Maluccelli vence o sprint em Lisboa e Veloso comemora sua 2ª conquista da Volta a Portugal
Os 132,5 km da 10ª e última etapa da 77ª Volta a Portugal, como em toda grande volta, tiveram os 50 km iniciais de competição rodados em ritmo de festa, muita comemoração, abraços e algumas selfies tudo a uma velocidade de “cicloturistas” 30 km/h , depois que entraram no circuito em Lisboa, a coisa ficou séria e as equipes resolveram trabalhar para colocar seus velocistas na chegada e neutralizar a fuga de 4 ciclistas que rodou por uns 50 km sem ser incomodada, porém quando ainda faltavam 10 km para a chegada foram neutralizados. Na chegada os italianos do Team Idea 2010 ASD trabalharam bem para colocar na frente Matteo Malucelli e Davide Vigano que chegaram juntos disputando o sprint, com o espanhol Eduard Prates/Caja Rural que tentava sua segunda vitória ficando encaixotado na terceira posição.
O espanhol Gustavo Veloso vestiu a camisola amarela na 2ª etapa e não mais a retirou, como fez na edição de 2014 conquistou a liderança na subida à Serra do Larouco, daí em diante teve a equipe à sua disposição e um escudeiro como Delio Fernández que só não ficou com o vice-campeonato, porque na crono uma falha mecânica lhe roubou mais de 2 minutos na classificação geral.
Após a chegada em Lisboa comemorou muito o bicampeonato e em entrevistas á imprensa deixou clara a dura vida do ciclista: . “É preciso sacrificar muitas coisas na vida. Sacrificamos o tempo com a mulher e com os filhos em prol de estágios, para estarmos na melhor forma. Se a Volta não fosse tão importante como é para mim, não sacrificaria todas essas coisas.”.
Com a vitória de Veloso, o ciclismo dos espanhóis da Galícia deixa sua marca profunda na Volta a Portugal, esta foi a quarta edição consecutiva que um ciclista galego, correndo por uma equipe portuguesa conquista a competição lusa. No histórico aparecem David Blanco, Alejandro Marque e as duas edições de Gustavo Veloso. Com a proximidade entre a região da Galícia e Portugal a afinidade é muito grande, e não é só em alguns regionalismos idiomáticos e culinários, Veloso explica o porquê da imigração de muitos galegos ao ciclismo luso: “Muitos de nós aprendemos a ser ciclistas em Portugal, é aqui que temos essa oportunidade. O que somos hoje deve-se a Portugal.” Com 35 anos de idade, ao longo da competição, o ciclista nascido em Villagarcia de Arosa, em declarações sinalizava que esta poderia ser sua última Volta e colocava seu companheiro Fernández como possível substituto, ao final em uma declaração de paixão pelo país que o acolheu disse: “Para ganhar a Volta a Portugal, é preciso amar a Volta a Portugal”.
Veloso além da classificação geral, venceu a Classificação por pontos obtida pela sua regularidade ao longo da competição (mas seu companheiro Fernández por ser o segundo colocado a vestia na etapa) e também levou o premio Kombinado KIA, fruto do somatório das diferentes classificações. Bruno Silva/LA Alumínios-Antarte foi vencedor da Camisa azul de Montanha, e o jovem russo Aleksey Rybalkin/Lokosphinkx venceu a classificação da Juventude, vestindo a camisa Branca RTP. O trabalho da equipe do líder também foi recompensado, a W52-Quinta da Lixa foi a melhor equipe, superando a RadioPopular- BoaVista e a LA Alumínios Antarte.
Enquanto encerrava uma edição, o diretor geral da Volta, o ex-profissional e ganhador de duas edições e com 13 participações, Joaquim Gomes adiantava que em 2016 a 78ª Volta a Portugal terminará com a disputa de uma contra-relógio entre Vila Franca de Xira e Lisboa.
Para o ciclismo brasileiro que apesar da distância tem uma boa relação histórica com o evento, afinal a Caloi disputou várias edições nos anos 1980’s , depois tivemos ciclistas que fizeram carreira por lá como Cássio de Paiva Freitas que venceu em 1992, e ainda a participação da Funvic em 2012 quando Magno Freitas foi 6º no CRI a falta de brasileiros por lá nos deixa com um certo vazio, ou saudades quem sabe em 2016 não teremos alguém correndo por lá.
Veja os melhores momentos da 10ª etapa e aproveite para conhecer Lisboa: