Não se erra duas vezes seguidas. Se no dia anterior foi batido por Rebellin na Coppa Agostoni, nesta quinta-feira (17/09) Vincenzo Nibali fez de tudo para assegurar a vitória na tradicional Copa Bernocchi e também para demonstrar que é um dos grandes nomes da azurra para o Mundial de Richmond
Em sua segunda competição após a exclusão da Vuelta a España, e sob os olhos atentos do diretor técnico da azurra, Davide Cassani, o siciliano Vincenzo Nibali fez uma demonstração de força e poder em uma prova desenhada para velocistas. A 97ª Coppa Bernocchi foi o ressurgimento de Nibali, após a desastrosa ronda espanhola, ou como a própria história da prova que surgiu após os horrores da I Grande Guerra, a competição veio para dar à juventude de então um novo ânimo, um novo estimulo a retomada de suas vidas. Traçando um simples paralelo, Nibali fez desta prova a sua volta por cima com o entusiasmo dos seus criadores em 1919.
Com um pelotão formado por 189 ciclistas as escaramuças no pelotão começaram logo nos primeiros quilômetros de prova com várias tentativas de fuga. Na penúltima passagem pelo Valle de Olona, Vincenzo Nibali foi ao ataque e colocou a prova o pelotão sendo acompanhado por Carlos Quintero/Team Colombia, José mendes/Bora Argon, Mauro Finetto/Southeast, Matteo Trentin/Etixx Quick Step e Gianfranco Zilioli/Androni Giocatoli. O sexteto trabalhou com margens que oscilaram entre os 30 e 40 segundos sobre o pelotão que apesar dos esforços da Caja Rural, CCC e MTN Qhubeka não conseguiu dar combate a fuga.
A dois quilômetros da meta, o português José Mendes tentou um ataque, mas logo foi neutralizado, ao cruzar a marcação de último quilômetro foi a vez de Nibali forçar o ritmo, levando o português em sua roda. Uma segunda ação do Squalo di Messina que constantemente olhava para trás para controlar seus adversários, jogou por terra qualquer tentativa de ação de Finetto e Trentin que completaram o pódio.
Após a premiação da Coppa Bernocchi, Nibali comentou a a sua corrida: “Ontem errei, hoje não podia repetir. A etapa era ainda mais difícil, porque o traçado era menos favorável às minhas características. Fizemos um bom trabalho, todos trabalharam na fuga e na chegada fomos para a disputa. O ritmo foi elevadíssimo. Em poucos momentos rodamos abaixo dos 45, chegamos a rodar acima dos 50, a velocidade foi alta mesmo com o vento de frente”, aproveitando também para dedicar a vitória ao pai, que segundo o ciclista foi a pessoa que lhe deu forças para encontrar a concentração após a Vuelta.
Quem ficou com uma ótima imagem do ciclista foi o diretor técnico da seleção italiana, Davide Cassani que comentou como viu o siciliano: “Nibali me convenceu com as palavras e depois com os fatos. Foi duro e determinado. E rodou fortíssimo. Simplesmente não poderia deixa-lo em casa. Será a nossa carta coringa”.
A seleção italiana está definida após a Coppa Bernocchi: Sonny Colbrelli e Vincenzo Nibali estão confirmados somando-se a Daniele Bennatti, Fabio Felline, Giacomo Nizzolo, Daniel Oss, Salvatore Puccio, Manuel Quinziato, Matteo Trenti, Diego Ulise, Elia Viviane, ficaram de fora Alessandro De Marchi, Kristian Sbaraghi e Jacopo Guarnieri. Para o Mundial de Estrada a Itália terá 9 ciclistas na disputa e ficam na reserva.
Ao receber a confirmação de sua convocação Nibali declarou: “A camisa azurra para min é sempre algo de especial e nestas semanas conversei muito com Davide (ndr.: Cassani D.T. da seleção italiana) Estou feliz por esta convocação, estou satisfeito de como foram estas duas corridas. Para o Mundial há tantos pontos de velocidade mas eu penso que posso ajudar à seleção de várias maneiras.
97ª Coppa Bernocchi
192 km – velocidade média 42.327 km/h
1- Vincenzo Nibali/Italia – Astana – 4h32m10s –
2- Mauro Finetto/Itália – Southeast – a 1s
3- Matteo Trentin/Seleção Italiana – a 1s
61 – Rafael Andriato/Brasil – Southeast – a 7m03s
189 largaram
75 completaram a prova
114 abandonos