EM GLASGOW A SEGUNDA ETAPA DA COPA DO MUNDO DE PISTA

O velódromo Sir Chris Hoy, em Glasgow, recebeu a segunda etapa da Copa do Mundo de Pista. Praticamente sem tempo para descansar, após a abertura do mais importante evento de pista, depois do Mundial, os pistards mostraram suas qualidades diante de um público fanático, e vários ciclistas confirmaram o seu bom desempenho repetindo o pódio e assumindo a liderança da classificação da temporada mundial de pista 2019/2020

Final da Keirin foi emocionante, com a vitória do francês Sebastien Vigier por apenas 11 centésimos de segundo sobre o o alemão Maximilian Levy e de 0s012 para o russo Dmitriev foto: UCI/Swpix

Com um programa reduzido em relação à primeira etapa, disputada em Minsk (onde  foram disputadas 9 modalidades, contra 7 na Escócia),  a segunda rodada da Copa do Mundo de de Pista, disputada na arena que leva o nome do mais importante ciclista de pista da Grã Bretanha e da Escócia, Sir Chris Hoy e seus 11 títulos Mundiais e 6 olímpicos,  serviu para  que algumas seleções testassem mudanças em suas formações, trocando uma ou outra peça em provas do calendário olímpico, como a perseguição por equipes e a omnium. A corrida por pontos Olímpicos segue aberta com mais 4 etapas da Copa do Mundo ainda a serem disputadas.

No quadro de medalhas da etapa de Glasgow, nenhuma novidade,  com  os holandeses deixando a Escócia, mais uma vez com o maior número de ouros, desta vez foram  3 , 2 obtidos pelos velocistas (velocidade por equipes, 200m ) e 1 com  Wild Kirsten na omniun. Os francesess ficaram com a segunda posição com três medalhas de ouro, com destaque para Benjamin Thomas que conquistou 2 dessas medalhas, uma na Omnium e outra na Madison, em parceria com Donovan Vincent Grondin. A terceira posição ficou para os britânicos, donos da festa com 2 ouros, conquistados pelas mulheres, um já esperado na Perseguição por Equipes feminina e outro no Keirin com a velocista Katy Marchant.  Franceses e britânicos também foram os maiores ganhadores de medalhas, com cada delegação conquistando 6 medalhas.

Trio holandês da Velocidade por equipes com Nils van Thoenderdaal,  Harrie Lavreysen, Jeffrey Hoogland lídera a Copa do Mundo com 2 vitórias – foto: UCI/SWpix

Os donos da casa colocaram na disputa da perseguição por equipes feminina a sua mais forte formação – com Neah Evans, Katie Archibald, Elinor Barker, Eleanor Dickinson.  Sem a presença de estadunidenses ou canadenses,  e com a Itália e a Austrália entrando na disputa com uma formação B, a participação britânica na final era certa, só bastava saber contra quem. Com o segundo melhor tempo classificatório e após passar pelas francesas as alemãs foram para a final, apesar de uma boa atuação não conseguiram fazer frente às donas da casa. Na disputa pelo bronze, as italianas conquistaram uma vitória apertada por apenas 0s399 sobre o quarteto francês. 

Na disputa masculina do 4×4000, os dinamarqueses repetiram a mesma formação apresentada da primeira etapa da Copa do Mundo com Lasse Norman Hansen, Julius Johanssen, Frederik Madsen e Rasmus Pedersen. Os donos da casa decepcionaram, fazendo apenas o 5º tempo na fase classificatória.  A final foi um duelo apertado ente o quarteto dinamarquês e o italiano, que tinha como destaque em sua formação, o recordista da perseguição individual, Filippo Ganna, mas sem Elia Viviani substituído por Michele Scartezzini. Os italianos exigiram muito dos dinamarqueses, fazendo melhores tempos nas primeira metade da prova, quando daí em diante os dinamarqueses assumiram o comando, cruzando com uma apertada vantagem de 0s674 sobre os italianos.

