PRESSÃO FRANCESA LEVA CÂMERAS TÉRMICAS AO TOUR DE FRANCE

Afinal qual o melhor método para a detecção da fraude tecnológica? Os tablets de ressonância magnética da UCI ou as câmeras térmicas usadas por jornalistas para revelar que o sistema de detecção e os controles oficiais não eram tão infalíveis?  A pressão francesa veio por todos os lados – mídia, ASO e o Estado e assim já no próximo Tour de France que começa no próximo sábado 2 de julho, em Mont Saint Michel, as câmeras térmicas farão sua estreia oficial para controlar possíveis trapaceiros

O uso das câmeras térmicas poderá decretar o fim das trapaças?

A oficialização do uso das câmeras térmicas poderá decretar o fim das suspeitas sobre o uso de motores ou eletro-imãs para garantir mais força aos trapaceiros do pelotão?

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda feira, 27/06,  em Paris no Ministério de Esportes e com a presença do secretário de Estado para o Ensino Superior e Pesquisa, Thierry Mandon;  do ministro do Esporte Thierry Braillard; do presidente da UCI, Brian Cookson; do presidente da UEC (União Europeia de ciclismo) David Lapartient e do diretor geral do Tour, Christian Prudhomme foi oficializada a utilização, já a partir do próximo sábado na largada do 103º Tour de France, das câmeras térmicas para o controle da fraude tecnológica, a ação envolve até tecnologia usada pelo exercito francês.

A ação, talvez meio a contragosto do corpo técnico da UCI que sempre declarou que os seus tablets que adotam o sistema de ressonância magnética eram o melhor sistema, os motorzinhos e eletro-imãs ao menos no Tour de France estarão fora de uso.

A pressão exercida pelas investigações do programa Stade 2 da France Télévisions e as matérias do jornal Corrieri della Sera surtiram um efeito muito positivo e tornaram, para os franceses, a detecção dos motores ou eletro-imãs uma questão de Estado. Nas últimas semanas a pressão sobre a UCI e Cookson foi grande, e a entidade máxima do ciclismo cedeu à força do Estado francês, de Lappartient presidente da Federação Francesa e Europeia e da ASO.

“A França liderou a luta contra a dopagem com Marie-George Buffet e Jean-François Lamour ao criar uma autoridade reguladora, eu pensei que deveríamos manter a liderança no que se refere à fraude tecnológica” justifica Thierry Braillard, secretário de Estado para o Esporte.

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Os franceses estavam preocupados que mais algum escândalo manchasse a sua festa, a máquina do turismo, do esporte e do controle antidopagem deveria mostrar que é forte e que não tolera a trapaça. “Após a minha solicitação, Thierry Mandon colocou à nossa disposição os melhores centros de pesquisa para nos indicar os melhores meios para lutar contra essa epidemia. Este problema é pior que o doping. O que está em jogo é o futuro do ciclismo”, declarou Thierry Braillard.

Além dos tablets da UCI e da câmera térmica, de definição superior à utilizada pelos jornalistas na produção da sua matéria investigativa  e que será transportada em motos, um terceiro dispositivo de detecção térmica desenvolvido pelo Comissariado de Energia Atômica (CEA) e usado pelo exercito francês e que poderá estar em mãos de um operador sobre uma moto ou montado na estrada também estará em uso durante o Tour. A pedido do governo francês esta pequena joia com valor estimado em 200 mil euros (uns 800 mil reais) poderá ser o ponto final às tantas duvidas lançadas sobre o esporte . Segundo Vincent Berger, diretor do CEA essa nova câmera avalia as diferentes densidades dos materiais em função de suas propriedades térmicas.

Durante a apresentação do novo dispositivo, Christian Prudhomme, diretor do Tour declarou: “Queremos preservar a alma do Tour”, melhor prevenir do que ter mais um escândalo colocando em risco a modalidade e todos os negócios que o esporte gera.

 

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