GLASGOW’2023: CHARLIE ALDRIDGE E SAMARA MAXWELL CAMPEÕES DA SUB23

Correndo diante de sua torcida Charlie Aldridge ataca na última volta e vence o mundial de cross country olímpico na categoria Sub23. Na prova feminina em um dia ruim da favorita Heby Pedersen, a neozelandesa Samara Maxwell teve seu grande dia e superou com uma facilidade, até então não vista ao longo da temporada, as suíças Blochlinger e Calouri

Campeão Mundial Junior em 2019 e em seu segundo ano na sub23, o escocês Charlie Aldridge que na Copa do Mundo ocupa a 33ª posição na classificação geral, junto aos melhores da Elite, não deu a mínima chance de reação à dupla Adrian Boichis e Dario Lillo que domina as etapas da Copa do Mundo para ciclistas com menos de 23 anos.

A prova foi marcada desde a largada pela intensidade do grupo formado por Aldridge, o estadunidense Riley Amos, o francês Boichis e o suíço Lillo que tomaram a dianteira, selecionando e rachando o pelotão desde o início e já na segunda volta rodavam com uma vantagem que superava os 15 segundos sobre um grupo comandado pelo italiano Andreas Vittone e o neerlandês Tom Schellekens que tentavam não perder contato.

A corrida era mesmo entre os quatro ponteiros, com Boichis e Lillo repetindo os duelos da Copa do Mundo e com ataques, contra-ataques que só fizeram aumentar a diferença para os pequenos grupos de perseguidores que se formaram atrás. Na quinta volta, Riley acusou o esforço e começou a ceder terreno para o trio, sem forças para acompanhá-los.

O trio formado por Lillo, Boichis e Aldridge mantinha a consistência e reconhecendo que a decisão estaria entre eles, pois Amos estava a mais de 40 segundos e o grupo com Schellekens, o neozelandês Rose e o dinamarquês Lillelund tinha um atraso de 1m20s.

Abrindo a última volta, o suíço Lillo ataca na reta de chegada, mas Boichis e Aldridge não perdem sua roda e já sentindo a temperatura da sua torcida aumentar, Aldridge toma a dianteira e força mais uma vez o ritmo dando início a uma série de ataques que só foram respondidos por Boichis, porém o ritmo do escocês era bem mais alto que o do francês e assim consegue abrir uma pequena vantagem e assegurar a necessária tranquilidade para cruzar a linha de chegada vibrando com a sua torcida. Boichis foi o segundo, Lillo o terceiro, Amos que se havia desgarrado do trio manteve-se isolado para terminar em quarto, e Schellekens em quinto a quase dois minutos do vencedor.

Entre os brasileiros, Gustavo Xavier teve o melhor desempenho, terminando na 24ª posição após ter começado no primeiro grupo perseguidor, mas perdendo terreno a partir da metade da prova. Alex Malacarne com problemas físicos esteve muito abaixo do seu desempenho habitual, em uma luta entre corpo e mente ao longo da prova terminando em 45º. Estreando na categoria sub23 Eiki Leoncio teve problemas na largada ao ser envolver em um enrosco, caindo e comprometendo seu desempenho foi o 75º, a duas voltas do vencedor.

Baixa imunidade comprometeu o desempenho de Malacarne – foto: Michal Cerveny

A prova das garotas teve um roteiro bem diferente,  com um domínio absoluto desde os primeiro metros do circuito da neozelandesa Samara Maxwell, a quarta colocada na classificação geral da Copa do Mundo  correu como ainda não tinha feito na atual temporada tomando a dianteira e comandando a corrida, tendo em sua roda na primeira volta as suíças Ronja Blochlinger e Noelle Buris, a italiana Sara Cortinovis e a húngara Kata Blanka Vas que saiu do fundo do pelotão, largando em 42º e já na volta de largada (start loop) aparecia na 5ª colocação.

Grande favorita para a camisa arco-íris ou ao menos uma medalha, a dinamarquesa Heby Pedersen, líder disparada da Copa do Mundo com 4 vitórias em 4 etapas, errou em uma curva e caiu logo no início da prova perdendo contato com as ponteiras e sofrendo para conseguir se reintegrar ao grupo das mais fortes.

Maxwell forçava e mantinha o ritmo elevado, em um circuito aonde a força fez o diferencial e assim pouco a pouco foi se distanciando das adversárias, abrindo mais de 15 segundos sobre Blochinger que também estava destacada do grupo da húngara Vas, das suíças Buri e Calouri, da italiana Cortinovis e de Pedersen que não mostrava consistência para acompanhar o grupo.

Isolada na ponta, Maxwell continuava a abrir vantagem, porém cometeu um pequeno que quase a levou ao chão, quase sem se importar retomou o ritmo rumo à camisa arco-íris. Enquanto isso, começava um duelo suíço com Calouri encostando em Blochinger e começando um duelo intenso pela medalha de prata por quase 2 voltas, até o erro de Blochinger que deu espaço para que sua compatriota se firmasse na segunda colocação e com uma vantagem na última volta de 26 segundos.  

Duelo suíço pela medalha de prata – Ginia Calouri e Ronja Blochlinger – foto: UCI

Única representante brasileira na prova Giuliana Morgen, desde a largada ocupou o grupo intermediário, entre a 24ª e 26ª colocação e no final aumentando o ritmo para ganhar algumas posições e terminar em 22º lugar.

Campeonato do Mundo de Ciclismo – Glasgow’2023

XCO – Cross Country Olímpico

Sub23 Masculina – 89 competidores – 1 volta de largada + 7 voltas – Distância: 26.0 km

1- Charlie Aldridge – Grã Bretanha – 1h13m53s – vel. média 21.114 Km/h

2- Adrien Boichis – França +13s

3- Dario Lillo – Suíça +29s

4- Riley Amos – Estados Unidos +1m23s

5- Tom Schellekens – Países Baixos +1m57s

24- Gustavo Xavier- Brasil +4m26s

45- Alex Malacarne – Brasil +7m16s

75- Eiki Leoncio – Brasil  -2voltas

Sub23 Feminina – 55 competidoras – 1 volta de largada + 6 voltas – Distância: 22.5 km

1- Samara Maxwell – Nova Zelândia – 1h16m26s – 17.662 Km/h

2- Ginia Calouri – Suíça +1m01s

3- Ronja Blochlinger – Suíça +1m27s

4- Emilly Jonhston – Canadá +1m54s

5- Kata Blanka Vas – Hungria +2m18s

22- Giuliana Morgen – Brasil +7m44s

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