COPA DO MUNDO MTB #5 Lenzerheide: LECOMTE ASSUME A LIDERANÇA E BRAIDOT VENCE PELA 1ª VEZ

A etapa de Lenzerheide da Copa do Mundo foi marcada pelo duelo fratricida entre os bikers locais Nino Schurter e Mathias Flückiger, onde o italiano Luca Braidot tirou proveito para conseguir sua primeira vitória no torneio. Na disputa feminina, Loana Lecomte vence pela segunda vez consecutiva e assume a liderança da Copa.  Na sexta-feira, na disputa no circuito curto Jenny Rissveds e Filippo Colombo foram os vencedores. Avancini teve um final de semana onde fechou com o 23º lugar no XCC e em 31º no XCC

Schurter, Flückier, Braidot e Hatherly decidem o pódio do XCO em Lenzerheide – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

Lenzerheide, na Suíça é mais uma daquelas etapas tradicionais do calendário da Copa do Mundo e é onde os fortes bikers da casa se exibem para sua torcida. Na disputa do Short Track, na sexta-feira (8/7) o primeiro duelo entre Nino Schurter, Mathias Flückiger e Filippo Colombo teve como vencedor, o mais jovem deles – Colombo que aos 24 anos superou os trintões mais experientes ao aproveitar um ataque de Flückiger e colocar-se na sua roda para depois ultrapassá-lo e manter-se à frente até a linha de chegada onde confirmou sua primeira vitória nas provas curtas da Copa do Mundo.

Philippo Colombo vence pela 1ª vez um XCC da Copa do Mundo – foto: 3SOL’Agence

Pela Copa do Mundo de XCC , Flückiger lidera a competição com 738 pontos, 66 à frente do sul-africano Hatherly e 77 do alemão Schwarzbauer. O brasileiro Henrique Avancini  caiu da 3ª para a 6ª posição no ranking.

Na prova feminina, Jenny Rissveds forçou o ritmo e passou a liderar a competição desde a segunda volta, tendo em sua roda as suíças Alessandra Keller e Jolanda Neff,  e ainda a francesa Pauline Ferrand-Prévot.  Nos metros finais, a sueca tomou à dianteira para cruzar à frente das suíças.

Jenny Rissveds assume a ponta do pelotão na prova de XCC – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

A liderança do XCC ainda é de Rebecca McConnell, que terminou em 11ª em Lenzerheide, e mantém uma vantagem de 90 pontos sobre Keller e de 150 sobre Rissveds que com a vitória assumiu a 3ª posição, 10 pontos à frente de Loana Lecomte.  

XCO – Lecomte sempre forçando o ritmo

A francesa Loana Lecomte deu mais uma demonstração de força para superar a sueca Jenny Rissvesd que vinha motivada pela vitória no short track e de Alessandra Keller. Não foi uma vitória onde ela abriu vantagem e despachou suas adversárias, mas ela conseguiu manter-se à frente e com um ritmo forte que não lhes cedeu espaço para ataque ou reação.

Na volta de largada,   no circuito de 3,8 km,  Rissveds que procurou acelerar e romper com o pelotão, sendo seguida por Lecomte, Keller, a italiana Martina Berta,  Pauline Ferrand-Prévot e Anne Terpstra. Porém quando entraram no circuito maior, com 4,2 km , Lecomte tomou a ponta e forçou o ritmo, sendo acompanhada apenas por Rissveds e Keller, ali estava praticamente definido o pódio.

Lecomte, Rissveds e Keller se distanciaram do grupo principal – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

A francesa abriu a última volta com 8 segundos de vantagem sobre Rissveds e mais de 20 sobre Keller, trabalhando com essa margem até o final, para assegurar a sétima vitória na Copa do Mundo  e assumir a liderança na classificação geral do  XCO por apenas 1 ponto de vantagem sobre Rebecca McConnell  que ficou na 14ª posição.

“Estou muito feliz porque não tinha certeza se conseguiria vencer aqui hoje. Eu me senti um pouco cansado no início do dia, então eu só queria fazer o meu melhor e me divertir, então vencer foi simplesmente perfeito”, comentou Lecomte.

Na prova feminina o Brasil esteve representado por Raiza Goulão, que terminou na 43ª posição e por Aline Simões em 67ª.

