Os quatro principais eventos da UCI de 2018 – os mundiais de Pista em Apeldoorn, de ciclismo em Innsbruck, de mountain bike em Lenzerheide e o de Gran Fondo em Varese, produziram um impacto econômico de 60 milhões de euros
Um estudo publicado no último mês de setembro pela UCI – União Ciclística Internacional encomendado à EY – Ernst & Young LLP, apresenta o impacto dos 4 principais eventos esportivos organizados pela entidade em 2018 – os mundiais de Pista em Apeldoorn, o de ciclismo em Innsbruck, o de Mountain Bike em Lenzerheide e o de Gran Fondo em Varese produziram um impacto econômico de 60 milhões de euros.
No mundo da bicicleta, esses eventos estão entre os maiores eventos esportivos da temporada, seja para os torcedores como para os competidores, tendo o mais alto nível de disputa.
O estudo busca destacar que além do lado desportivo, as cidades e regiões que sediam esses eventos tem ganhos muito significativos, impulsionando a economia local e também à sua imagem. O trabalho da EY, apontou os Campeonatos Mundiais da UCI em estada, pista, mountain bike e os Gran Fondos, eventos de participação massiva e que vem ganhando participantes em todo o mundo.
Em 2018 a UCI realizou eventos em 24 países, nos cinco continentes nas várias modalidades do ciclismo; as competições atraíram cerca de 10 mil esportistas de 98 países. Além dos eventos tomados como referência para o estudo figuram na lista de eventos os mundiais de ciclismo indoor e o máster de ciclocross organizados em Mol e Liège, na Bélgica; o mundial de paraciclismo de pista disputado no Rio de Janeiro; o máster de MTB, em Vallnord, Andorra; o mundial de mtb maratona e o de paraciclismo de estrada em Auronzo e Maniago, na Itália; o mundial de ciclismo urbano (BMX Freestyle) em Chengdu, na China, o de BMX em Baku, no Azerbaijão, de pista para os juniores em Aigle, na Suíça e as etapas da Copa do Mundo de pista em Santiago, Chile e em Milton, no Canadá; além de outros eventos na Grécia, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, Dubai, Turquia, Chipre, Eslovênia, Polônia e Dinamarca.
O estudo constatou que os 4 quatro principais eventos da entidade geraram 60 milhões de euros adicionais em atividade econômica para as economias locais das cidades e regiões anfitriãs. Um dos destaques desse estudo foi o Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada, que em 2018, ano utilizado para o estudo, foi realizado na região do Tirol, em Innsbrruck, na Áustria que contribuiu com 40 milhões de euros (R$ 182 milhões) para o PIB da cidade e região, o que por lá equivaleria a criação de 720 novos empregos no período de um ano. Os visitantes foram responsáveis por 89% do impacto.
O evento levou cerca de 560 mil pessoas para a região com isso um dos setores mais beneficiados foi o hoteleiro onde cada visitante estrangeiro gastou em média 74 euros por noite, como parte de um gasto médio diário de 114 euros (R$ 518). A capital do Tirol conseguiu uma grande visibilidade graças a audiência das transmissões com mais de 250 milhões de telespectadores em 100 países, e o dado muito importante revelado pelo estudo é de desses telespectadores um 60% teria interesse em visitar a região. O mundial de estrada reuniu mais de 830 profissionais de mídia.
Os dados positivos se repetiram em praticamente todos os eventos que fizeram parte do estudo. O Mundial de ciclismo em Pista, realizado em Apeldoorn, na Holanda, teve um impacto de 2,3 milhões de euros, atraindo um público de 19 mil pessoas, durante os 6 dias de evento; o Mundial de MTB em Lenzerheide, Suíça, o impacto foi de 11,5 milhões de euros com mais de 30 mil pessoas visitando o festival e mais de 410 profissionais de mídia; o Mundial de Gran Fondo, em Varese, na Itália com um impacto de 4,4 milhões, e uma participação de 3.100 ciclistas amadores, totalizando um público superior a 5 mil pessoas
Sobre os resultados do estudo, Peter Arnold, um parceiro da equipe de assessoria econômica da EY, no Reino Unido, destacou: “Os eventos de ciclismo têm potencial de gerar benefícios econômicos significativos para as regiões anfitriãs, conforme ilustrado pela variedade de exemplos apresentados neste relatório. O amplo apelo desses eventos e sua capacidade de envolver o público local e internacional podem torná-los uma ótima plataforma para as regiões anfitriãs. Ao estabelecer conexões com visitantes e espectadores, e ao alinhar esses eventos às metas econômicas e sociais locais, eles podem ter um impacto amplo e duradouro em uma área local’.
O francês David Lapartient, presidente da UCI, destacou o impacto dos eventos na região destacando que os mais diferentes eventos da entidade atraem diferentes públicos e exigem diferentes níveis de suporte operacional e investimento para alcançar o sucesso, mas os eventos de ciclismo geram impactos significativos: “o estudo realizado pela EY em colaboração com a UCI confirmou o impacto econômico direto e indireto extremamente positivo que nossos eventos geram durante e após a competição. Nossas Copas do Mundo e nossos Campeonatos do Mundo proporcionam aos atletas um palco magnífico para competir e também são fortes impulsionadores do desenvolvimento econômico, em termos de ciclismo e turismo, nas regiões que os hospedam”.
O estudo não traz dados sobre os impactos sociais ou sobre a repercussão dos eventos no mercado de bicicletas, porém destaca que há evidências que essas ações são forte incentivo para que mais pessoas passem a fazer atividades físicas e busquem o bem estar, e indiretamente passem a consumir equipamentos e materiais esportivos.
Link para o Estudo de impacto econômico dos Mundiais da UCI