O Pan-Americano, neste ano, marcado pela corrida em busca de pontos para a classificação para as olimpíadas, levou para a cidade mineira de Congonhas grandes nomes do mountain bike continental e isso se refletiu nas disputas intensas na Elite, onde muita estratégia com o trabalho de equipes e a ousadia de atacar o pelotão foram a tônica das disputas
A estadunidense Kate Courtney e o mexicano Gerardo Ulloa tiveram um final de semana perfeito em Congonhas, com desempenho irretocável após dominarem as provas de XCC e XCO do Pan-Americano, saem como máximos vencedores e mostraram que entraram na disputa para fazer a diferença.
Raiza Goulão foi o grande nome da elite brasileira, ela já havia sinalizado sua força no Revezamento por Equipes contribuindo para a conquista da medalha de prata; mesma garra e determinação apesentadas para conquistar o terceiro lugar no XCO e a prata no circuito curto.
“Eu entreguei tudo na pista, estou muito satisfeita da prova que fiz. Todas as meninas do Brasil estão de parabéns. A prova foi muito disputada, vários países em condições de vencer. Deu pra sentir qual meu nível, o que precisa melhorar para chegar ali no ouro e vamos pra cima por que logo mais tem Copa do Mundo”, afirmou a brasileira que subiu ao pódio nas três provas que disputou em Congonhas.
Dominando nos dois dias que entrou na pista, a estadunidense Kate Courney, comentou sobre o seu desempenho em um percurso que estava muito complicado, pois a chuva deixou o piso extremamente escorregadio, o que exigiu dos ciclistas muita sensibilidade na escolha dos pneus. “Mais uma vez me diverti bastante. É fantástico correr aqui no Brasil, essa torcida super calorosa, a pista estava da forma como gosto, mais úmida. Certamente, após a prova de sexta, estava bem confiante para o dia de hoje, então procurei me concentrar para errar o mínimo possível”, comento a medalha de ouro e bicampeã Pan-Americana de XCO pois ela já havia conquistado o título em Aguascalientes’2019
Na Elite Masculina, o Brasil mostrou um grande trabalho de equipe, aproveitando para colocar uma formação com Avancini, Galinski, José Gabriel e Coccuzi no XCO e ainda contando no XCC com os sub23 Malacarne e Gustavo Xavier, porém o esforço não foi suficiente para conter o explosivo Ulloa que fustigou o pelotão com seus ataques e suas fugas solitárias em busca da vitória.
O mexicano usou a mesma fórmula na sexta-feira (28/04) no circuito curto e repetiu a dose no domingo (30/04) em um percurso que exigia atenção e muito condicionamento físico para garantir 2 medalhas de ouro, isso sem falar no bronze conquistado no revezamento por equipes.
“Fiz uma preparação em algumas corridas em Porto Rico, que tinham características similares ao que encontraríamos aqui no Pan-Americano. Depois desses compromissos iniciamos uma preparação mais específica, com treinos mais curtos e intensos, com um cenário mais competitivo” explicou o mexicano que agora terá as etapas da Copa do Mundo pela frente
No cross country olímpico o melhor desempenho brasileiro foi de Ullan Galinski que soube poupar energias para o final da prova e ainda tentar ir em busca do bronze. José Gabriel Marques, Guilherme Muller, Luiz Henrique Cocuzzi e Henrique Avancini estiveram sempre presentes na ponta do pelotão, mas o ataque do mexicano foi devastador e rompeu com o pelotão e minou a energia dos ciclistas, outro que pagou pelo esforço foi o chileno Martín Vidaurre que caiu, buscou o grupo mas na última volta não tinha mais força para acompanhar os ponteiros.
Melhor brasileiro na prova de XCO, Ullan comentou o seu desempenho: “Em tese, o circuito era um tanto ruim para minhas características, mas na prática foi diferente, valeu o que eu coloquei na minha cabeça. Larguei mal, mas consegui reagir e briguei até o fim pela medalha. Obrigado Bahia e Chapada Diamantina, vocês moram em meu coração e este é só o começo de uma longa jornada”.
Na sub23 dobradinha com Alex Malacarne e Gustavo Xavier em uma prova onde os dois jogaram suas cartas, começaram trabalhando em dupla e depois Malacarne atacou e abriu mais de 1 minuto de vantagem para Gustavo que antecipou o sprint para ficar com a medalha de prata, ainda nas categorias oficiais para os rankings da UCI mais um ouro com Vinicius Howe na categoria junior.
Malacarne explicou as dificuldades enfrentadas no circuito marcado pela chuva: “É uma pista bem estratégica. A subida logo no primeiro trecho do parque era realmente difícil, na segunda volta a gente já subia empurrando. No trecho da mata que estava melhor, não adiantava fazer tanta força porque em outros pontos ficava mais exigente então era hora de poupar. Mas acho que eu consegui me controlar e administrar bem, garantindo esse título”.
Na prova feminina, a vitória veio com um golpe de sorte para a mexicana Maria Flores Garcia. A estadunidense Sofie Waite liderou praticamente a 4 voltas e a medalha de ouro era dada como certa, porém faltando cerca de 500 metros para a chegada, sofreu um furo no pneu dianteiro de sua bicicleta, sendo ultrapassada pela mexicana e pela canadense Jocelyn Stel, tendo de se contentar com o bronze. As brasileiras sofreram com o circuito pesado, e ficaram distantes do trio que disputou o pódio, com Ana Laura Moraes em 4º e Luiza Cocuzzi em 5º.