Largada do XCO – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

As disputas no circuito curto na sexta-feira, onde Filippo Colombo e Mathias Flückiger fizeram a dobradinha no pódio,  já haviam dado um sinal de que os donos da festa mais uma vez entrariam para dar tudo e tomar o maior número de posições no pódio e ainda por cima com todo o apoio da torcida para que seu ídolo, Nino Schurter conseguisse a 34ª vitória na Copa do Mundo o que o colocaria como maior vencedor da história.

Batalha suíça – Schurter vs. Flückiger

A busca por alcançar o recorde de vitórias fez Schurter mudar sua tática e ousar atacando desde a volta de abertura, buscando com essa ação quebrar o grupo e já desde a largada tomar a ponta.  A ação de Schurter teve o resultado que ele planejou e só Alan Hatherly e Filippo Colombo estavam em sua roda; Cooper, Flückiger, Litscher, Blevins e Cullel formavam o grupo perseguidor a mais de 8 segundos, um pouco mais atrás estava o italiano Braidot.

Flückiger e Schurter travaram um longo duelo -foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

Na segunda volta Flückiger chegou na roda de Schurter, e iniciou os ataques, dando início à reedição do duelo do ano passado nessa mesma etapa, mas desta vez tendo companhia de um grupo de competidores que se infiltraram nesse duelo.

O ritmo intenso dos ponteiros fez uma nova seleção, limitando o grupo aos suíços  Schurter, Flückiger e Colombo, ao sul-africano Hatherly, o italiano Braidot e o espanhol David Valero que chegou a ‘pôr a cara’ na frente do grupo.

Ao fechar a 4ª das 6 voltas, Flückiger atacou com determinação e rompeu o grupo, só Schurter resistiu, dando início a uma batalha feroz entre os dois.  Na penúltima volta se juntam novamente à dupla suíça, Braidot e Hatherly. O italiano dava mais sinais de vitalidade, buscando a ponta e não se intimidando com os suíços.

Luca Braidot – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

Lançada a última volta, Flückiger e Schurter tomaram a ponta e abriram uma pequena vantagem, os dois entraram num trecho de bosque fechado aonde não havia câmeras de tevê e foi justamente nesse trecho que Flückiger tentou ultrapassá-lo e acabou derrubando Nino. Braidot não perdeu a oportunidade e acelerou para tomar a dianteira sendo perseguido por Hatherly  que não teve forças para aguentar a arrancada para o sprint do italiano.

“É incrível. Eu não posso acreditar nisso. Eu sabia que essa era a minha chance na última volta, então forcei e não posso acreditar que consegui a vitória. É incrível, é muito especial”, comentou Braidot sobre sua primeira vitória no XCO da Copa do Mundo.

No sprint, Braidot supera Hatherly – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

A conquista de Braidot, quatro anos depois da última vitória italiana na Copa do Mundo, obtida por Gherhard Kerschbaumer em Vallnord ‘2018 acabou sendo ofuscada pelo bate-boca entre os suíços.

Schurter, irado, chegou a dizer que Flückiger ‘não era normal’, ao final da corrida gritou com Flückiger e depois declarou: “É triste. No ultimo trecho do bosque, Flückiger tentou me ultrapassar aonde não dava. Me derrubou”.

‘São coisas de corrida’

Tirando pressão e tentando minimizar o ocorrido, Flückiger comentou: “Eu diria que são coisas da corrida. Nos ultrapassamos várias vezes. Ele passou muito perto na última vez que me ultrapassou, e na última caímos. Claro que sinto muito por que as coisas tenham acontecido assim. Todos queríamos a vitória. Mas estamos aqui para competir” e ainda sobre a frustração de seu compatriota cutucou: “Podemos lidar com isso. Temos que respirar, talvez dormi. Semana que vem tem mais”.

Schurter reclamou que Flückiger o derrubou disputando posições – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

Em declaração à rede de TV SRF da Suíça, Schurter declarou: “Queria ultrapassar em um local onde simplesmente era impossível e me derrubou. É triste. Certeza que ele venceria”, e provocou: “Foi uma resposta muito ruim da parte dele. Coisas assim não deveria acontecer em uma Copa do Mundo na Suíça. Interpreto isso como se ele não tivesse superado a derrota do ano passado” , onde nesse mesmo circuito Schurter surpreendeu Flückiger nos metros finais, e no Mundial de Val di Sole algo parecido voltou a acontecer. As rusgas entre os dois suíços não são coisa recente.

