Em Les Gets, na Alta Sabóia, na França, Alessandra Keller e Alan Hatherly usaram praticamente a mesma tática para conseguir a vitória na sexta etapa da Copa do Mundo de XCC. Parece coincidência, mas os dois souberam se posicionar, aguardar o desgaste dos oponentes para atacar na última volta. Na prova masculina destaque para corrida de recuperação do campeão mundial Sam Gaze que caiu na primeira volta, foi para o fundo do pelotão e terminou em 3º. Na Sub23 Bjorn Riley e Isabela Holmgren, vencem pela segunda vez na temporada, e Giugiu Morgen termina na 12ª posição
Ponto já tradicional do mountain bike internacional, Les Gets, na Alta Sabóia, é conhecida por ter um dos percursos de pista curta mais difíceis do circuito, com uma largada/chegada particularmente rápida e com rock gardens – os jardins de pedra plantados pelos organizadores que são verdadeiras armadilhas para os competidores. Em um dia de temperatura agradável com condições de terreno seco, as disputas desta sexta-feira (5/7) reuniram homens e mulheres para disputas das provas da Elite e Sub23, isto por que a prova francesa é daquelas que tem um programa completo com dois finais de semana, primeiro o XCM e no final de semana seguinte com XCC-XCO e Downhill.
PIETERSE ENTROU COM TUDO, MAS FALTOU FORÇA PARA RESISTIR AO ATAQUE DE KELLER
A prova da Elite Feminina, válida pela sexta etapa da Copa do Mundo de XCC teve uma largada bastante tranquila, com o habitual ataque da italiana Chiara Teocchi puxando a fila e forçando desde as primeiras pedaladas e esticando o pelotão.
Savilia Blunk que largou na primeira fila, não conseguiu acompanhar a aceleração e perdeu algumas posições, enquanto Puck Pieterse, Alessanda Keller ainda estudavam o movimento do grupo que já tinha no comando a norueguesa Jenny Rissveds
Ainda na primeira volta, Jenny Rissveds chegou à primeira posição, mas ao fechar a volta Puck Pieterse já estava na ponta e no primeiro trecho de subida, aumentou o ritmo. Uma aceleração vigorosa que esticou e dividiu o pelotão em pequenos grupos. A neerlandesa mantinha o ritmo elevado e tudo indicava que o estrago no grupo perseguidor já estava feito, poucas conseguiam manter-se a uma pequena distância.
O trio formado por Alessandra Keller, Rebecca Henderson e Evie Richards com um ritmo mais elevado se distanciava do segundo grupo onde estavam Candice Lill, Gwen Gibson, Savilia Blunk.
Na frene Pieterse tentava fazer sua corrida solitária e na sexta volta ela conseguiu levar sua vantagem para mais de 10 segundos e parecia que se conduzia para mais um voo solitário, porém Evie Richards tomou o comando e foi ao ataque, aumentando o ritmo, sendo acompanhada por Keller, que deixou o trabalho pesado para a britânica, enquanto Henderson ficava a uma ou duas bicicletas de distância.
Na penúltima volta as três buscavam encurtar ainda mais a distância, em um momento de fraqueza, Keller ultrapassa a britânica Richards e inicia a perseguição à líder. Na descida, Keller estava uma curva atrás de Pieterse, apenas três segundos as separavam.
Keller teve a opção de passar quando eles atingiram a subida na grama, mas optou por se colocar na roda de Pieterse. Richards conseguiu se recuperar para se manter na quarta posição. Pieterse matinha seu próprio ritmo quando Keller assumiu a liderança da corrida pela primeira vez. A suíça aproveitou o momento para castigar na subida, e abrir espaço na descida e foi assim até o final, mantendo uma pequena vantagem, mas sem ser incomodada
Ao final da prova avaliando os tempos foi possível perceber que Keller soube dosar sua energia e usá-la no mento certo, pois sua última volta foi a mais rápida da corrida, cobrindo o percurso no circuito curto de 1,07 km de Les Getrs em 2m17.
Pieterse se mostrava esgotada pelo esforço inicial e pela longa jornada que tentou fazer sua prova solo, mas Henderson não conseguiu chegar com a força suficiente para tirar a neerlandesa do 2º lugar e foi forçada a se contentar com o 3º. Richards perdeu novamente o contato na última volta, mas fez o suficiente terminar em 4º lugar, com Gibson em 5º.
