A guerra para saber quem é a maior empresa de compartilhamento de bicicletas do mundo fica cada vez mais agressiva. A última cartada foi dada em Pequim nesta quarta-feira (04/04) pela Meituan Dianping, maior plataforma de serviços sob demanda da China que anunciou a compra da Mobike por 2,7 bilhões de dólares
A Mobike é uma das principais plataformas de compartilhamento de bicicletas da China com mais de 30 milhões de viagens diárias, tem em sua plataforma mais de 200 milhões de usuários registrados e opera mais de 9 milhões de bicicletas conectadas pelo seu app. A Mobike se espalha rapidamente pelo mundo, há comentários que talvez seja a Mobike uma das quatro empresas que serão anunciadas em breve pela prefeitura de São Paulo para operar o novo sistema de compartilhamento da cidade sem a utilização de estações – também conhecido por dockless. Na quarta-feira (04/04) a imprensa mundial confirmou o que se especulava no início da semana, a aquisição da empresa de compartilhamento pela Meituan Dianping.
Segundo a Meituan, a marca Mobike e a atual equipe de gerenciamento serão mantidas. As empresas também compartilharão recursos de tecnologia, operações, marketing e atendimento ao cliente. Tanto a Meituang como a Mobike são ligadas à empresa chinesa de jogos e mídias sociais Tencent Holdings Ltd. Segundo informações de fontes que preferem manter o anonimato, a equipe fundadora da Mobike está saindo da empresa com US $ 750 milhões em dinheiro, mas alguns membros da equipe fundadora não queriam vender sua parcela e foram forçados a deixar a empresa. Em um post no serviço multiplataforma de mensagens WeChat, Hu Weiwei, co-fundador e presidente da Mobike, escreveu: “Não existe tal coisa como ‘eliminado’, do meu ponto de vista, tudo é um novo começo” para justificar a ação.
O acordo entre a Meituan Dianping e a Mobike deverá valorizar o patrimônio da empresa de compartilhamento de bicicletas em cerca de US $ 3,4 bilhões, e a Meituan assumirá cerca de US $ 700 milhões em dívidas, segundo fontes. Sessenta e cinco por cento da compra será em dinheiro principalmente para a administração da Mobike, dos quais US $ 320 milhões serão usados para futuras necessidades de liquidez e 35% estarão em ações para que os investidores da Mobike se tornem acionistas da Meituan, declarou uma pessoa próxima à operação
O acordo só intensifica a guerra entre as gigantes Tencent-Mobike com a Ofo (outra empresa de compartilhamento sem estações/dockless que provavelmente esteja aportando no Brasil), subsidiada pelo grupo Alibaba e que tem por trás como investidora a Didi Chuxing – empresa que opera diversos modais de transporte através do aplicativo DiDi entre outras atividades. Nessa batalha destaca-se o interesse que havia por parte da Didi e do Softbank em se tornarem acionistas da Mobike, o acordo foi detonado pela ação da Meituan.
O compartilhamento de bicicletas é apenas uma ferramenta na disputa pelo milionário mercado de serviços oferecidos por meio de aplicativos, indo do transporte e viagens à entrega de refeições, mantimentos, massagens, cortes de cabelo, serviço de manicure em casa ou no trabalho.
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