A mais importante prova por etapas de mountain bike do calendário internacional, o Absa Cape Epic, disputada na África do Sul entre os dias 17 e 24 de março, que teve como vencedores a dupla formada por Nino Schurter e Lars Forster foi marcada por recordes nas trilhas e também na audiência, ganhando fãs em todo o mundo. A competição também é um bom termômetro do mercado revelando tendências
Os organizadores da Absa Cape Epic estão comemorando os dados que apresentam os números da última edição. Neste ano os recordes começaram muito antes da largada com uma maior metragem de subida por quilometro do que em todas as edições anteriores. Mas foi junto aos fãs espalhados pelo mundo que a Cape Epic, as transmissões ao vivo foram acompanhadas mais de 1,5 milhão de vezes durante as 8 etapas a competição.
Outro ponto a ser comemorado está ligado à performance dos 1.380 competidores que entraram na disputa na cidade do Cabo, desses 1 273 cruzaram o pórtico de chegada e receberam sua medalha de finalista na Val de Vie Estate, isso representa uma taxa de 92% de competidores que completaram a prova por etapas. Superando e muito a média história com dados de 2004 a 2018 que é de 86% e subindo um ponto percentual em relação à edição de 2018.
Os números de competidores que completaram a prova se traduzem em uma grande evolução técnica e preparação dos participantes, apesar de um percurso com maiores trechos de subida. Por outro lado também foi registrada a menor velocidade média da história, com a dupla da equipe Lazy Tsfonim, formada por Daniel Scheniuk e Ron Dagan que registraram 11 km/h ou 57h37m27s de pedal.
Também aumentou em 164 pessoas o seleto grupo de competidores que entraram para o Amabubesi Finisher Club, formado agora por 1518 ciclistas que completaram três ou mais edições da Cape Epic.
Quanto à participação por nações, os sul-africanos ainda são a maioria na corrida por etapas. O espanhóis ocupam a segunda posição, com 10% dos inscritos e os suíços ficam em terceiro com 6% dos inscritos.
A Cape Epic também apresenta alguns sinais importantes para o mercado da mountain bike: 57% dos participantes largaram com bicicletas compradas exclusivamente para participar do evento e as hardtail estão cada vez mais em desuso. Se no ano passado 94% das bicicletas eram full suspension, neste ano foram 96% das bicicletas com suspensão total.
Ainda apontando para dados do mercado, os organizadores revelaram que 76% das bicicletas estavam equipadas com grupos Sram. Coroas triplas, duplas ou simples? Mais de 88% dos competidores optaram pela coroa simples 12×1 e apenas 8 competidores largaram usando coroas duplas.
Os grandes nomes do mercado de bicicletas também dominaram o ranking das mais usadas da Cape Epic. A Specialized, pelo terceiro ano consecutivo foi a marca de maior presença, com 1/3 das bicicletas, seguida pela Scott e pela Cannondale, coincidentemente essas mesmas marcas foram as que tiveram maior número de vitórias por categoria e na disputa das camisas de líderes das várias classificações.
Com a especialização dos competidores são muito poucos os que largam sem um monitor de frequência cardíaca ou um GPS montado em sua bicicleta, esse número vem caindo a cada ano, e em 2019 apenas 11% dos competidores abriram mão desses equipamentos. A ampla maioria, 89% dos participantes estavam com monitores de frequência cardíaca e GPS.
Durante a preparação para o desafio houve uma pequena redução no número de competidores que utilizaram dados de potência em seus treinamentos, apesar de mais da metade dos competidores ou 54% dos mountain biker’s , fundamentaram seu treinamento em dados de potência, por outro lado, o uso de medidores de potência (Power Meters) durante a prova chegou a 50% dos participantes.
Quando o assunto é óculos a patrocinadora do evento, a Oakley, mostra-se com destaque, sendo o equipamento de proteção de 58% dos competidores.
Muitos desses números foram fornecidos pelos competidores em pesquisas realizadas antes e depois do evento e servem como referência não apenas aos organizadores mas também a muitas empresas que querem entender o mercado. Em 2020, a prova catalogada como hors catégorie pela UCI está programada para acontecer entre os dias 15 e 22 de março