Sobre a disputa com a holandesa, Alessandra Keller comentou: “Puck foi porque ela gosta de fazer a corrida rápida, enquanto eu pensava em economizar energia. O diretor da equipe me disse para focar no segundo lugar. Ao passar pela penúltima volta pensei que estava perto. Fechamos a lacuna, tentei fazer as outras trabalharem e trabalhamos muito bem juntas. Pegamos a Puck novamente e eu passei pela zona de ataque”, apesar dessa estratégia Keller comentou que “não tinha um plano”, apenas entrou em ação. Na classificação geral Alessandra Keller mantém a liderança
HATHERLY COM ATAQUE NA ÚLTIMA VOLTA VENCE APÓS 2 ANOS DA ÚLTIMA VITÓRIA NO XCC
Na prova masculina,o alemão Luca Schwarzbauer e o chileno Martín Vidaurre tomaram a ponta do pelotão, logo após a largada, sendo seguidos por Aldridge, Litscher e Haterly. O estilo arrebatado do alemão o colocou mais uma vez liderando o grupo pela subida.
No fundo do pelotão, o campeão mundial passava com marcas de grama na roupa, o tombo no começou o colocou em posição delicada e precisou de muito esforço para se recolocar na disputa.
Schwarzbauer manteve a intensidade por 4 voltas, Thomas Litscher não saia de sua roda, e Aldridge estudava os movimentos, havia no grupo muito equilíbrio, mas o alemão vez ou outra aumentava o rimo para sinalizar que estava com força.
Na metade da corrida, Schwarzbauer liderava com Litscher, Hatherly, Aldridge e Vidaurre perseguindo. O alemão sinalizou para que alguém tomasse a ponta para revezar, Litscher aceitou a tarefa. A essa altura havia um grupo de sete ciclistas na ponta, era o momento em que começavam a se medir forças e tentar aproveitar o momento para algum ataque ou sair de trás e tomar a ponta.
Gaze vinha crescendo, e faltando três voltas já estava na 10ª posição, enquanto na frente o sul-africano Haterly tomou o comando e forçou o ritmo, um golpe que Blevins e Vidaurre não assimilaram e passaram a perder posições.
Haterly travou um duelo com Schwarzbauer na subida, mas o alemão já cansado se posicionou atrás do sul-africano, depois foi a vez de Aldridge forçar, enquanto Gaze já rodava na 6ª posição no grupo dos ponteiros.
Em um momento de falsa calmaria, com uma queda no ritmo antes de abrirem a última volta, Aldridge aproveitou para atacar, seu companheiro de equipe Hatherly acompanhou e na curta descida que viria depois tomou a dianteira
Hatherly aumentou sua vantagem e parecia que apenas Gaze que vinha de uma remontada e chegando no ponteiro poderia atrapalhar. Mas Hatherly foi inteligente ao atravessar o jardim de pedras, usando o traçado mais limpo abriu uma boa vantagem, com seu companheiro Aldridge em segundo, sprintando para não ser alcançado por Gaze que terminou em 3º Schwarzbauer, que mais uma vez fez muita força, terminou em 4º, Litscher foi o 5º.
Nesta etapa, não tivemos a participação de Ulan Galinski que está priorizando a sua preparação para os Jogos Olímpicos de Paris, a menos de um mes, a prova masculina acontece no dia 29 de julho.
Hatherly tinha muito a comemorar, fazia mais de dois anos que não subia ao pódio, sua última vitória no XCC foi em e Petrópolis, no Brasil em abril de 2022 : “Já faz muito tempo e estou super feliz que hoje valeu a pena. Tive a confiança necessária para dificultar as coisas antes da última volta para tirar vantagem dos rapazes. Guardei algo no tanque para dar aquele aperto no final”.
Na classificação geral uma mudança, sem correr, Victor Koretzky perdeu a liderança para Samuel Gaze que tem 904 pontos, o francês está em segundo com 850 pontos; o alemão Shwarzbauer é o 3º com 797 pontos – Não há nada definido, e ainda há mais duas etapas – Mt Van Hoevenberg – Lake Placid, nos Estados Unidos no final de setembro e Mont Sainte-Anne em outubro.
SUB23 : ISABELLA HOLMGREN E BJORN RILEY CONQUISTAM EM LES GETS A 2ª VITÓRIA NA TEMPORADA
Na prova das garotas da Sub23, Isabella Holmgren superou a líder da classificação geral do XCC Kira Böhm , conquistando sua segunda vitória na temporada (ela também tem 2 vitórias no XCO).
Holmgren foi ao ataque e com um grande esforço conseguiu se distanciar do pelotão na metade da corrida, fazendo uma prova solo e cruzando a linha de chegada com 3 segundos de vantagem sobre Böhm. Sina Van Thiel chegou logo atrás de sua compatriota, obtendo seu melhor resultado na temporada..Olivia Onesti foi a 4ª colocada e Ginia Caluori a 5ª.
