Números relativos à produção das fábricas instaladas em Manaus revelam o pior desempenho para o mês de abril desde 2011, queda foi de 86,7% quando comparado ao mesmo mês do ano passado, dados são da Abraciclo. Fábricas pararam devido à Covid-19
A pandemia da Covid-19 provocou uma parada brusca na produção de bicicletas nas fabricantes instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), em abril saíram das linhas de produção de quatro fábricas apenas 10.071 bicicletas . Se comparado ao mês de março, início da pandemia, a queda foi de 81,4% quando foram produzidas 54.115 unidades, porém se a comparação for feita com abril de 2019, o tombo é ainda maior, com um volume 86,7% inferior (75.680 unidades); esse foi o pior resultado de produção para abril registrado desde 2011 (53.850 unidades).
Até o fechamento do primeiro quadrimestre de 2020 foram produzidas nas fabricas de Manaus 180.994 bicicletas; ao comparar esses números com os do ano passado fica clara a retração de 30,2% , no mesmo período em 2019 foram 259.422 unidades.
Sobre a produção do período, Cyro Gazola, vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo, destacou, “Registramos em abril um dos piores meses para o segmento no ano, com cerca de 75% das fábricas de bicicletas instaladas no PIM tendo suas operações paralisadas, diante da necessidade de preservação da saúde de seus colaboradores”, a repercussão disso também levará a ajustes, “devido ao cenário atual iremos, em breve, revisar nossas projeções para 2020” completou Gazola.
Gazola destaca que a Abraciclo está buscando formas de minimizar as dificuldades de caixa das associadas e de seus parceiros no varejo, que também foram fortemente impactados pela paralisação das atividades: “Estamos apresentando pleitos junto ao governo federal sobre as necessidades operacionais das fabricantes de bicicletas”.
No início de maio somente 25% das fábricas de bicicletas instaladas no PIM estavam com a produção paralisada, informa Gazola. Entre as fábricas em operação, foram adotadas medidas preventivas para os funcionários, tais como uso termômetros digitais para a medição de temperatura antes da entrada, mudança no layout da linha de produção para assegurar o distanciamento necessário entre os trabalhadores, fornecimento de máscaras de proteção, ampla distribuição de álcool em gel 70% e alterações no sistema de ônibus fretado com a circulação demais unidades e a maior separação dos passageiros entre as poltronas, entre outras
As e-bikes foram as que sofreram a menor queda no volume de produção, com 251 bicicletas, uma retração de 27,7% ante as 347 unidades registradas em março deste ano. Porém ao se comparar com abril do ano passado, quando foram produzidas apenas 67 e-bikes o crescimento foi de 274,6%.
Mantendo a tendência do setor, a bicicleta do tipo mountain bike, mesmo com queda de produção, ainda é a mais produzida com 7.112 unidades em abril; com uma queda de 78% em relação a março (32.277 unidades) e de 83,2% na comparação com abril de 2019 (42.344 unidades).
De janeiro a abril/2020 as mountain bikes lideraram o ranking de modelos mais produzidos, com 108.114 unidades que representam um domínio absoluto com uma participação de 59,7% do volume que sai das fábricas de Manaus. A segunda posição é ocupada pelas bicicletas Urbanas ou de Lazer (52.595 unidades e 29,1%), seguidas pela Infantojuvenil (14.726 unidades e 8,1%), Estrada (3.542 unidades e 2%) e Elétrica (2.017 unidades e 1,1%).
A região Sudeste recebeu 3.987 unidades, correspondendo a um recuo de 87,9% na comparação com março do presente ano (32.992 unidades) e de 90,6% em relação a abril do ano passado (42.522 unidades). O Nordeste foi o segundo mercado em volume com, com 2.740 bicicletas, uma queda de 60,8% quando comparada às 6.988 unidades registradas em março. Em relação a abril do ano passado, a redução é de 65,9% (8.043 unidades). Uma retração de
O terceiro lugar desse ranking de bicicletas recebidas para comercialização é da região Sul com 2.389 bicicletas, com uma retração de 71,2% para as 8.286 unidades de março/2020, e em relação a abril/2019 (10.493 unidades), o resultado ficou 77,2% menor.
No Centro-Oeste, o recuo foi de 79,7%, encolhendo de 3.684 bicicletas recebidas em março para 749 unidades em abril. Na comparação com abril do ano passado (4.533 unidades) a queda foi de 83,5%.
A região Norte ficou com 206 bicicletas, volume 90,5% inferior na comparação com março (2.165 unidades) e 98% menor ante as 10.069 unidades registradas em abril de 2019.
De janeiro a abril, a região Sudeste recebeu 96.955 unidades e 53,6% do volume total distribuído. Em seguida, vem o Sul (31.260 unidades e 17,3%), Nordeste (28.899 unidades e 16%), Centro-Oeste (13.781 unidades e 7,6%) e Norte (10.099 unidades e 5,6%).
A queda nos volumes também aconteceu nas importações de bicicletas recebidas no mês de abril, um reflexo direto da paralização nas linhas de produção das fábricas asiáticas, as primeiras a sofrerem com os bloqueios pela Covid-19. Segundo os dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, em abril foram importadas 732 bicicletas em todo o país. Na comparação com março, a queda foi de 91,4% (8.495 unidades). Em relação ao mesmo março/2019 o recuo chegou a 81,2% (3.892 unidades).
A China foi a maior fornecedora de bicicletas importadas, com 572 unidades ou 78,1% do volume, seguida por Taiwan (14,5% e 106 unidades) e Vietnã (6,7% e 49 unidades).
As importações de bicicletas acumulam 22.045 unidades nos primeiros quatro meses do ano, com uma alta de 22,2% se comparadas às 18.040 unidades do primeiro quadrimestre de 2019, um sinal que antes da pandemia importadores tinham projeções positivas para o mercado de bicicletas, mesmo em um cenário de recessão econômica. Da China foram importadas em 4 meses 18.645 unidades ou 84,6% do total; Taiwan exportou para o país 1.560 unidades/ 7,1% e o Camboja 1.021 unidades /4,6%.
Os dados analisados pela Abraciclo no portal Comex Stat trazem também as exportações brasileiras com apenas 15 unidades surpreendentemente despachadas para a Coreia do Sul. Um volume que despencou 98% ante as 749 unidades registradas em março/2020 e de 99,6% na comparação com abril/2019 (3.982 unidades).
Apesar da desvalorização do real, em relação a outras moedas, o acumulado das exportações apresenta uma queda de 63% com 1.977 unidades em relação ao mesmo período de 2019 quando foram exportadas 5.344 bicicletas. Os três principais destinos foram Paraguai, com 1.142 unidades e 57,8% do volume exportado, Bolívia, com 505 unidades e 25,5%, e Uruguai, com 150 unidades e 7,6% de participação.