DOPING: DOIS NÃO NEGATIVOS EM TORONTO

Os jogos Pan-Americanos já tem em sua lista mais de uma dezena de “não negativos”  uma maneira mais polida de dizer que o desportista caiu no exame anti-doping. No ciclismo, até a publicação desta matéria foram dois casos.

A primeira notícia se originou na delegação chilena com o rodado Carlos Oyarzún, em teste prévio realizado antes da competições. O chileno tem uma boa experiência como profissional, defendendo os mexicanos da Tecos-Trek (2008), as portuguesas Louletano (2013) e Efapel-Glassdrive(2014) e atualmente aparece registrado correndo no pelotão continental pela equipe sérvia da  Keith-Movel Partizan, mas ganhou a volta do Uruguai correndo pela sele. Porém, foi junto à Movistar, em 2011,  que ganhou maior destaque na mídia de seu país ao se tornar o primeiro chileno a disputar o Giro d’Italia.

Foto: AP-Arquivo

Oyarzún  – Foto: AP

 

Estava no Canadá para tentar melhorar sua posição no pódio; havia conquistado o bronze em Guadalajara/11, porém nem chegou a subir na bicicleta, foi excluído da competição dias antes da largada.   Oficialmente ainda não foi informada a substância e nem se o ciclista pediu a contraprova, mas circulou por sites e blogues de ciclismo que a substância detectada seria o FG-4592- droga utilizada no tratamento de anemia em pacientes com doença renal crônica e no meio desportivo conhecida por “oxigênio em comprimidos” com efeitos muito parecidos aos da EPO.

Em se confirmando o positivo a punição mínima é de 4 anos o que fatalmente poderia adiantar a aposentadoria do ciclista, pois este só retornaria às atividades desportivas com 37 anos. Pelas redes sociais o ciclista negou o doping e agradeceu o apoio dos torcedores.

O outro caso aconteceu na delegação colombiana com a ciclista Maria Luisa Calle que já havia disputado a prova de perseguição por equipes terminando na quarta posição e  três dias depois – correria a contra-relogio individual e a prova de estrada. Segundo informações da RCN Radio os positivos se deram em um exame prévio e um posterior à disputa da prova de perseguição por equipes no velódromo de Toronto, porém não foi informada a substância detectada, alguns veículos colombianos especulam com o uso de GHRP2  um potencializador estimulante que libera o hormônio do crescimento e amplamente usado em clinicas de rejuvenescimento

Maria Luisa Calle - Foto: Vanguardia Liberal

Maria Luisa Calle – Foto: Vanguardia Liberal

Esta não é a primeira ocasião que Maria Luisa Calle, atualmente com 46 anos tem problemas com os controles de dopagem. Nos Jogos Olímpicos de Atenas/2004 acusou positivo para Neosaldina, um popular medicamento para dores de cabeça. A ciclista naquela ocasião foi obrigada a devolver a medalha obtida na prova por pontos e foi suspensa temporariamente. Seu caso foi encaminhado ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) que aceitou os argumentos da defesa da ciclista e devolveu-lhe a medalha.

Com um currículo consistente além do pódio olímpico e da participação em três olimpíadas, foi campeã mundial de Scratch em Bordeaux/2006, quatro medalhas de prata em etapas da Copa do Mundo em Pista e três medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos a notícia caiu como uma bomba nos meios colombianos que davam como mais um pesadelo em sua carreira. Porém, vale lembrar em se confirmando o positivo para GHRP2 não é nenhuma Neosaldina, a dor de cabeça será grande.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.