Campeões europeus da Perseguição Individual, os dinamarqueses repetiram em Glasgow, o ótimo desempenho, om a segunda vitória na Copa do Mundo, lideram a competição –
foto: UCI/SWpix

Na velocidade por equipes, tanto no masculino como no feminino, em Glasglow repetiram-se os vencedores da etapa anterior. Os holandeses Nils van Thoenerdaal,  Harrie Lavreysen e Jeffrey Hoogland, apesar de os britânicos  terem obtido o melhor tempo na fase classificatória, no confronto direto, valendo a medalha de ouro não conseguiram  superar o trio laranja. Na disputa pelo bronze, os franceses venceram a equipe da Beat Cycling Club que pode ser considerada uma seleção B da Holanda com Roy van den Berg, Theo Bos e Matthijs Buchli.

Na prova feminina, as russas Ekaterina Rogovaya e Daria Shmeleva fizeram o melhor tempo classificatório para os 500m, e passaram com facilidade pelas polonesas fazendo a final contra as chinesas Tianshi Zhong, Wei Zhuang, a vitória russa foi apertada, apenas 3 milésimos de segundo separaram as duas duplas.

Ekaterina Rogovaya e Daria Shmeleva vencedoras da Velocidade por Equipes – 500m
foto: UCI/SWpix

Na Madison os franceses correram com uma nova formação – com Benjamin Thomas e o jovem de 19 anos, Donovan Vincent Grondin que entrou no lugar do experiente Bryan Coquard.  A dupla correu com muita determinação e atacando para colocar, junto com britânicos e australianos, 3 voltas sobre o grupo; os espanhóis, italianos e belgas conseguiram 2 voltas, mas os franceses foram mais intensos, pontuando em 12 dos 20 sprints, fechando a competição com 96 pontos, contra 86 dos britânicos. A prova foi marcada por uma velocidade média elevadíssima, as duplas rodaram os 50 km (200 voltas) a 59,921km/h.

Donavan Vincent Grondin e Benjamin Tomas, vencedores da Madison –
foto: UCI/Alex Broadway-SWpíx

Nas duplas femininas as australianas Nettie Edmondson e Georgia Baker pontuaram em 7 dos 12 sprints intermediários, somaram 40 pontos e abrindo 9 de vantagem sobre as britânicas Katie Archibald e Elinor Barker e 21 pontos sobre as holandesas Kirsten Wild e Amy Pieters, atuais campeãs mundiais.

As australianas Georgia Baker e Annette Edmondson comemoram a vitória na Madison
foto: Alex whitehead/SWpix

A velocidade- ou 200m –  repetiu a final  de Minsk entre os holandeses Harrie Lavreysen e Jeffrey Hoogland;  com o atual campeão mundial Lavreysen superando mais uma vez ao campeão europeu.  Na disputa pelo bronze o japonês Tomohiro Fukaya entrou na disputa após fazer o 4º melhor tempo na fase classificatória e passar nas oitavas de final pelo russo Pavel Yakushevskiy e nas quartas de final pelo surinamês Jair Tjon En Fa. Na disputa pelo terceiro lugar venceu os dois confrontos contra o polonês  Mateusz Rudyk, conquistando seu melhor resultado individual em suas participações em etapas da Copa do Mundo, ele já foi 2º na Velocidade por Equipes, na etapa de Hong Kong da temporada 2018/19.

Harrie Lavreysen por dentro da curva, pedala á frente do seu compatriota Jeffey Hoogland para conquistar a vitória na Velocidade – 200m – foto: Alex Broadway-SWpix

Nos 200 m. femininos, a campeã mundial Lee Wai Sze, de Hong Kong, arrasou com as alemãs. Primeiro foi a jovem Lea Sophie Friedrich, classificada com o melhor tempo do dia – 10s699 – mas que não resistiu às arrancadas da chinesa na semi-final. Na disputa pelo ouro,  foi a vez de Emma Hinze ser superada nos dois confrontos. 

A campeã mundial da Velocidade, Lee Wai Sze, arranca para vencer a alemã Emma Hinze foto: UCI/Swpix

Kirsten Wild construiu sua vitória no Omnium após um 3º lugar no Scratch, 5ª na Tempo Race e 1ª na eliminação, entrando na Prova por Pontos com uma pequena vantagem sobre a belga Lotte Kopecky.  Com a experiência de dois títulos mundiais consecutivos, Wild procurou controlar as demais competidoras, mas foi surpreendida pela uzbeque Olga Zabelinskaya que conseguiu vencer dois sprints intermediários e colocar duas voltas sobre o pelotão, porém logo foi neutralizada pela camisa arco íris que conseguiu manter a vantagem na casa dos 6 pontos para ficar com a primeira posição.

