimo da UCI de 6.8 kg e que tem como estandarte o grande desenvolvimento aerodinâmico. A nova Aethos tem um quê de déjà- vu – não é aerodinâmica e remete a uma clássica – apesar disso sua geometria foi herdada da Tarmac SL7 . O alvo é o público de granfondos e provas não oficiais e claro de alto poder aquisitivo. Mas apesar de proibida em sua configuração mais leve, como muitos eventos para amadores ao redor do mundo requerem a utilização de bicicletas aprovadas pela UCI, estas regras também ditam que estas bicicletas aprovadas devem possuir uma etiqueta em localização evidente permanentemente aderida ao quadro, assim o quadro carrega o selinho da UCI – parece contraditório, mas é assim mesmo.
Além do quadro, a Specialized montou na Aethos as rodas Alpinist com peso de 1.248 gramas, um novo kir de guidão e avanço Alpinist, desenvolvidos especificamente para esse modelo.
A marca foi além e criou uma edição especial – a Founder’s Edition com uma série de apenas 300 bicicletas para serem distribuídas no mundo todo. Ela vem equipada com Shimano Di2, kit de guidão e avanço Alpinist e movimento central e roldanas do câmbio trasiero da Ceramic Speed.
No mercado brasileiro o primeiro modelo a ser comercializado será a Aesthos S-Works equipada com Sram Red ETap AXS, com quadro e garfo em carbono FACT 12r, canote Roval Alpinist, guidão S-Works de carbono, relação SRAM Red eTap AXS, rodas Roval Alpinist CLX e selim S-Works Power. Peso: 6.26kg ao preço de R$ 102.999 . Se a opção for por uma montagem personalizada, e que pode reduzir ainda mais o peso, só o quadro Aehtos custa R$43.999
TAMANHOS (cm) PESOS (g)
49cm/ 550g
52cm/ 565g
54 cm/ 575g
56 cm/ 585g
58 cm/ 623g
61 cm/ 643g
*peso médio para a cor Satin Carbon/Jetfuel