Tese de mestrado apresentada por alunos da Universidade Nova Lisboa revela que o impacto econômico da 77ª Volta a Portugal, disputada em 2015 foi de 76,2 milhões. A conlusão é de que a Volta proporciona um retorno financeiro positivo e largamente significativo às economias locais, dando um sinal claro de que o esporte é sim um bom negócio, mesmo em países aonde a economia não dê sinais de pujança
O pelotão pelas ruas de Lisboa na disputa da 77ª Volta a Portugal
Apesar de parecer um mercado secundário e desconectado do resto do continente, o ciclismo português sinaliza, talvez com uma nova fase e que se revela não só em competições que atraem as equipes do pelotão World Tour e seus grandes ciclistas como foi a última edição da Volta ao Algarve levando publico às estradas, mas também ao reconquistar as equipes de futebol para que façam acordos com equipes de ciclismo emprestando seu nome como é o caso da parceria W-52 e o FC Porto, e do Sporting com o Clube de Ciclismo de Tavira, em um retorno histórico às estradas.
Além disso, nos últimos anos, apesar das muitas criticas de que a Volta a Portugal é um evento direcionado ao mercado interno do que à internacionalização, em movimento inverso do que vem acontecendo na grande maioria dos países, e de que a maioria das equipes locais são praticamente montadas exclusivamente para correr a Volta, economicamente parece que as coisas são bem diferentes e que a volta portuguesa é um negócio rentável, apesar de que muitos críticos apontarem de que ela mereça um trabalho mais eficiente de divulgação turística e de problemas com os direitos de transmissão pela tevê portuguesa. A Volta a Portugal em 2015 percorreu 1.551 km , com largarda em Viseu e última etapa em Lisboa, tendo a participação de 159 ciclistas de 16 equipes (seis portuguesas e 10 estrangeiras). A vitória ficou com o espanhol Gustavo Veloso da equipe W52-Quinta Lixa.
Festa da premiação na última etapa da volta de 2015 com Gustavo Veloso como campeão geral –
Uma tese de mestrado apresentada por quatro alunos da Escola de Economia e Negocios da Universidade Nova de Lisboa, do curso de Economia, Gestão e Finanças revela que o impacto ecomomico da ultima Volta a Portugal foi de 76,2 milhoes de euros, algo como 332,24 milhões de reais ao câmbio de 29/02.
A tese esteve sob supervisão do professor José Rosário, responsável pela área de Estudos de Mercado (Marketing) “o estudo sugere, entre outras conclusões relevantes, que a Volta proporciona um retorno financeiro positivo e largamente significativo às economias locais, não só por via de um aumento direto do consumo, mas também da exposição e visibilidade das localidades nos principais meios de comunicação. Mesmo a mais pequena das 21 localidades que receberam a Volta foi alvo de impacto positivo em função da passagem dos ciclistas”.
O estudo aponta que do total apresentado 12,761 milhoes de euros (55,64 milhoes de reais) são de impacto indireto, “calculado com base na determinação do valor monetário das notícias (AVE – Advertising Value Equivalence) e das inserções publicitárias, a agencia de comunicação Cision apurou o montante de 63,5 milhões de euros”.
Os gastos com transporte, alojamentos e alimentação dos espectadores que marcaram presença nas áreas de partida e chegada da Volta a Portugal tiveram um impacto econômico de 3,817 milhões de euros (16,65 milhoes de reais), sendo que desse valor 66% ou 2,516 milhões de euros se tratam de “despesas realizadas por não residentes, ou seja turistas que estavam acompanhando a largada ou a chegada da etapa; no estudo não foram levados em conta os especatdores que foram à beira da estrada acompanhar a competição. Já a caravana formada por 16 equipes, jornalistas e patrocinadores desembolsaram 1,367 milhoes de euros (5,960 milhoes de reais) com alojamento, transporte e alimentação Deste valor 307,93 mil euros (1,343 milhão de reais) foram gastos pelas equipes, sendo que 212,706 mil euros foram gastos por equipes de fora de Portugal
Na conta dos patrocinadores além dos custos de transporte, alojamentos e alimentação foram lançadas os as despesas de ativações da marca e a confecção de 1,4 milhões de brindes a um custo de 757,5 mil euros (3,203 milhões de reais).
Etapa mítica da Volta a Portugal a subida a Nossa Senhora da Graça
Por trás da 77ª edição da Volta a Portugal está a empresa Podium Events que desembolsou 975 mil euros (4,351 milhões de reais) com alojamento, transportes, alimentação. A logística para uma volta de menor expressão, se comparada às grandes voltas é formada por 32 caminhões, 84 veículos diversos e 55 automóveis, além da montagem diária de 32 tendas dos patrocinadores. Some-se a isso tudo o “impacto econômico direto de mais 6,601 milhões de euros (28,780 milhões de reais), distribuídos entre a premiação dos ciclistas, auxiliares, segurança, campanhas de promoção, catering, taxas, etc” apresenta o estudo.
O principal patrocinador da volta portuguesa é uma seguradora de bandeira norte-americadana, “A marca Liberty Seguros está em Portugal desde 2003 e está associada ao ciclismo desde o início. Grande parte da notoriedade da Liberty Seguros hoje foi conquistada e construída com a associação ao desporto em geral e ao ciclismo muito em particular”, esclareceu Rodrigo Esteves, diretor de marketing corporativo e institucional da seguradora. “Com o nosso investimento na Volta a Portugal acabamos por trabalhar várias dimensões, desde a notoriedade da marca, passando pela relação com a rede de distribuição até à área da responsabilidade social”, acrescentou.
A edição de 2016 da Volta a Portugal será disputada entre 27 de julho e 7 de agosto, o percurso ainda não esta totalmente desenhado, mas já foi divulgado que seu encerramento acontecerá com um contra-relógio individual que desde da edição de 2009 não se realiza no último dia entre Vila Franca de Xira e Lisboa; e 44 anos depois também marcará o retorno de Setúbal à volta com a chegada da penúltima etapa que terá largada em Alcácer do Sal
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