Foram dois anos de consultas e negociações com todos os envolvidos no esporte sobre as reformas no ciclismo profissional . Na última terça-feira (22/09) à margem dos campeonatos Mundiais de estrada, aconteceu em Richmond a reunião da UCI e seu Conselho de Administração, aonde foram apresentadas algumas novidades que serão adotadas à partir de 2017, a maior delas talvez seja a duração das licenças World Tour que passa a ser de três anos, o que seria um grande atrativo para patrocinadores e um ranking universal nos moldes antigos
Ao que parece sairam das discussões as reformas do ciclismo profissional . Após longas e acaloradas discussões a Comissão de Gestão da UCI aprovou os princípios fundamentais que conduzirão o ciclismo profissional de estrada a partir de 2017.
A discussão é anterior à eleição de Brian Cookson em 2013, mas foi com ele que levantou a bandeira em sua campanha e levou adiante a proposta, segundo o presidente da entidade máxima do ciclismo”Com a implementação destas reformas fundamentais, a UCI está enviando um forte sinal para os fãs de ciclismo, os meios de comunicação e os parceiros comerciais sobre as melhorias contínuas na governança e as estruturas organizativas de nosso esporte. Este é um momento importante para o ciclismo profissional e um outro grande passo adiante, enquanto continuamos a restaurar a confiança e credibilidade”.
O primeiro ponto das reformas trata sobre a concessão de licenças World Tour. Ficou definido que o pelotão terá um máximo de 18 equipes para as temporadas 2017 a 2019. As licenças como já vinha acontecendo, serão concedidas após uma analise de critérios financeiros, desportivos, administrativos, organizacionais e éticos, mas como o prazo de duração destas será de três anos espera-se que seja um atrativo para patrocinadores e investidores no esporte.
Uma regra que deveria ser adotada de imediato, só entrará em vigor em 2017 é a da adesão das equipes a protocolos antidoping obrigatórios. Que nada mais é que uma serie de encargos com 10 regras que tem por objetivo assegurar que todos os ciclistas estão sob controle e supervisão. A questão é um tanto vaga e se há intensão de demonstrar seriedade bem que poderia começar a ser adotada já em 2016, mas a UCi disse que o sistema já foi testado em 2014 e na atual temporada em algumas equipes e será utilizado no próximo, antes de se tornar condição obrigatória para a concessão da licença a partir de 2017, até lá teremos um ano com duvidas pairando no ar.
Nisso tudo ao menos uma boa sinalização, este conhecimento e experiência serão utilizados também para a implementação de um conjunto adequado de critérios organizacionais para as equipes abaixo do WT em 2018, ou seja equipes ProContinental e Continental terão controles mais rígidos.
O calendário World Tour passará por um filtro. Mas sem grandes mudanças, seria muito complicado retirar mais alguma prova histórica do calendário, assim as regras atuais serão mantidas. Tudo caminha para que sejam colocadas algumas novas corridas para atender os grandes acordos comerciais feitos por organizadores de eventos (ASO e RCS) com alguns países do Oriente Médio e talvez alguma corrida na América do Norte. Os organizadores terão de atender alguns padrões organizacionais (e lá vem mais um novo caderno de encargos), a proposta é que este calendário tenha as melhores e mais bem estruturadas corridas dando continuidade ao discurso da globalização do esporte.
A medida mais importante talvez seja quanto a adoção de um ranking universal, aquela confusão que se viu desde os tempos do ProTour até hoje deve acabar, e o que se faz é dar uma olhada no passado e facilitar as coisas. Haverá um ranking universal aonde estarão listados todos os eventos até a terceira divisão, ou seja o ranking começa com o pelotão World Tour, passa pelo ProContinental e termina com o Continental. O Ranking por Nações também será universal com base nas classificações individuais dos oito melhores ciclistas de cada país, já o ranking UCI de Equipes será baseado em apenas eventos WT, enquanto os rankings das equipes da segunda divisão (ProContinental) será baseada no UCI World Tour e em eventos da segunda divisão. Há indicações de que a UCI criaria rankings individuais para o melhor escalador, melhor velocista, melhor ciclista em provas de um dia e melhor ciclista em provas de etapa. Apesar da boa notícia os detalhes da reforma do ranking ainda serão apresentados, segundo a UCI, antes da temporada de 2016.
Apesar dessa indicação de mudanças nada foi divulgado sobre questionamentos apresentados por alguns donos de equipes quanto a relações com organizadores corridas, cotas por direitos de imagem, temas que tem relação direta com a vida e a gestão das equipes profissionais.