Com a camisa de campeã mundial da Omnium, Kirsten Wild pedala á frente do pelotão – na Prova por Pontos da Omnium – foto: UCI/Swpix

Na prova masculina da Omnium a disputa foi intensa e com uma prova aberta a pelo menos 4 ciclistas. Após o Scratch, Tempo Race e Eliminação o líder era o italiano Francesco Lamon, com 106 pontos, seguido pelo britânico Mark Stewart, 100 , o neozelandês Aaron Gate com 90 e o francês Benjamin Thomas com 98. Thomas mostrou toda sua qualidade na determinante Prova por Pontos, foi ao ataque desde as primeiras voltas, pontuando em 7 sprints, inclusive vencendo o último que conta pontos em dobro, fechando a competição com 130 pontos, seguido por Stewart com 109 e por Lamon com os mesmos 106 pontos que entrou na prova.

A britânica Katy Marchant e a alemã Emma Hinze no sprint do Keirin, decisão foi no photo finish – foto: UCI/SWpix

A disputa pelo ouro no  Keirin feminino reservou um final emocionante,  com a britânica Katy Marchant conquistando a vitória em um sprint apertado e que exigiu o uso do photo finish para determinar uma  diferença mínima sobre a alemã Emma Hinze e a francesa Mathilde Gros, respectivamente líder e vice-líder da Copa do Mundo.

A prova masculina foi marcada pela ausência dos holandeses na final, apesar de terem entrado na competição figurando entre os favoritos com Jeffrey Hoogland e Matthijs Butchli,  estes ficaram pelo caminho , o primeiro na repescagem e o segundo na semi-final.  O jovem velocista francês, de 22 anos, Sebastien Vigier, superou adversários muito mais experientes como o alemão Maximilian Levi, o russo Demis Dmitriev, o britânico Jason Kenny e Shane Perkins, britânico, mas desde 2017 naturalizado russo.

Os pistards fazem uma breve parada e tomam fôlego para seguir viagem em direção às etapas de Hong Kong (29 de novembro a 1º de dezembro), Cambridge, na Nova Zelândia (6 a 8/12) e Brisbane, na Austrália (13 a 15). A 6º e última etapa da Copa do Mundo de Pista 2019/2020 acontece em Milton, no Canadá no mês de janeiro, um mês antes do Mundial que acontece em Berlim, na Alemanha.

Equipe britânica da Perseguição Individual, correndo com a camisa de campeãs europeias
foto: Alex Broadway/SWpix

Tissot UCI Copa do Mundo de Ciclismo Pista 2019/2020

2ª Etapa – Glasgow – Sir Hoy Velodrome – Emirates Arena

Velocidade por Equipes

Masculina – 750 m (3 voltas)

1- Holanda – Nils van Thoenderdaal,  Harrie Lavreysen, Jeffrey Hoogland – 42s163 – vel. média: 64,037 km/h

2- Grã Bretanha – Ryan Owens, Jack Carlin, Joseph Truman 43s515

3- França – Quentin Caleyron, Sebastien Vigier, Melvin Landernau – 42s813

4- BCC – Beat Cycling Club – Roy van den Berg, Theo Bos, Matthijs Buchli –  43s261

Feminina 500m

1- Rússia – Ekaterina Rogovaya, Daria Shmeleva – 32z789 – vel. média: 54,896 km/h

2-  China – Tianshi Zhong, Wei Zhuang – 32s792

3-  ERD – Team Erdgas.2012 – Lea Sophie Friedrich, Pauline Sophie Grabosch – 32s953

4- Lituânia –  Simona Krupeckaite, Migle Marozaite – 33s399

Perseguição por Equipes 4x4000m (16 voltas)

Masculina

1- Dinamarca –  Lasse Norman Hansen, Julius Johansen, Frederik Rodenberg  Madsen, Rasmus Pedersen – 3m49s246 – vel. média: 62,815 km/h

2- Itália – Francesco Lamon, Simone Consonni, Filippo Ganna, Michele Scartezzini 3m49s920

3- França – Benjamin Thomas, Thomas Denis, Corentin Ermenault, Valentin Tabellion –  3m52s143

4- Grã Bretanha – Ethan Hayter, Edward Clancy, Charlie Tanfield Oliver Wood –  3m55s450