Os comissários da  UCI – União Ciclistíca Internacional, não aceitaram o comportamento de Schurter, considerando sua atitude inapropriada e multaram o suíço em 200 francos suíços.

Para os brasileiros a etapa de Lenzerheide foi complicada, Avancini ficou longe de sua performance habitual, terminando em 31º e José Gabriel,  não completou a prova, ele teve problemas logo na largada, perdendo posições, conseguiu recuperar, mas na 4ª volta caiu junto com o alemão Maxiliam Brandl que lesionou a clavícula , o brasileiro saiu com dores na clavícula e na panturrilha.

Avancini um final de semana longe do top 10 – foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

MERCEDES BENZ COPA DO MUNDO UCI DE MTB – 5ª Etapa  – Lenzerheide  – Suíça  

XCC Elite – Cross Country circuito curto – 08/7/2022

Elite Feminina – 40 melhores ciclistas do ranking / 18 países – Percurso: 400 m + 9x900m =  total 8.50 km

1- Jenny Rissveds – Team 31 Ibis Cycles – Suécia – 20m30s – vel. Media 24.875 km/h

2- Alessandra Keller – Thömus Maxon – Suíça +1s

3- Jolanda Neff – Trek Factory Racing XC – Suíça +2s

4- Pauline Ferrand-Prévot – BMC MTB Racing – França +3s

5- Loana Lecomte – Canyon CLLCTV – França –11s

Elite Masculina – 40 melhores ciclistas do ranking / 19 países – Percurso: 400 m + 10×900 = total 9.40 km

1-Filippo Colombo – BMC MTB Racing – Suíça – 19m50s – vel. média 28.428 km/h

2- Mathias Flückiger – Thömus Maxon – Suíça – m.t.

3- Alan Hatherly – Cannondale Factory Racing – África do Sul – m.t.

4- Nino Schurter –Scott Sram MTB Racing Team – Suíça +1s

5- Luca Braidot – Santa Cruz FSA MTB Pro Team – Itália +5s

23- Henrique Avancini – Cannondale Factory Racing – Brasil + 40s  

DNF – José Gabriel Marques – Brasil

Largada da prova feminina de XCO – foto: foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

XCO Elite – Cross Country – 10/07/2022 –

Elite Feminina – 76 competidoras de 26 países – circuito:  volta de largada 3.8 km +5×4.2 km = total 24.80 km – Volta mais rápida Loana Lecomte  – 12m50s – vel. média: 19.62 km/h

1-Loana Lecomte –Canynon CLLCTV – França – 1h17m31s – vel. média: 19.194 km/h

2- Jenny Rissveds – Team 31 Ibis Cycles – Suécia + 8s

3- Alessandra Keller – Thömus Maxon – Suíça +24s

4- Paulite Ferrand-Prévot – BMC MTB Racing – França +2m06s

5- Anne Terpstra – Ghost Factory Racing – Países Baixos +2m23s

43- Raiza Goulão – Brasil +8m33s

67- Aline Simões – Brasil   -2 voltas

Elite Masculina – 113 competidores de 29 países – circuito:  volta de largada 2.5 km +6×4.2 km = total 29.00 km – Volta mais rápida Mathias Flückiger 10m47s – vel. média 23.35 km/h

1- Luca Braidot – Santa Cruz FSA MTB Pro Team – Itália – 1h17m32s – vel. média 22.438 km/h

2- Alan Hatherly – Cannondale Factory Racing – África do Sul m.t.

3- Mathias Flückiger – Thömus Maxon – Suíça +4s

4- Nino Schurter – Scott-Sram MTB Racing Team – Suíça +12s

5- Filippo Colombo – BMC MTB Racing – Suíça +32s

31- Henrique Avancini – Cannondale Factory Racing – Brasil +4m18s

DNF – José Gabriel Marques – Brasil  – Não completou (abandonou após 4 voltas)

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