ANTIDOPING RETROATIVO: EM 2012 CARUSO DEU POSITIVO PARA EPO

Faltando apenas quatro dias para a largada da Vuelta a España, uma bomba caiu mais uma vez na casa Katusha. O italiano Giampaolo Caruso esta impedido de largar. Um teste realizado em 2012, e agora reavaliado usando novas técnicas, acusou positivo para EPO

Faltando 4 dias para a largada da Vuelta, Caruso é afastado da equipe foto: Bettiniphoto

Faltando 4 dias para a largada da Vuelta – Caruso é afastado da equipe
foto: Bettiniphoto

 

Quem jogou sujo terá que se adaptar aos novos tempos. Coletou amostras e não deu positivo num primeiro exame, mas tomou, é bom colocar as barbas de molho:   o risco dessa amostra ser reanalisada é muito grande. Talvez isso promova algumas aposentadorias prematuras ou inesperadas.

Vamos ao mais novo caso, o positivo para Eritropoietina de  Giampaulo Caruso: em 27 de março de 2012 o ciclista italiano passou por um controle fora de competição e os testes confirmaram  uma condição normal. Porém com as novas determinações da UCI, os exames são conservados e podem ser reanalisados utilizando novas tecnologias de detecção, agora sob os cuidados da CADF (Cyicling Anti-doping Foundation), uma fundação  independente da UCI e que executou os exames em seu laboratório de Laussanne, na Suíça.

Seu histórico não é dos melhores, além de ter corrido pela ONCE e Liberty Seguros, seu nome esteve envolvido na Operación Puerto. À época recebeu punição, sua história não era das mais claras e o caso foi parar no TAS – Tribunal de Arbitragem do Esporte na Suíça,  aonde,  ao final do processo foi absolvido, o que lhe permitiu continuar na ativa.

Porém com esse positivo emergem algumas variações, inclusive no perfil de seu passaporte biológico, os seis meses de suspensão quando em  2003 um exame antidoping deu positivo para Nandrolona, nos tempos da ONCE, somado à EPO de 2012 podem acelerar o fim de carreira para um ciclista de  35 anos que tem em seu currículo recente  a Milano-Torino de 2014 e que no mesmo ano terminou na 15ª colocação na Vuelta.

Caruso tem direito a pedir a contra-prova, mas com a primeira analise resultando positiva é obrigado a abandonar as competições. E como a Katusha é signatária do MPCC – Movimento por um Ciclismo Confiável  deixa a equipe em situação delicada: dois positivos em uma temporada obrigam a equipe a parar imediatamente suas atividades e retirar-se de toda competição. O sinal de alerta está acesso para a equipe Katusha e mais uma vez Purito Rodríguez perde um homem de confiança, desta vez ao menos foi antes da largada.

Em nota oficial a equipe foi direta: “Em conformidade com os regulamentos da UCI o ciclista foi suspenso provisoriamente. Tendo em conta os regulamentos anti-doping, a equipe vai esperar até que a análise da amostra B seja realizada antes de tomar qualquer outra ação ou fazer mais comentários. No entanto, Katusha gostaria de sublinhar que esta notícia nos deixa chocados”.

É bem provável que a equipe dirigida pelo medalhista olímpico e ex-profissional Viatcheslav Ekimov não seja afastada da Vuelta. Purito Rodríguez é espanhol e um dos favoritos, arrasta um bom público às estradas e pode ter seu grande momento correndo em casa; o positivo é de 2012 pelas regras da UCI espera a contra-prova já afastado das atividades. Para a equipe a punição  viria por um acordo firmado junto ao MPCC que não tem efetivamente nenhum valor técnico, passa por uma questão moral ou ética, mas bastaria a Katusha se desligar do Movimento, como fizeram Lampre-Merida e Lotto-NL Jumbo (por questões relativas às diferenças de padrões de cortisol de seus exames e os standards adotados pela UCI), neste ano e seguir na estrada. Um dilema para dirigentes e patrocinadores.

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