Apesar de ter rolado muito barulho sobre a primeira fase de testes de freios à disco que se iniciaram no começo do mês de agosto, e duram até o final de setembro, há equipes que já afirmaram não terem planos para a atual temporada, entre elas BMC, Orica-Green Edge, Giant-Alpecin, Lotto-Soudal, Movistar e Astana. O pelotão World Tour depende também dos movimentos da indústria e de seus patrocinadores.
Sky já colocou para rodar com o ciclista Bernhard Eisel uma Pinarello Dogma F8 e já apareceu uma Bianchi Infinito CV Disc do Team LottoNL-Jumbo rodando em uma prova de exibição após o Tour de France. Porém entre os questionamentos se funciona ou não já teve mecânico da Sky que declarou que se houver um furo a instrução é pela troca da bicicleta. A troca de rodas é um dos problemas apontados por muitos e a equipe opta por trocar a bicicleta, vendo de fora é difícil entender porque não fazem os testes por completo.
Para as equipes Astana, Movistar e Lotto-Soudal é até obvio que não iniciem seus testes na atual temporada, pois montam em suas bicicletas componentes Campagnolo. Como até o momento a fábrica italiana não apresentou nenhum modelo de freios a disco, as equipes perderiam a janela de testes de 2015.
Por outro lado BMC e Orica são patrocinados pela Shimano, o acesso à tecnologia está à mão, mas talvez enfrentem algum problema técnico ligado aos quadros como acontece com outros fornecedores. Afinal, apesar de muitos fabricantes já terem apresentado e estejam comercializando bicicletas montadas com freios a disco, a geometria adotada nestas bicicletas não é a mesma. O consumidor encontra uma bicicleta mais confortável, mas voltada para Granfondos, bem diferente do que os quadros utilizados pelos ciclistas do pelotão WT
Alguém poderá lembrar das Tarmac da Specialized que tem a mesma geometria, porém como o espaço do cubo traseiro tem uma medida diferenciada, tornaria obrigatória a utilização de rodas desenvolvidas pela própria Specialized, as Roval. O que para a Tinkoff-Saxo não seria um problema, mas para a Astana que utiliza rodas Corima, poderia ser um entrave.
A Trek Factory Racing já sinalizou que muito provavelmente testará algumas bicicletas equipadas com freios a disco durante a Vuelta a Espanha, já a equipe Suíça da IAM Cycling que utiliza bicicletas Scott divulgou que testará durante o GP de Isbegues e no Tour de L’Eurometrópole (antigo circuito Franco-Belga) aonde a Katusha também sinalizou com um possível teste. Ainda teremos parte da temporada 2016 para avaliações. Talvez a Vuelta com suas montanhas traga dados mais significativos, afinal a Roompot que foi a primeira a entrar no pelotão do Eneco Tour com freios a disco, está utilizando um modelo com rotores de 140mm, enquanto o fabricante recomenda rotores de 160mm, mas causa estranheza alguém utilizar um equipamento desobedecendo as instruções do fabricante, o que para um cidadão comum, um consumidor acarretaria na perda da garantia.