Crise atinge em cheio o governo da Província de San Luis que optou por cancelar a 10ª edição do Tour que seria disputada em 2017 e ao mesmo tempo acaba com a equipe Continental San Luis. Com as contas no vermelho, o pouco dinheiro disponível para o esporte, segundo informações oficiais foi remanejado para atividades desportivas dos jovens e crianças da região
As contas no vermelho que vinham se arrastando já há anos decretaram o fim, ao menos temporário, da mais badalada corrida do calendário profissional da américa latina. O Tour de San Luis não terá a sua décima edição.
Algumas fontes já davam como certo o cancelamento do evento internacional desde o final do ano passado quando o governador da Provincia de San Luis, principal patrocinador do evento dava pronunciamentos e fazia movimentos em que declarava abertamente a necessidade de se conseguir patrocinadores do setor privado para a continuidade da competição. O rombo nas contas públicas foi apresentado pelo governador Alberto Rodríguez Saá , idealizador do Tour em 2007, quando este assumiu o cargo em dezembro de 2015. Na tentativa de manter vivo o evento, Saá ainda tentou bater às portas da presidência argentina para ver se conseguia as verbas necessárias para a manutenção da corrida, em vão, não obteve resposta.
Apesar da nota negativa, o governador de San Luis, ainda acredita que será possível resgatar o evento para 2018 com a possibilidade de se conseguir patrocinadores na iniciativa privada e com o saneamento das contas publicas, mesmo assim é muito provável que no seu retorno não tenhamos o mesmo orçamento das duas últimas edições.
Por outro lado o secretário de esportes Juan Pablo Funes deixou clarou que as verbas da província foram utilizadas na comunidade: “Os fundos que estavam previstos para o Tour serão utilizados para ajudar os clubes, associações e desportistas(…) Em São Luis nossa administração priorizou os mais humildes e os menores. Estamos convencidos de que foi a melhor decisão para nossos jovens e crianças; temos que trabalhar nas bases, nas atividades desportivas nos bairros para que nossos adolescentes fiquem longe das drogas e mais próximos da inclusão desportiva”.
O Tour de San Luis teve sua primeira edição em 2007 e reuniu algumas equipes continentais e seleções da região, além de equipes profissionais que usaram a competição como preparação, à época para a temporada Pro Tour. Dois anos depois o TSL foi elevado ao estados de competição UCI 2.1 e aí começou chegada dos ciclistas europeus à prova argentina com Saxo Bank e Liquigas disputando a volta. Nibali foi campeão em 2010, Nairo Quintana em 2012 e seu irmão Dayer foi o vencedor em 2015. O melhor desempenho de um ciclista brasileiro aconteceu em 2013 quando Alex Diniz terminou na 3ª posição na classificação geral e vencedor da 3ª etapa. No ano passado, Kleber Ramos, o Bozó venceu a 6ª etapa, e o argentino Daniel Dias, correndo pela equipe Funvic-SoulCycles-Carrefour venceu duas etapas e a classificação geral.
Juntamente com a notícia do final do Tour de San Luis, foi divulgado também o fim da equipe continental San Luis que nos anos anteriores correu como San Luis Somos Todos. A equipe foi formada em 2011 e tinha como principal objetivo colocar os ciclistas da região no pelotão da sua principal competição por etapas.
Nas últimas semanas circularam noticias de atrasos e falta de pagamentos, porém segundo informa o governo da província de San Luis o contrato com os ciclistas será cumprido e todos receberão seus salários.
Ainda não foi definido o que acontecerá com o Tour Feminino de San Luis, a sua organizadora Delfina Frers já sabe que não contará com verbas oficiais, mas ainda tem a esperança de conseguir junto à iniciativa privada as verbas necessárias para colocar o pelotão de garotas na estrada. Mas em comentários em uma rede social, Delfina deixou claro que uma corrida surgiu da outra, e será muito difícil dar continuidade ao projeto.