Felt muda de mãos: Após um ano de resultados negativos e a venda da Time Sport para a Sram, o Grupo Rossignol se desfaz de outra marca icônica, vendendo a californiana Felt Bicycles para o Pierer Mobility AG , dona também da KTM e Husqvarna e-Bikes
Pouco a pouco a Rossignol, marca mais reconhecida nos esportes de inverno, produzindo esquis e roupas, se desfaz das marcas ligadas ao ciclismo de alta performance. Foi assim no começo do ano quando vendeu para a Sram , a Time Sport voltada para a produção de pedais e sapatilhas e com a produção de quadros e bicicletas para o Cardinal Cycling Group. No mundo das duas rodas a marca manterá apenas sua linha de mountain bikes.
O grupo Rossignol passou a apontar para marcas icônicas do ciclismo em 2016 quando comprou a Time Sport, um ano depois comprou a Felt Bicycles , porém a direção optou por vender essas marcas mais tradicionais e focar em linhas de esportes de inverno.
ROSSIGNOL ERA DONA DA TIME E DA FELT
A Felt foi fundada em 1991 na Califórnia, pelo engenheiro, mecânico e triatleta Jim Felt; e se no início se destacou no triatlo dando novas formas aos quadros de alumínio, Paula Newby-Fraser venceu um IronMan com uma dessas criações. Felt sempre procurou revolucionar a bicicleta de triatlo, trabalhando sempre com a posição aerodinâmica do triatleta na bicicleta. Mas os bons resultados também levaram a marca para o ciclismo de estrada chegando a patrocinar em 2013, a Argos-Shimano de Marcel Kittel que venceu quatro etapas do Tour de France.
A marca estadunidense também despontou nos trabalhos com a fibra de carbono e apostou muito no desenho aerodinâmico dos quadros, mas também chegou ao mountain bike, desenvolvendo inclusive sua particular traseira para as full suspension e patrocinando a equipe suíça JB Brunex Felt Factory Team nas etapas da Copa do Mundo até 2020. Porém, em 2021 a Felt, sob o controle da Rossignol deixou os pneus grossos e se concentrar em suas origens no triatlo e no ciclismo e suas variantes de ciclocross, pista, gravel e híbrida. Os novos donos não disseram os novos rumos da marca ou se a linha de MTB será retomada.
NOVO DONO DETÉM MARCAS DE DESTAQUE COMO KTM E HUSQVARNA
Para a Pierer Mobility AG a aquisição é mais um posicionamento estratégico em busca de uma maior participação global no mercado, fortalecendo-se na América do Norte.
O grupo está por trás de marcas de grande sucesso no mundo do off-road das duas rodas, sendo proprietário da KTM, Husqvarna Motorcycles e GasGas ; além disso em 2919 criou a estabeleceu a Pierer E-Bikes GmbH , na Áustria para trabalhar na inovação, tecnologia avançada e design de bicicletas elétricas. Ao seu portfólio de bicicletas KTM, Husqvarna E-Bicycles, GASGAS e R Raymon ganha força em muitos mercados com a Felt.
A PIERER E-Bikes GmbH continua construindo um portfólio de marcas de bicicletas que podem ser consideradas premium, cobrindo todas as categorias, com a FELT Bicycles que agora junta à Husqvarna E-Bicycles, GASGAS e R Raymon.
Para a Rossignol a venda da Felt pode se um alivio em seu caixa que fechou o exercício fiscal 2020-21, concluído em março deste ano com uma queda de 25% no volume de negócios. O resultado é impacto direto das restrições pela Covid-19 que obrigaram ao fechamento de estações de esqui em toda Europa. Ainda em 2020 o grupo demitiu mais de 90 colaboradores, numa tentativa de reduzir custos e redimensionar sua atividade industrial direcionada ao mercado de esportes de inverno.
“A aquisição da FELT Bicycles se encaixa perfeitamente na estratégia geral da PIERER E-Bikes – tornar-se um player global no campo da mobilidade em duas rodas, com bicicletas elétricas e não elétricas, em todas as categorias de ciclismo. Com a FELT, podemos expandir nosso portfólio de bicicletas e também entrar fortemente no mercado norte-americano com uma marca estabelecida e de alto desempenho. A empresa também está fortemente envolvida na competição, o que nos atrai ainda mais”, destaca Stefan Pierer, CEO da Pierer Mobility AG.
O lado negativo dessas aquisições, é que a marca perde a originalidade da nacionalidade no país em que ela foi criada. Isso é algo que a aquisição elimina completamente, ficando apenas o nome por questões de marketing e de participação no mercado.