LIMA2019: ANDERSON #380 E PAOLA REIS CONQUISTAM A PRATA NO BMX RACING

A seleção de BMX Racing do Brasil volta de Lima com duas medalhas de prata conquistadas por Anderson #380 Ezequiel e por Paola Reis, além disso Renato Rezende e Priscila também se classificaram para a final, resultados inéditos em uma competição de alto nível internacional. As medalhas de ouro ficaram com o equatoriano Alfredo Campo e a supercampeã Mariana Pajon

Andinho e Paola Reis comemoram a medalha de prata –
foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

O bicicross brasileiro pode comemorar pois volta dos Jogos Pan Americanos de Lima 2019 com duas medalhas de prata. Paola Reis repete o pódio de Ana Flavia Sgobin no Pan do Rio’2007, ano que os BMX fez sua estreia no torneio continental e Anderson Ezequiel mais uma vez é o primeiro homem a trazer uma medalha na modalidade, depois do bronze no Mundial de 2018, agora conquista a medalha de prata nos Jogos Pan Americanos. Os dois romperam um jejum de pódios do BMX Racing de 12 anos.

Os pilotos brasileiros mostraram desde o dia anterior, quando foi disputado o contra relógio classificatório que estavam com potencial para chegar às finais, com Anderson registrando o 4º tempo (33s588) e Renato Rezende com o 7º tempo (33s698), o melhor tempo foi do colombiano Diego Arboleda com 33s153.

Paola/78, Stefany/469 e Priscilla/93 perseguem a campeã Mariana – foto: Wander Roberto/COB

No feminino a colombiana Mariana Pajon fez valer o peso dos seus 2 ouros olímpicos e 1 ouro nos Jogos Pan Americanos de Guadalajara’2011 e cravou o melhor tempo, registrando 37s221.  O segundo melhor tempo 38s367 foi da atual campeã brasileira Paola Reis que vem mostrando ao longo do último ano uma grande evolução. A outra competidora brasileira na prova, Priscilla Stevaux também se destacou fazendo o 4º tempo (38s770).

Na sexta-feira (09/08) se desenrolou toda a programação do BMX Race com as quartas de final, semifinal e a final por medalhas. No masculino Renato Rezende e Anderson Ezequiel se classificaram, cada um, com o 2º lugar após três baterias. Renato  fez um 1º lugar e dois 2º, já Andinho fez dois 2º e um 3º lugar.  Nessa fase os mais consistentes foram o colombiano Diego Arboleda, o equatoriano Alfredo Campo e o canadense James Palmer, cada um com com três vitórias.

Prisicla e Paula atacam a venezuelana Stefanny –
foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

No feminino as competidoras foram direto para a fase semifinal, também disputada em três baterias.  A brasileira Priscila Stevaux   mostrou muita consistência e fez três 2º correndo na mesma chave da colombiana Mariana Pajon que venceu os três encontros.  Na outra série a vitória foi de Paola Reis com um 3º lugar e duas vitórias de bateria, superando a venezuelana Stefany Hernández, campeã mundial em Zolder’2015 e medalha de bronze na Rio’2016. Com esse resultado as duas brasileiras avançaram para a final.

No masculino Anderson Ezquiel, 27º no ranking mundial,  e Renato Rezende, 22º no rankig UCI,  entraram na mesma bateria semifinal disputando uma das 4 vagas contra o 11º no ranking da UCI, o equatoriano Alfredo Campo e contra o colombiano Diego Arboleda, 15º no ranking.

Largada da bateria final, destaque para a arrancada de Andinho que saiu à frente
foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

O equatoriano, Alfredo Campo, dominou a semifinal vencendo as três baterias. Renato Rezende conquistou a terceira vaga com um 3º, um 2º e um 3º lugares e Andinho ficou com a quarta vaga com dois 3º e um 4º lugar.  O colombiano Diego Arboleda sofreu uma queda na última bateria, dando uma cambalhota no ar ao cair bateu as costas no chão,  ficou desacordado por algum momento o que exigiu a intervenção dos paramédicos, o piloto recobrou a consciência, mas foi encaminhado ao hospital para exames onde não foram constatadas lesões mais graves, mas o piloto deverá ficar em observação por 24 horas.

Na chave oposta o argentino Gonzalo Molina, 12º no ranking UCI, ficou com a primeira vaga com duas vitórias e um 2º lugar; a segunda vaga foi para seu compatriota, Federico Villegas, 33º no ranking UCI), em 3º passou o colombiano Carlos Ramirez, 17º no ranking UCI e a última vaga para a final ficou com o canadense James Palmer, 32º no ranking UCI.

Pilotos lado a lado em busca da melhor colocação
foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

A final, disputada em bateria única reuniu os 8 melhores pilotos. No feminino, a colombiana Mariana Pajon não deu espaço para suas adversárias e arrancou à frente de todas, deixando para as adversárias a luta pela prata e pelo bronze.  As brasileiras Paola e Priscila travaram uma disputa guidão a guidão com a venezuelana Stefany.   Paula ficou com a prata, superando por apenas 0s052 milésimos a venezuelana  que ficou com o bronze. Prisicila esteve  muito perto do pódio, a diferença para o terceiro lugar foi de apenas 0s020 milésimos.

