Mundo Bici abre o espaço para quem vivencia os problemas do ciclismo dentro do pelotão. Por quem vive e sabe fazer uma leitura do mundo desportivo e do que acontece ao seu redor. Neste texto da ciclista, mãe e empresária Gisele Saggioro Gasparoto ela nos apresenta o momento e o que está passando Ciclismo Feminino no Brasil . Uma opinião para ler, pensar e também buscar soluções:
CICLISMO FEMININO NO BRASIL
Por Gisele Saggioro Gasparotto
Este texto expressa a minha indignação em relação à atual situação ciclismo feminino brasileiro. Muitas perguntas, nenhuma resposta. Vou começar com a primeira etapa da Copa América disputada no último domingo(27/09) na USP. O primeiro ponto para ser pensado está no formado escolhido pela organização para a categoria, abrindo apenas inscrições para a Open Feminino. Ora, esta situação não favorece ninguém, pois, as ciclistas que correm na Elite acabam não ganhando pontos para o ranking nacional e nem premiação, e as ciclistas da categoria Open que poderiam interessar-se pela prova para iniciar-se nas competições de ciclismo, não tem a menor motivação para correr com ciclistas da elite, por questões obvias. No domingo, largaram cerca de 13 ciclistas, sendo 12 de elite e uma que seria Open ( calçando tênis ) já ficou logo na largada. Qual a chance de uma ciclista estreante voltar a se interessar em correr uma prova dessas, aonde os ritmos de disputa e competição são tão diferentes? Qual a motivação das ciclistas da Elite correrem uma prova que conta pontos para o ranking? Sem falar do valor da inscrição para um evento que mal foi divulgado e estrutura relativamente simples.
Saindo da Copa América e vamos direto para o Mundial de Estrada disputado em Richmond, nos Estados Unidos. Pouco fala-se sobre isso, mas, é um absurdo não cobrarmos satisfações da CBC (confederação Brasileira de Ciclismo) para não terem enviado ciclistas para a prova. Tínhamos 5 vagas!!!
Quando na história do ciclismo feminino no Brasil tivemos 5 vagas?
Não aceito como justificativa o acordo com a FAB onde muitas das ciclistas da seleção nacional correrão os jogos mundiais militares na Coreia do Sul, nos primeiros dias de outubro. Gente, o mundial foi no final de setembro!
Daria perfeitamente, com um pouco de vontade, e investimento, levar as ciclistas para correrem o mundial e depois embarcarem para os jogos militares. Não subestimem nossa inteligência. Isso tudo é preguiça? Só pode, porque não deveria ser falta de verba. O que me entristece é que fora do Brasil, vejo o ciclismo feminino em ascensão. Muitas conquistas, ganho de espaço na mídia, visibilidade e aqui, morrendo. Sempre as mesmas caras, sempre os mesmo problemas e nenhuma solução. Falta união? Talvez. Mas, também falta motivação. Falta empenho. Falta disposição. Fora do Brasil, as iniciantes (amadoras ou profissionais) vibram quando tem oportunidade de correr com alguma ciclista renomada. Aqui, as poucas que temos, mal sabem quem são. Falta informação também. Falta acreditar que com treino e dedicação, é possível. Solução: Renovação! Mas pra isso é preciso investimento. Paciência. Tempo e principalmente: amor!
Lamentável estas informações, as vésperas do maior evento esportivo mundial os problemas continuam os mesmo de sempre.
Grande garota, PARABÉNS pela coragem e determinação….
Parabéns!!!
O texto explica muito bem a atual situação do ciclismo Brasileiro…Seguimos com esperança…
Esta CBC é uma palhaçada!
Como tudo no Brasil, bagunça p que se possa roubar o máximo!
Perfeito, acho que o mundial da UCI é muito mais importante do que os Jogos Militares, lamentável a confederação não levar nenhuma atleta para o mundial…
E principalmente a troca da cúpula da CBC, que já sugou tudo o que poderia sugar do esporte…
Disse tudo!
Senti na pele o que é ser INICIANTE (54 anos), correr de igual pra igual com a Elite super poderosa, e já sobrar na primeira volta (COPACIDADE CANÇÃO DE CICLISMO, MARINGÁ).
É preciso que os ciclistas se façam ouvir. Competições aonde todos são colocados num mesmo nível só desestimulam
Também temos a questão dos “falsos patrocínios” n sou atleta profissional mas sou observador, na minha opinião dar quadros reformados para atletas não é patrocínio, o minimo seria dar a bicileta já montada e top de linha ae poderiamos começar a dizer que é um patrocínio, pq patrocínio de verdade para o atleta envolve mto mais que um quadro reformado. Conhece mtas pessoas com potencial que não tem um patrocínio verídico. Acho que temos que parar de nos contentar com qual quer coisa de modo geral aq no Brasil.