GLASGOW’2023: FESTA FRANCESA COM DOBRADINHA E PENTACAMPEONATO DE PAULINE NO XCO

As francesas dominaram a prova de cross country olímpico no Mundial de Glasgow com a dobradinha Pauline Ferrand-Prévot e Loana Lecomte. Mais um resultado histórico de Pauline que chega ao pentacampeonato do XCO e maior vencedora da modalidade, ao todo em sua carreira ela tem 11 títulos mundiais

Loana Lecomte e Pauline Ferrand-Prévot comemoram o 1-2 francês Foto: UCI

Maior campeã do mountain bike, Pauline Ferrand-Prévot escreveu na pista da Floresta de Glentress mais uma página  da história da modalidade ao conquistar seu quinto campeonato mundial só no cross country (Vallnord’2015, Mointe Sainte-Anne’2019, Leogang’2020, Les Gets’2022 e Glasgow’2023), superando a marca da sueca Gunn-Rita Dahle Flesja quatro vezes campeã no início dos anos 2000.

A conquista é ainda mais impactante pois, a exemplo do que fez no ano passado em Les Gets ela fez isso conquistando antes a camisa arco-íris no XCC – circuito curto, sendo bicampeã consecutiva. Ao todo no mountain bike são 11 títulos entre o xco, xcc, maratona e revezamento por equipes que se somam a um de estrada, Porferrada’2015, um de ciclocross Taobor’2015 e ao de gravel , Vêneto’2022.

Pentacampeã mundial de XCO – mais um pra coleção de Ferrand-Prévot – foto: UCI

Neste mundial mais uma vez ela deu sua demonstração de força e superioridade ao entender que nesse circuito a melhor escolha seria utilizar uma bicicleta de traseira rígida (Dogma XC Hardtail XC ) como já havia feito em outros três mundiais e ao seu estilo atacar sua compatriota Loana Lecomte e partir em uma prova solitária, sem baixar o ritmo até a chegada.

A prova começou com um ataque da francesa Loana Lecomte que teve a companhia da neerlandesa Puck Pieterse que comandaram a volta de largada (start loop) no circuito de 1,5 km seguidas pela britânica Evie Richards, a suíça Alessandra Keller e a italiana Martina Berta.

Loana Lecomte – foto: UCI

Quando as ciclistas entraram no circuito de 3,5 km, Loana Lecomte fez um primeiro ataque e abriu a primeira lacuna que serviu para espalhar as ciclistas pelo circuito, sendo seguida por Puck Pieterse ,  Martina Berta,  Alessandra Keller e Pauline que avaliava as adversárias.

Na segunda volta, quando Lecomte tentava comandar e se destacar do grupo de perseguidoras, Ferrand-Prévot saiu de trás com muita força e um ataque que rompeu o grupo e que abriu uma brecha de 14 segundos sobre sua companheira Lecomte e de 33 segundos sobre Puck Pieterse.

As francesas estavam no comando da prova, com Pauline abrindo caminho e se distanciando e Loana tentando perseguir, com esse movimento a dupla não tinha mais perseguidoras, e na metade da prova corriam isoladas tendo atrás a Alessandra Keller, Puck Pieterse e Evie Richards  e um pouco mais distante, tentando se conectar, a austríaca Mona Mitterwallner que no final de semana anterior havia vencido o mundial de Maratona-XCM.

À frente Pauline reinava absoluta, com mais de 1 minuto de vantagem sobre Lecomte que tinha uma folga de 41 segundos sobre o grupo que disputava a medalha de bronze, onde Mona Mitterwallner havia assumido o comando ultrapassando a Evie Richards e a Alessandra Keller que mostrava sinais de cansaço e sofrimento nas subidas.

Puck Pieterse, atacou nos trechos finais para garantir o bronze – foto: UCI

Enquanto Pauline comemorava seu quinto mundial e já abraçando sua compatriota Lecomte que ficou com o segundo lugar, com uma dobradinha com ouro e prata em um mundial que só aconteceu 4 vezes, sendo o último em 1997 com as italianas Paola Pezzo e Nadia de Negri, o  duelo pelo bronze se tornou intenso com Mitterwallner tentando se descolar de Pieterse, que não conseguia acompanhar a força da austríaca, porém no último trecho de subida a neerlandesa conseguiu surpreendê-la, assumindo a ponta e se distanciando no trecho de descida e que levava para a chegada assegurando a terceira posição.

O Brasil entrou na disputa com três ciclistas, porém como metade do pelotão, acabaram sofrendo no circuito rápido e com uma subida exigente. Raiza Goulão e Karen Olímpio terminaram uma volta atrás da vencedora e Hercília Najara ficou no corte a 3 voltas.  

Loana, Pauline e Puck – pódio do Mundial de XCO – foto: UCI

Campeonato do Mundo de Ciclismo – Glasgow’2023

XCO – Cross Country Olímpico

Elite Feminina  – 62 competidores – 1 volta de largada 1,5 km + 7 voltas x 3,5 km – Distância: 26.0 km

1- Pauline Ferrand-Prévot – França – 1h24m14s

2- Loana Lecomte – França +1m14s

3- Puck Pieterse *– Países Baixos +1m27s

4- Mona Mitterwallner* – Áustria +1m31s

5- Alessandra Keller – Suíça +2m23s

40- Raiza Goulão – Brasil   -1 volta

42- Karen Olímpio – Brasil  -1volta

51- Hercília Najara – Brasil  -3voltas

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