Um Pan-Americano que traz sinais positivos sobre a evolução técnica do mountain bike brasileiro – e também quanto à organização de eventos – onde a CBC e a cidade de Congonhas entregaram um evento de alto nível.
Em um quadro de medalhas que soma todas as categorias – e não apenas as oficiais para o ranking da UCI (Júnior/Sub23/Elite) o Brasil que sediou a competição ficou com o primeiro lugar, totalizando 41 medalhas (14 de ouro |16 de prata | 11 de bronze); o México com a segunda maior delegação com cerca de 50 competidores – conquistou 8 medalhas (4 de ouro |1 prata | 3 bronze); os chilenos terminaram em terceiro com 6 medalhas (2 ouro | 4 prata).
XXVI CAMPEONATO PAN-AMERICANO DE MTB – Congonhas/MG – 26 a 30 de Abril
Cross Country Olímpico XCO – Circuito XC 5,234 km
Elite Feminina – 49 competidoras – 2 voltas de largada + 5 voltas –
1- Kate Courtney – Estados Unidos – 1h27m02s796
2- Kelsey Urban – Estados Unidor +20s920
3- Raiza Goulão – Brasil +20s920
6- Karen Olímpio – Brasil +2m29s750
7- Isabella Lacerda – Brasil +3m33s322
Elite Masculina – 90 competidores – 2 voltas de largada + 6 voltas
1- Gerardo Ulloa – México -1h27m05s632
2- Gunnar Holmgren – Canadá +39s865
3- Joel Contreras – Argentina +1m42s674
4- Ullan Galinski – Brasil +1m53s923
5-Henrique Avancini – Brasil +2m03s196
6- Leandre Bouchard – Canadá +2m09s554
7- Martín Vidaurre – Chile +2m33s841
8- Luiz Henrique Cocuzzi – Brasil +2m57s470
9- José Gabriel Marques – Brasil +2m59s242
10- Guilherme Muller – Brasil +3m01s643
XCO – Sub23
Sub23 Feminina – 26 competidoras – 2 voltas de largada/start lap + 4 voltas
1- Maria Flores Garcia – México – 1h20m04s066
2- Jocelyn Steel – Canadá +37s473
3- Sofia Waite – Estados Unidos +51s812
4- Ana Moraes – Brasil +2m17s439
5- Luiza Cocuzzi – Brasil +2m49s702
8- Sabrina Oliveira – Brasil +3m57s324
10- Giuliana Morgen – Brasil +4m43s189
Sub23 Masculina – 63 competidores – 2 voltas de largada start lap + 5 voltas
1- Alex Malacarne – Brasil -1h16m46s780
2- Gustavo Xavier – Brasil +1m18s421
3- Ivan Aguilar – México +1m27s182
XCO Junior
Feminina – 18 competidoras
1- Marin Lowe – Canadá – 57m31s631
2- Amalia Medina – Chile +11s556
3- Cynthia Martin – México –+2m30s347
10- Gabriela Ferolla – Brasil +7m11s004
Masculina – 53 competidores
1- Vinicius Howe – Brasil – 1h18m23s784
2- Antonio Gomez – Colômbia +30s918
3- Angel Hernandez – Venezuela +1m06s477
7- Henrique Bravo – Brasil +3m53s192
XCC – cross country short track /circuito curto – circuito: 1,252 km
Elite Feminina – 45 competidoras
1- Kate Courtey – Estados Unidos – 21m37s093
2- Raiza Goulão – Brasil +3s034
3- Kesley Urban – Estados Unidos +5s038
4- Karen Olímpio – Brasil +6s363
Elite Masculina – 92 competidores
1- Gerardo Ulloa – México – 22m 25s991
2- Martin Vidaurre – Chile – 22m33s483
3- Gunnar Holmgreen – Canadá – 22m34s104
4- José Gabriel Marques – Brasil +
5- Alex Malacarne – Brasil +
6- Henrique Avancini – Brasil +
Revezamento por Equipes – Team Relay – Circuito XC 5,234 km
1- Canadá – Carter Woods, Gunnar Holmgreen, Sandra Walter, Jocelyn Stel, Marin Lowe, Maxime St-Onge – 1h31m22s
2- Brasil – Gustavo Xavier, Otávio de Souza, Giuliana Morgen, Gabriela Ferolla, Raiza Goulão, José Gabriel Marques + 17s
3- México – Gerardo Ulloa, Ivan Villegas, Daniela Campuzano, Maria Flores Garcia, Cinthia Martin, Luciano Esquivias +1m02s
Cross Country Eliminator – Circuito XCE 572,9 m
Elite Masculina
1- Mario Couto – Brasil – 1m11s955
2- Nicolas Raphael – Brasil – 1m13s614
3- Brandon Guerrero Velasco – Colômbia – 1m13s988
4- Renato Rezende
Elite Feminina
1- Iara Caetano – Brasil – 1m18s915
2- Marcela Lima – Brasil – 1m19s350
3- Aline Simões – Brasil – 1m20s290
4- Melissa Vargas – Colômbia – 1m25s689