A brasileira Giuliana Morgen na penúltima volta ela chegou a ganhar algumas posições andando na 9ª colocação, mas faltou força para manter a posição, terminando na 12ª colocação.
Homgren destacou que o ataque não estava planejado, mas deu certo: “realmente não entrou como um plano, porque é um percurso muito técnico com todas as pedras e tudo mais. Eu simplesmente senti e pensei que seria melhor ir mais cedo do que deixar para mais tarde. Numa volta tive um problema nas rochas e nunca se sabe se isso vai acontecer novamente”.
Sem a presença de Riley Amos, vencedor de 4 das 5 etapas que disputou, Bjorn Riley teve de dar duro para conseguir sua segunda vitória na temporada.
Em uma disputa intensa que se estendeu por praticamente as 10 voltas Riley teve o suíço Finn Treudler como principal adversário, até a metade da prova um grupo onde estavam o alemão Paul Schehl, o neerlandês Rens Teunissen Van Manen, o ucraniano Hudyma, entre outros tentaram acompanhar.
A vitória de Riley foi apertada, apenas 3 segundos de vantagem, ao final comentou “ Fiquei super relaxado a semana toda, porque adoro esse circuito. Fiquei super feliz e resolvi brigar com todos os meus amigos. Estou tão orgulhoso do que fiz este ano que, independentemente do resultado, estou feliz com isso. Saber que estou seguro nesta carreira me torna o homem mais feliz do mundo. Ganhar é apenas um bônus”.
O brasileiro Alex Malacarne não disputou o XCC.
Na classificação geral, Riley Amos lidera com 600 pontos, mas seu compatriota Bjorn Riley encostou, reduzindo a vantagem para apenas 10 pontos – (590), a terceira colocação é do suíço Dario Lillo com 418.
Whoop UCI MTB World Series – Copa do Mundo de Mountain Bike – Alta Sabóia – Les Gets /França – 6ª etapa
XCC – Short Track – Circuito Curto
Elite feminina – circuito de 1.07 km x 8 voltas – 8.56 km – 40 competidoras de 19 países
🥇 – Alessandra Keller 🇨🇭 – Thömus Maxon – 19m50s – vel. média 25.885
🥈- Puck Pieterse 🇳🇱 – Alpecin Deceuninck +3s
🥉- Rebecca Henderson 🇦🇺 – PrimaflorMondraker Racing Team +5s
4- Evie Richards 🇬🇧 – Trek Factory Racing-Pirelli +10s
5- Gwendalyn Gibson 🇺🇸 – Trek Factory Racing-Pirelli +26s
Elite Masculina – circuito de 1.07 km x 10 voltas – 10.70 km – 40 competidores de 17 países
🥇 – Alan Hatherly – 🇿🇦 – Cannondale Factory Racing – 21m28s – vel. media 29.901 km/h
🥈- Charlie Aldridge – 🇬🇧 – Cannondale Factory Racing +4s
🥉- Samuel Gaze 🇳🇿 – Alpecin-Deceuninck +5s
4- Luca Schwarzbauer – 🇩🇪 – Canyon CLLCTV XCO +6s
5- Thomas Litscher 🇨🇭 – Lapierre Mavic Unity +7s
Sub23 Feminina – circuito de 1.07 km x 8 voltas – 8.56 km – 40 competidoras de 17 países
🥇- Isabela Holmgren 🇨🇦 – 20m50 – vel. Média 29.952 km/h
🥈 – Kira Böhm 🇩🇪 – Cube Factory Raing +3s
🥉- Sina Van Thiel 🇩🇪- Lexware Mountainbike Team +4s
4- Olivia Onesti 🇫🇷 – Trinx Factory Team +9s
5- Ginia Calouri 🇨🇭– Willier-Vittoria Factory Team XCO +10s
12- Giuliana Morgen 🇧🇷 – Trek Future Racing +41s
Sub23 Masculina – circuito de 10.7 km x 10 voltas – 10.70 km – 40 competidores de 17 países
🥇- Bjorn Riley 🇺🇸 – Trek Future Racing – 22m08s – vel. media 28.990 km/h
🥈 – Finn Treudler 🇨🇭 – Cube Factory Raing +3s
🥉- Rens Teunissen Van Manen 🇳🇱 – KMC Ridley MTB Racing Team +6s
4- Oleksandr Hudyma 🇺🇦 – KMC Ridley MTB Racing Team +7s
5- Martin Groslambert 🇫🇷 – JB Brunex Superior Factory Racing +8s