Em sua primeira participação nas olímpiadas, Gustavo Bala Loka chega à final e termina em 6º lugar, o ouro ficou com o argentino José Maligno Torres que mostrou mais equilíbrio ao entrar no parque com segurança para superar os favoritos Logan Martin, Anthony Jeanjean e Kieran Reilly
Os Jogos Olímpicos de Paris recebem pela segunda vez o BMX Freestyle e nesta edição com a primeira participação brasileira com o piloto Gustavo Bala Loka Oliveira; a modalidade que estreou em Tóquio não teve representantes brasileiros naquela ocasião.
O piloto de 21 anos, de Carapicuíba e que atualmente defende a equipe de Taubaté, entrou na pista na segunda-feira (30/07) na fase classificatória e na terça-feira para a disputa da final, valendo medalhas.
Gustavo tem se firmado como o melhor brasileiro nessa especialidade do ciclismo, além do título brasileiro ele foi bronze nos Jogos Sul-americanos Assunção 2022, bronze no Jogos Pan-americanos Santiago 2023 e esse ano, com um quarto lugar na etapa de Budapeste do pré-olímpico, se tornou o primeiro brasileiro a se classificar na modalidade em Jogos Olímpicos ocupando a 8ª posição no ranking da UCI.
Na fase classificatória, com duas entradas no parque, ele obteve a oitava melhor média, com 85,79 pontos. A melhor pontuação ficou com o britânico Kieran Rielly – 91,21, seguido pelo estadunidense Marcus Crhistopher com 89,48 e australiano, campeão olímpico em Tóqio’2020 Logan Martin. O argentino ficou com a sétima média
O forte calor do verão europeu, com temperaturas acima dos 30ºC nos dois dias de competição tornou ainda mais desafiadora a entrada dos pilotos para a execução das manobras.
Na final, Bala Loka foi o segundo dos 9 classificados a entrar na pista. Com uma entrada limpa, executando as manobras sem erros, conseguiu 90,20 – uma pontuação superior à que obteve para se classificar.
Logo após a entrada do brasileiro, foi a vez do argentino José Maligno Torres que mesmo lesionado e sem expectativa de um bom resultado entrou com toda força buscando apresentar um bom espetáculo, executando manobras que o lançavam bem alto e utilizando todas as rampas e obstáculos da pista recebendo 94,82 pontos que o colocaram na liderança da competição.
O ídolo local Anthony Jeanjean levantou a torcida antes de entrar na pista, mas a vibração durou pouco, ao finalizar sua primeira manobra, errou perdendo a oportunidade e tendo toda a responsabilidade para buscar a medalha na última entrada na pista.
Depois foi a vez do estadunidense Justin Dowell conseguir 88,35 pontos, a seguir foi a vez do campeão olímpico Logan Martin que pedalava para desbancar o argentino, mas errou a última manobra, perdendo importantes pontos, ficando na dependência do desempenho na segunda entrada no circuito.
O calor e o nervosismo fizeram mais vítimas, o segundo colocado na classificatória do dia anterior, o estadunidense Marcus Christopher também caiu. Só o britânico Kieran Reilly poderia superar o argentino ‘Maligno’, mas pequenos detalhes na finalização de algumas manobras impediram que os juízes lhe dessem uma nota maior, fechando a primeira entrada com 93,70 pontos, ficando provisoriamente na segunda posição.
Na última oportunidade de melhorar a pontuação, e na final vale apenas a maior pontuação e não a média das duas entradas, Gustavo não conseguiu colocar manobras mais ousadas, terminando com 88,88 pontos ficando com a referência da primeira entrada.
O argentino José Torres também não conseguiu melhorar, mas mantinha-se virtualmente com a primeira posição. O japonês Rimu Nakamura ganhou alguns décimos, firmando-se à frente do brasileiro com 90,89 pontos, ao final igualando quinto lugar nas Olimpíadas de Tóquio.
O francês Jeanjean entrou para tudo ou nada – empurrado pela torcida fez uma entrada frenética, jogando um backflip duplo para levar a prata provisória com uma pontuação de 93,76. Justin Dowell não estava em um grande dia e encerrou sua participação quando ainda faltavam mais de 15 segundos, abandonando a disputa. Outro que jogou a toalha foi o australiano Logan Martin que não se encontrou no parque e fez 33,40 pontos, a menor de todos na segunda e última entrada.
Marcus Christopher que havia conquistado apenas 29,40 pontos em sua primeira entrada, foi além na segunda volta e subiu para o quarto lugar.
Último a entrar no parque, o britânico Kieran Reily já tinha assegurada um lugar no pódio, pois tinha a terceira melhor pontuação, apesar de conseguir uma pontuação maior que na primeira volta – 93,91 – ficou a 0,91 pontos do argentino, mas com 0,15 pontos a mais que o francês Jeanjean, garantindo a medalha de prata.
Na disputa feminina, a norte-americana Hannah Roberts, que se classificou com a melhor média – 91,45 – não conseguiu repetir o bom desempenho na final – caiu na primeira e na segunda bateria e com isso ficou totalmente fora da disputa, deixando a pista livre para a chinesa Yawen Deng que vinha de classificar-se com a segunda melhor média – 91,03 obteve as duas melhores notas da final – 92,50 na primeira entrada e melhorando para 92,60 na última, sem dar espaço para as adversárias.
A estadunidense Perris Benegas ficou com a medalha de prata, ao conseguir 90,70 pontos em sua segunda entrada no parte, a medalha de bronze ficou com a australiana Nathalya Diehm com 88,80 pontos, obtidos logo na primeira volta.
A América do Sul foi representada pela colombiana Queen Villegas e pela chilena Macarena Perez que terminaram na 4ª e 5ª posição. A campeã em Tóquio’2020, Charlotte Worthington não conseguiu passar da fase classificatória.
Jogos Olímpicos de Paris’2024
Arena La Conconrde 2
BMX Freestyle Park Mulheres
🥇 – Yawen Deng 🇨🇳 – 92,60
🥈 – Perris Benegas 🇺🇸 – 90,70
🥉 Natalya Diehm 🇦🇺 – 88,80
4- Queen Villegas 🇨🇴 – 88,00
5- Macarena Perez 🇨🇱 – 84,55
BMX Freestyle Park Homens
🥇 – José ‘Maligno’ Torres 🇦🇷 – 94,82
🥈 – Kieran Reilly 🇬🇧 – 93,91
🥉 – Anthony Jeanjean 🇫🇷 – 93,76
6 – Gustavo ‘Bala Loka’ Oliveira 🇧🇷 – 90,20