Ciclismo BMX – Jogos Pan-Americanos Lima 2019. Local: Costa Verde, em Lima (Peru). Data: 09.09.2019. Crédito obrigatório: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Mariana Pajon que em 2015 ficou de fora da disputa por um tombo, destacou que vem de uma temporada difícil, “Tive microfraturas nos dois braços, torci o tornozelo e o joelho. Não sabia se poderia competir, mas foi mais a vontade do coração que me faz vir aqui. Esou muito emocionada. Não acredito nisso tudo, estar aqui é uma loucura”, comemorou.
A soteropolitana Paola Reis que na próxima semana completará 20 anos, é uma das grandes promessas do BMX nacional destacou sua preparação para chegar à medalha: Fiquei muito feliz com a conquista da medalha. O objetivo era conquistar o primeiro ou o segundo lugar. Durante a descida na largada eu fui fechada e fiquei para trás. Tive que fazer uma corrida de recuperação. Estou feliz e agradeço a todos por torcerem pelo BMX brasileiro”, e contou como foi a bateria final: “Durante a descida na largada eu fui fechada e fiquei para trás. Tive que fazer uma corrida de recuperação. Estou feliz e agradeço a todos por torcerem pelo BMX brasileiro”.

Anderson Ezequiel #380 é o primeiro homem a conquistar uma medalha para o BMX Racing foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Na final masculina, a disputa foi até os metros finais com diferenças apertadas entre os pilotos. No corpo a corpo das primeiras curvas o vice campeão sul-americano,  Gonzalo Molina, o colombiano Carlos Ramirez e o venezuelano Jefferson Milano se enroscaram, enquanto um pouco mais à frente, quadro pilotos rodavam lado a lado.

 O primeiro lugar ficou com o equatoriano Alfredo Campo que venceu as 6 baterias que disputou antes de conquistar o ouro. A segunda posição, a 0s380 ficou com o brasileiro Anderson Ezequiel, tendo o argentino Federico Villegas colado em sua roda com o terceiro lugar. Renato Rezende ficou a apenas 0s024 milésimos da medalha de bronze.

A campeã brasileira de 2019 Paola Reis conquistou a medalha de prata –
foto: Gabriel Heusi / Lima 2019

O medalha de ouro, Alfredo Campo destacou o cansaço do longo dia de disputas: “Quando cruzei a meta senti um alivio, foi um dia muito longo de competições com sete corridas na pista. Foi extremamente exigente, mas estou contente de estar desfrutando desse  momento!”.

Andinho que há dois anos está radicado na Flórida, nos Estados Unidos aonde treina destacou a importância desse trabalho no exterior para seu crescimento no esporte. “Acredito que a minha experiência no exterior auxiliou muito. Era o que faltava para chegar no nível dos grandes adversários. Estar nos Estados Unidos e competir com os melhores do mundo ajuda bastante na minha evolução”, além disso revelou que não se encontrava em 100% da suas condições: “Acredito que superação é a palavra que define bem esse resultado. Nos últimos dias passei por uma infecção intestinal que acabou atrapalhando um pouco o meu planejamento, mas não desanimei, continuei treinando firme e hoje, durante a final, apesar de não estar me sentindo 100%, consegui fazer uma excelente largada e lutei até os últimos metros pela medalha de ouro. De qualquer forma estou saindo muito satisfeito com a prata”, e comemorou sua medalha agradecendo: “Estou muito feliz. Acredito que é uma medalha inédita para o Brasil no BMX. Estou feliz por representar bem o país e só tenho a agradecer a todos os que me ajudaram: o meu treinador, a milha família e os meus patrocinadores, ao COB e à CBC pela oportunidade”.

As duas medalhas de prata foram muito comemoradas pelo gestor de alto desempenho da CBC, Fernando Firmino que declarou “Uma série de fatores faz um esporte virar uma potência. Depende de revelação de novos talentos e de investimentos ao mesmo tempo. O BMX brasileiro vive um momento especial, com investimento tanto do COB quanto da confederação. Acredito que estamos no caminho certo porque os resultados estão acontecendo”.

Paola, Mariana e Stefanny – o pódio feminino do BMX Racing – foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

JOGOS PAN AMERICANOS LIMA 2019

Pista de BMX Racing Costa Verde San Miguel –

Feminino

1- Mariana Pajón – Colômbia – 36s323

2- Paola Reis – Brasil +1s260

3- Stefany Hernandez – Venezuela +1s783

4- Priscilla Stevaux – Brasil +1s799

5- Shanayah Howell – Aruga +2s307

6- Gabriela Bolle – Colômbia  +2s554

7- Drew Mechielsen – Canadá +2s731

8- Daiana Tuchscherer – Canadá +3s278

Andinho, Alfredo e Federico – foto : Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Masculino

1- Alfredo Campo – Equador – 32s113

2- Anderson Ezequiel – Brasil  + 0s380

3- Federico Villegas – Argentina +0s601

4- Renato Rezende – Brasil +0s844

5- James Palmer – Canadá +1s276

6- Jefferson Milano – Venezuela – DNF

7- Gonzalo Molina – Argentina – DNF

8- Carlos amirez – Colombia – DNF

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