Domingo foi o último dia de competições dos Campeonatos Pan Americanos de Ciclismo de Pista que se realizaram no velódromo de Couva, em Trinidad e Tobago. O ciclismo brasileiro esteve representado nas provas de encerramento com Daniela Yumi , João Vitor da Silva, Wellyda dos Santos , e os irmãos Ricardo e Fabio Dalamaria. No quadro de medalhas os Estados Unidos deixam o caribe com 7 medalhas de ouro, seguido pelo Canadá com 5 e pela Colômbia com 4 ouros
A 32ª edição dos Campeonatos Pan Americanos de Ciclismo de Pista, disputados em Trinidad e Tobago, terminaram no último domingo com a disputa de 4 especialidades: as mulheres diputando o Keirin e a Corrida Por Pontos e os homens o 1km contra o relógio e a Madison.
Na disputa do Keirin, a colombiana Martha Bayona foi em busca do seu segundo ouro neste torneio; ela já havia vencido os 500m conta o relógio , além disso faltava para ela um ouro no Keirin, pois ela já tinha uma prata em Santiago/2015 e um bronze em Aguascalientes/2016 . Martha desde a classificação mostrou que não daria chance às adversarias, disputou 3 baterias – da classificação à final – vencendo todas sem dar margem às adversárias. A medalha de prata ficou com a estadunidense Mandy Marquardt que veio da repescagem e cresceu na final, o bronze foi para a mexicana Daniela Gaxiola que havia vencido uma bateria classificatória e figurava entre as favoritas.
A brasileira Gabriela Yumi, não conseguiu se classificar na primeira fase e foi para a repescagem aonde venceu a bateria que a recolocou na semi-final, porém não obteve um bom desempenho, abandonando a corrida, tendo de se contentar em correr a final B pela decisão do 7º ao 12º lugar, ficando com a 10ª colocação.
A Colômbia há pouco mais de dez anos vem revelando uma nova geração de ciclistas, não são mais os escarabajos que subiam montanhas, mas velocistas de primeira linha. Dessa geração o seu expoente máximo talvez seja Fernando Gaviria que hoje se dedica às provas de estrada após assinar com a Quick –Step Floors. Fabian Puerta é esse grupo, na pista são poucos os que fazem frente a ele, neste Pan Americano ele conquistou o sétimo título consecutivo do Keirin, ouro integrando o trio da velocidade por Equipes, uma prata na velocidade para fechar o programa de um velocista ele foi em busca do ouro no quilômetro contra o relógio, seu adversário direto estava na seleção colombiana, Santiago Ramirez bicampeão pan americano (Santiago2015, Aguascalientes2016).
Na fase classificatória, Puerta deixou claro que estava em busca de seu segundo título no Km ao registrar o melhor tempo 1m01s811; ele já havia conquistado o ouro no campeonato disputado no México em 2013. Seu companheiro de seleção Santiago Ramirez fez o segundo tempo 1m02s374. Os donos da casa ficaram com o terceiro tempo registrado pelo jovem Quincy Alexander 1m03s059. O pistard trinitino em 2012, com apenas 19 anos, superou ciclistas mais experientes conquistando o título pan americano. Apenas os 8 melhores tempos da fase classificatória passaram à final, com isso o brasileiro João Vitor da Silva (sub23) que havia registrado 1m05s907, 12º tempo não se classificou.
Na final não aconteceram mudanças na classificação: Fabian Puerta confirmou o ouro registrando mais uma vez o melhor tempo – 1m01s497. Seu compatriota Santiago Ramirez obteve a prata com 1m02s023 e o bronze ficou com Quincy Alexander 1m03s316.
A prova de Madison reuniu duplas de 12 países (Argentina, Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, México, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela) e reservou grandes momentos. Nos últimos anos as disputas tem se concentrado nas duplas de colombianos, estadunidenses, chilenos e argentinos. O Brasil, na história recente tem duas medalhas de prata nessa prova – em 2009 com Thiago Nardin e Marcos Novello e em 2012 com Armando Camargo e Thiago Nardin. Para a disputada do pan caribenho a Confederação Brasileira de Ciclismo convocou os irmãos Fabio e Ricardo Dalamaria.
Os maiores coletores de pontos foram os argentinos que tinham uma dupla que apesar da juventude de Tomas Contte tinha a experiência de Sabastian Trillini, medalha de bronze em 2016. A dupla colombiana tinha Jordan Parra, duas vezes medalha de prata (2014 e 2016) e Edwin Avila, que além de ter uma medalha de prata na Madison em 2011 foi campeão mundial da prova por pontos em Apeldoorn/2011 e Cali/2014. Os chilenos entraram com Antonio Cabrera, campeão da prova em 2016 e com Cristian Cornejo. Os estadunidenses entraram com uma dupla que misturava experiência e juventude, com o veterano, Zachary Kovalcik, de 34 anos , medalha de prata no Scratch e bronze no Omnium em Aguascalientes/2016 e o jovem SUB23 Zachary Carlslon.