Feminina

1- Grã Bretanha – Neah Evans, Katie Archibald, Elinor Barker, Eleanor Dickinson – 4m12s244 – vel. média: 57,088 km/h

2- Alemanha –  Franziska Brausse, Lisa Brennauer, Lisa Klein, Gudrun Stock – 4m14s522

3- Itália – Vittoria Guazzini, Chiara Consonni, Simona Frapporti, Silvia Vasecchi – 4m19s469

4- França – Clara Copponi, Marion Borras, Coralie Demay, Valentine Fortin –  4m19s868

O irlandês Felix English vencedor da prova de Scratch – foto: Alex Whitehead/SWpix

Sratch

Feminina – 40 voltas (10 km) tempo de prova: 12m17s – vel. média: 48,828 km/h

1- Karolina Karasiewicz – Polônia

2- Anastasia Chulkova – Israel Cycling Academy Track Team/Rússia

3- Diana Klimova – Rússia

Masculina – 60 voltas (15 km) tempo de prova: 16m26s – vel. média: 54,721km/h

1-  Felix English – Irlanda

2- Sebastian Mora – Espanha

3- Maximilian Beyer – Alemanha -1volta

Madison

Masculina  – 200 voltas  (50km) com 20 sprints – tempo de prova: 50m03 – vel. média: 59,921km/h

1- França – Benjamin Thomas, Donavan Vincent Grondin – 96 pontos

2- Grã Bretanha – Ethan hayther, Oliver Wood – 86 pontos

3- Austrália – Sam Welsford, Leigh Howard

Feminina –  120 voltas (30 km) com 12 sprints – tempo de prova: 34m06 – vel. média: 52,779 km/h

1- Austrália – Annette Edmondson, Georgia Baker – 40 pontos

2- Grã Bretanha – Katie Archibald, Elinor Barker – 31 pontos

3- Holanda – Kirsten Wild, Amy Pieters – 19 pontos

Keirin

Feminina – 6 voltas – tempo dos 200m finais

1- Katy Marchant – Grã Bretanha –  11s409 – vel. média: 63,108 km/h

2- Emma Hinze – Alemanha – +0s002

3- Mathilde Gros – França +0s111

4- Urzula Los – Polônia +0s114

5- Daria Shmeleva – Rússia +0s187

6- Elena Bissolati – Itália +1s260

13- Marta Bayona – Colômbia – não passou da repescagem

Masculina– 6 voltas – tempo dos 200m finais

1- Sebastien Vigier – França – 10s405 – vel. média: 69,198 km/h

2- Maximilian levy – Team Erdgas.2012/Alemanha +0s011

3- Denis Dmitriev – Rússia +0s012

4- Jason Keny – Grã Bretanha +0s096

5- Shane Alan Perkins – Gazpron-Rusvelo/Rússia +0s135

6- Stefan Botticher – Alemanha +0s138

Campeã mundial dos 200m – Lee Wai Sze, comemora a vitória em Glasgow –
foto: Alex Broadway/SWpix

Velocidade 200m –

Masculina

1- Harrie Lavreysen – Holanda – 9s917 – vel. média: 72,603 km/h;  9s906 – vel. média 72.683

2- Jeffrey Hoogland – +0s158 +0s046

3- Tomohiro Fukaya – Japão – 10s145 – vel. média: 70,971 km/h; 10s141 – vel. média: 70,999 km/h

4- Mateusz Rudyk – Polônia +0s003 +0s189

Feminina

1- Lee Wai Sze – Hong Kong – 11s217 vel. média: 64,188 km/h ;  11s170 vel. média: 64,458 km/h

2- Emma Hinze – Alemanha +0s054 +0s019

3- Olena Startikova – Ucrânia – 11s441 vel. média: 62,932 km/h;  11s276 vel. média: 63,852 km/h

4- Lea Sophie Friedrich – Team Erdgas.2012/Alemanha +0s019 +0s014

Omnium

Feminina (Scratch, Tempo Race, Eliminação, Prova por Pontos)

1- Kirsten Wild – Holanda – 121 pontos

2- Olga Zabelinskaya – 115 pontos

3- Anette Edmondson – Austrália – 111 pontos

Masculina  (Scratch, Tempo Race, Eliminação, Prova por Pontos)

1- Benjamin Thomas – França – 130 pontos

2- Mark Stewart – Grã Bretanha – 109 pontos

3- Francesco Lamon – Itália – 106 pontos

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