Na vitória de Mads Würtz Schmidt, a quarta de um dinamarquês nesta edição do Tour de l’Avenir, a festa é do chileno José Luis Rodriguez que corre pelo Centro Mundial de Ciclismo que assumiu a camisa amarela de líder
A 4ª etapa entre Annemasse e Cluses começou nervosa com várias tentativas de fuga, e também com alguma tensão que provocou várias quedas e o abandono de nove ciclistas, entre eles a do segundo colocado na 3ª etapa, o holandês Mathieu Van Der Poel e do vencedor da 2ª Mads Pedersen.
As ações de ataque e contra- ataque foram constantes e a fuga que viria a fazer a diferença no final da etapa só tomou forma após o pelotão ter percorrido 45 km de prova, com o espanhol Julien Amezqueta, o português João Rodrigues, o alemão Jan Dieteren, o panamenho Christofer Jurado correndo pelo Centro Mundial de ciclismo, obelga Dries Van Gestel, o norueguês Anders Skaarseth, o esloveno Ziga Rucigaj, os suíços Gian Friesecke e Théry Schir e como em todas as etapas um dinamarquês, desta vez Mads Würtz Scmidt.
Os colombianos resolveram trabalhar e tomaram a cabeça do pelotão na tentativa de manter um certo controle sobre a fuga. O panamenho do CMC tentou forçar o ritmo antes do prêmio de montanha de Châtillon, mas sem sucesso, acabou se desgastando e perdeu espaço na fuga que cruzou pelo GPM com Mads Würtz Schmidt em primeiro, seguido por Skaarseth, Van Gestel e Amézqueta.
No pelotão o trabalho de caça à fuga tornou-se intenso com várias tentativas solitárias, com destaque para as ações de Kragh Andersen, Giulio Ciccone e Guillaume Martin mas sem resultado positivo. A segunda passagem por Châtillon foi feita pelo outro lado da montanha aonde a subida é classificada como de 2ª categoria com 9km a 5% houve uma inversão de posições na passagem, com o norueguês Skaarseth em primeiro, seguido por Shcmidt, Van Gestel, Amezqueta e o português João Rodrigues. Atrás um pelotão cortado, mas que vinha reduzindo diferenças começou a absorver ciclistas que não aguentaram o ritmo da fuga que ficou limitada a quatro ciclistas (Würtz Scmidt, Skaartseth, Amézqueta e Van Gestel).
Com a vantagem de 24 segundos o quarteto sobrevivente da fuga entrou em Cluses para disputar o sprint. Mais vez a tática dinamarquesa funcionou: Würtz Shmidt supera seus companheiros de fuga Van Gestel, Skaarseth e Amezqueta na chegada e conquista a quarta vitória de etapa para o seu país; após a chegada Schmidt comentou: “Eu também queria a minha etapa”, em alusão às demais vitórias dos seus companheiros de seleção, por seu trabalho ao longo do dia o ciclista também ganhou o prêmio de combatividade. O líder Bohli afundou na passagem pela montanha cedendo 2m15 segundos para o vencedor da etapa, com isso perdendo a camisa de líder para o chileno José Luis Rodrigues que chegou no pelotão a 24 segundos.
A cerimônia de premiação ganhou um novo personagem, um jovem chileno de 21 anos que tem em seu currículo uma medalha de prata no pan-americano de estrada e um bronze no contra-relógio), José Luis Rodrigues que eufórico comentou: “Estou muito feliz, eu nunca pensei que poderia vestir a camisa amarela do Tour de France da juventude”, o chileno é o primeiro ciclista do Centro Mundial de Ciclismo a vestir a camisa de líder no Tour de l’Avenir.
Apesar de parecer surpresa para muitos, a camisa de líder chega graças à boa consistência ao longo dos dias, ele é muito mais um rolador que escalador, porém com o bom desempenho na 2ª etapa quando terminou em 3º e assumiu a vice-liderança na classificação geral começou a crescer.
O técnico do Centro Mundial de Ciclismo, Jean-Jacques Henry, ao final da etapa falou sobre o potencial do chileno: “é um ciclista cheio de classe. Ele nunca duvida: sempre acha que pode ganhar o dia. Mas ele não tem experiência, como a maioria dos nossos ciclistas . Seu principal ponto fraco, e no que estamos trabalhando, é na questão tática. Nos o ajudamos a canalizar porque ele realmente ataca na hora errada”.
O chileno terá que trabalhar muito para manter o maillot jaune pois a 5ª etapa marca a chegada aos Alpes, momento em que os escaladores assumirão o comando, sua vantagem sobre o segundo colocado, o espanhol Imanol Estevez é de apenas 4 segundos. A tarefa não é fácil, a equipe, segundo Jean-Jacques, trabalhará para o brasileiro Caio Godoy, o melhor escalador desta seleção do CMC. Ainda segundo o técnico “a camisa amarela de José Luis Rodríguez lembrou que o sucesso é possível!” e isso pode trazer mais confiança à equipe.
A próxima jornada marca a chegada aos Alpes aonde serão disputadas três etapas. Os 103,1 km entre Megève e La rodière-Motvalezan são a porta de entrada com quatro prêmios de montanha, o primeiro com 21 km de corrida Col des Saisies (2ª Cat. 13,6 km a 5% alt. 1.658 mt.), no km 51,5 o Col du Pré ( 1ª Cat. 12,7 km a 7,7% alt. 1.731mt) depois no km 64,9 o Cormet de Roselend (1ª Cat. 6 km a 6,35 alt. 1.968 mt) e a chegada em Montée de la Rosière (1ª Cat. 16 km a 6% alt. 1.847 mt) aonde começará a ser escrita uma outra história.
Resultados 4ª Etapa Annemasse>Cluses
150,3 Km – velocidade média 44,130 km/h
1- Mads Würtz Schmidt/Dinamarca – 3h24m21s
2- Dries Van Gestel/Bélgica – m.t.
3- Anders Skaarseth/Noruega – m.t.
4- Julien Amezqueta/Espanha – m.t.
5- Jonas Koch/Alemanha – a 24s
42- Caio Godoy/Brasil-CMC a 24s
101 – André Gohr a 11m32
Classificação Geral após 4 etapas
1- José Luis Rodrigues/Chile- CMC – 15h05m04
2- Imanol Estevez Salas/Espanha a 4s
3- Mads Würtz Schmidt/Dinamarca a 1m14
37- Caio Godoy/Brasil-CMC a 1m54s
98- André Gohr/Brasil-CMC a 13m25