Em uma prova intensa e com muitos ataques, os argentinos conseguiram fazer 27 pontos, os colombianos 26 e os chilenos 25, a dupla estadunidense somou 15 pontos, mas fez a diferença ao conseguir colocar uma volta sobre o pelotão e somar 20 pontos extras, totalizando 35 pontos que lhe garantiram o ouro. A dupla brasileira terminou na 9ª posição com 2 pontos.
A última prova do dia foi a Corrida por Pontos feminina com a participação das ciclistas brasileiras Wellyda dos Santos e Thayná Araújo. A estadunidense Jennifer Valente que já havia vencido o Scratch e a Omnium mostrou que era a mais forte nas provas também conhecias por corridas de meio fundo. Jennifer pontou em 6 dos 8 sprint pontuáveis totalizando 25 pontos. Em resumo um título mais que merecido , o segundo lugar ficou com a venezuelana Angie Gonzalez com 15 pontos, e em terceiro a canadense Stephanie Roorda. A representante brasileira Wellyda dos Santos, completou a prova na 7ª posição com 3 pontos, e Thayná Araújo não completou a prova.
No quadro de medalhas os Estados Unidos foram o país que mais ouros conquistou, com 7 medalhas, seguido pelo Canadá com 5, pela Colômbia com 4, pelo México com 3 e a Argentina com 1. A delegação brasileira volta para casa sem medalhas.
Em 2015 a delegação trouxe na bagagem duas medalhas de bronze com Kacio Freitas no Keirin e o trio da velocidade por equipes ( Hugo Osteti, Kacio Freitas e Flavio Cipriano) . A última medalha feminina de bronze em 2014 com Gabriela Yumi no Keirin, afinal em 2015 as garotas ficaram em casa. Em 2016 os brasileiros não disputaram o Pan no velódromo de Aguascalientes, ficaram em casa para disputar o Campeonato Brasileiro. O melhor resultado veio das pernas de Flavio Cipriano com o 4º lugar no Keirin. Talvez, desta vez tenhamos como motivo da má performance o problema com o extravio das bagagens (que foram entregues em sua totalidade na 5ª à noite) , mas pode ser que seja hora de se rever como é encarado o ciclismo de pista no país, não se trata de menosprezar adversários mas um país que tem 5 (cinco ) velódromos ativos (Americana, Caieiras, Curitiba, Indaiatuba e Maringá) , mais o velódromo olímpico que passa por reformas após o incêndio e ainda dois velódromos que precisam de reformas mas que seriam de extrema importância por sua localização (Contagem/MG e USP/SP) poderíamos ter desempenhos e representantes em outras especialidades, não tivemos ciclistas na perseguição individual, não temos uma quarteta. Faltam competições, faltam festivais de pista que reúnam o maior número de competidores. Meetings internacionais como o que foi realizado em Caieiras e que contou com ciclistas argentinos que também estiveram em Trinidad e Tobago e por lá ganharam medalhas. Tokyo2020 já está aí, mas antes disso há mundiais, jogos pan americanos, sul americanos…
Keirin Feminino
1- Martha Bayona/Colombia – 11s 843 – vel. média 60.795km/h
2- Mandy Marquardt/Estados Unidos
3- Daniela Gaxiola/Mexico
Final B de 7 a 12
7- Madalyn Godby/Estados Unidos – 12s783 – vel. média 56.324 km/h
10 – Gabriela Yumi/Brasil
1 Km contra o relógio
1- Fabian Puerta/Colômbia – 1m01s497
2- Santiago Ramirez/Colômbia – 1m02s023
3- Quincy Alexander/Trinidad e Tobago – 1m03s316
12- João Vitor da Silva Brasil – 1m05s907
Madison Masculino – 30 km – 120 voltas – 12 sprints intermediários
Tempo de prova 33m23s – vel. média 53.919 km/h
1- Estados Unidos/Zachary Carlson, Zachary Kovalcik – 35 pontos
2- Argentina/Tomas Contte, Sebastian Trillini – 27 pontos
3- Colombia /Jordan Parra, Edwin Avila – 26 pontos
9 – Brasil/Fabio Dalamaria, Ricardo Dalamaria – 2 pontos
Prova por Pontos Feminina – 20 km – 80 voltas
Tempo de prova: 26m30s – vel. média: 45.283 km/h
1- Jennifer Valente/Estados Unidos – 25 pontos
2- Angie Gonzalez/Venezuela – 15 pontos
3- Stephanie Roorda/Canadá – 15 pontos
7 – Wellyda dos Santos – 3 pontos
DNF – Thayná Araújo
Quadro de Medalhas
Estados Unidos – 7 ouros – 3 prata -2 bronze
Canadá – 5 ouro – 5 prata – 2 bronze
Colômbia – 4 ouro – 4 prata – 2 bronze
México – 3 ouro – 3 prata – 3 bronze
Argentina – 1 ouro – 1 prata – 3 bronze
Venezuela – 1 prata – 3 bronze
Cuba – 1 prata – 2 bronze
Chile – 1 prata – 1 bronze
Trinidad e Tobago – 1 prata – 1 bronze
Suriname – 1 bronze