435 mil novos postos de trabalho poderiam ser gerados se 56 grandes cidades da Europa tivessem o mesmo envolvimento que Copenhague, na Dinamarca, tem com a bicicleta, é o que aponta relatório – Pedalando em Direção da Economia Verde – elaborado recentemente pela ONU
Cada vez mais o mundo está caindo na real: a bicicleta gera empregos e faz bem e não apenas para a saúde física, mas para a saúde econômica também. Graças ao maior volume de pesquisas e novos dados que estão sendo publicados sobre os benefícios econômicos que o ciclismo, ou a bicicleta, promovem; o nosso querido ato de pedalar é um ponto alto para promover a mudança para a economia verde, um dos principais objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O relatório mais recente – Pedalando em Direção da Economia Verde – foi publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em parceira com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) analisou os empregos ligados ao ciclismo nas 56 principais cidades da região pan-europeia, compreendendo a Europa e os Estados membros da CEI do Cáucaso e Ásia Central – também conhecida por Comunidade Russa. E para entender um pouco a questão, por lá a atividade como um todo é denominada ciclismo, ou seja os benefícios são da atividade e não apenas do veículo bicicleta.
Os pesquisadores chegaram a informações que apontam que o ciclismo gera empregos nas mais diversas áreas, desde o projeto à construção da bicicleta, passando pela comercialização, seja no atacado e varejo e depois nos serviços diretos como reparos e manutenção; com oo turismo e serviços como os de bike-couriers e entregas e o aluguel de bicicletas. As estimativas dos pesquisadores foram baseadas em dados coletados em 37 cidades da comunidade pan-europeia utilizando uma abordagem padrão.
Além de calcular o número de empregos que poderiam ser criados, o relatório revela outros dados importantes e que para muitos podem parecer óbvios mas que é importante pontuá-los para dar a verdadeira dimensão da atividade
- Investir no ciclismo aumenta o número de empregos relacionados diretamente à atividade;
- Mais ciclismo, ou mais bicicletas na rua criam novos tipos de empregos;
- As autoridades públicas desempenham um papel importante na criação de empregos verdes relacionados ao ciclismo/utilização da bicicleta
Na Europa uma das entidades mais atuantes quando se trata de trabalho político para a utilização da bicicleta é a ECF – Federação Europeia de Ciclistas – que vem trabalhando de forma muito ativa buscando a integração da bicicleta em sistemas de transporte urbanos mais amplos, também desenvolve o monitoramento da atividade ciclística para decisões futuras e buscando colocar para o mundo como o ciclismo pode contribuir para o desenvolvimento do turismo.
Segundo o estudo da ONU atender às necessidades de acessibilidade de uma população urbana em constante crescimento apresenta às cidades europeias (e ao mundo em geral) importantes desafios relacionados às emissões de poluentes atmosféricos, emissões de CO² e ruído, bem como ao consumo e congestionamento da terra, que por sua vez afetam a qualidade da vida urbana e a atratividade e competitividade das cidades. Como parte da resposta política a estas questões, um número crescente de cidades em toda a região pan-europeia começa a considerar os deslocamentos em bicicleta como um meio para enfrentar os desafios múltiplos e complexos. Embora os benefícios do ciclismo para a saúde e o meio ambiente tenham sido claramente demonstrados, há necessidade de mais pesquisas sobre as implicações econômicas da promoção do ciclismo, particularmente no que diz respeito ao potencial de criação de empregos. Preencher essa lacuna de conhecimento seria muito importante,
O setor de transportes, que em todos os países é um dos maiores atores econômicos, pode desempenhar um papel importante na promoção desta transição, particularmente no ambiente urbano, e o ciclismo tem importância relevante nesse processo de mudanças. O novo relatório, com o seu foco nas cidades, vai de encontro a um outro estudo da ECF denominado “Ciclo de trabalho: empregos e Criação de Empregos na Economia do ciclismo Europeu” que revela dados importantes como a informação de que 650 mil empregos estão ligados ao ciclismo na UE como um todo e que mais 400 mil novos postos de trabalho poderiam ser criados se a quota modal do ciclismo duplicasse.