FIM DO VELÓDROMO JÁ FOI DECRETADO! SÓ NÃO FALARAM ÀS CLARAS

Duas matérias publicadas recentemente lançam sombras sobre o futuro do velódromo Olímpico do Rio de Janeiro: a madeira da pista será reciclada e o espaço se transformará numa casa de shows – Ao que parece o fim já foi decretado.  O caminho para essa constatação vem com as matérias de Fred Huber e Roberto Salim e que aqui no MundoBici ligamos uma à outra. Será que o fim do velódromo já estava decretado antes de sua inauguração?

O velódromo olímpico do RIO2016 em seu primeiro dia de competições ©UCI/Watson

Duas matérias publicadas pela imprensa, nos levam a um caminho um tanto sombrio quanto à longevidade da pista de pinho importado da Sibéria e o que será do novíssimo velódromo carioca após os Jogos Olímpicos e a Para-Olimpíada.

O jornalista Roberto Salim, em matéria publicada no Uol – Começa o ciclismo de pista, mas os escândalos do velódromo não acabam –  questiona os preços e lança em algumas duvidas:  “Será que custou os R$ 156 milhões anunciados oficialmente ou superou R$ 200 milhões, com as suplementações exigidas em cima da hora? E  em entrevista com o presidente da Federação Carioca de Ciclismo – FECIERJ – Claudio Santos – aponta seus receios quanto ao futuro do recinto: “Demolir como fizeram com o velódromo do Pan, eles não vão, mas são capazes de retirar a pista interna para virar uma casa de shows, pois tem muitos atrativos, como a arquibancada para 5 mil pessoas, além de ser totalmente climatizado”.

Porém uma matéria do jornalista Fred Huber – sob o título: Parque Olímpico, conheça os projetos para espantar os elefantes brancos publicada dois dias antes, no site globoesporte.com traz uma notícia que é de deixar toda a comunidade ciclística estarrecida: “Construído com o objetivo de fazer a captação de água da chuva. Neste estádio, há a necessidade de manutenção da temperatura a 28,5º C. A madeira utilizada para montar a pista onde os ciclistas vão correr tem certificação e, quando a Olimpíada acabar, foi doada para um projeto social em Morro da Cruz, Porto Alegre. Ela servirá para construir a sede, brinquedos e bancos.”

Sim caros leitores, vocês leram muito bem, segundo a matéria do Globo Esporte  a cara madeira importada que exigiu aclimatação e técnicos estrangeiros para a montagem da pista será transforada em uma casa de madeira, brinquedos e bancos, talvez um melhor fim que o madeiramento da pista do Pan’2007 que foi despedaçada e queimada, segundo comentários.

Basta seguir o caminho apontado nas duas matérias: uma casa de shows e a madeira doada e pronto:  o fim da pista já foi decretado e nenhum dos verdadeiros interessados foi avisado. Tudo mais uma vez foi arquitetado por burocratas que não pensam no desenvolvimento esportivo do país, pensam apenas em negócios, números e oportunidades.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Nuzman e o ministro do Esporte, Leonaro Picciani – no ato de entrega da do Velódromo em 26/06  Foto: Rio 2016/Paulo Mumia

E pelo jeito não haverá margem para o empurra-empurra do esqueleto do velódromo Pan-Americano  que desmontado saiu do Rio, foi para Pinhais e agora poderá ser transferido para Londrina,  segundo o jornalista Roberto Salim : “comenta-se que existe uma nova proposta da Confederação Brasileira de Ciclismo, para que o velho velódromo ou seus destroços sejam levados até Londrina — cidade que tem mais tradição no esporte. Muita gente duvida que a estrutura do Pan seja reerguida um dia. O que, convenhamos, não seria nenhuma surpresa”.

Se de fato se confirmar essa ação, já pré estabelecida para a desmontagem da pista, a reciclagem das madeiras e a transformação da arena em uma casa de espetáculos, mais uma vez o esporte e seu futuro serão colocados de lado para atender outros interesses. E você consumidor pagou por isso…