Especialista no duelo contra o tempo, Magno do Prado Nazaret conquista a medalha de prata no contra o relógio individual dos Jogos Pan Americanos de Lima 2019, atrás do colombiano Dani Martínez. No feminino um pódio de jovens com menos e 23 anos revela o futuro do ciclismo feminino
Em um ano em que o início da temporada não foi das mais frutíferos, sem conseguir defender o título da Volta do Uruguai e no Pan Americano de Ciclismo enfrentando problemas mecânicos logo na largada que o afastaram do pódio, mesmo assim conquistando o 4º lugar, o ciclista sul-mato-grossense vira a página e na sua especialidade: o duelo contra o tempo conquista a medalha de prata.
Disputada em um circuito montado à beira do Oceano Pacífico, onde o vento se fez presente durante as duas voltas no circuito de 18,5 km o colombiano Daniel Martínez, de 23 anos que além de representar o seu país corre pela equipe World Tour Education First.
Último a largar, o jovem campeão colombiano de CRI fez o melhor tempo desde a largada, fazendo as melhores intermediárias e completando o percurso em 44m22s71, tirando a medalha de ouro do brasileiro Magno Prado; sétimo a largar e antes da entrada na pista do colombiano Martínez, Magno chegou a ocupar a primeira colocação ao ter feito todas as intermediárias com os melhores tempos e completado a prova em 46m17s44.
“Na primeira volta fui muito tranquilo e cauteloso para poder avaliar a velocidade no percurso para entender como estava. Na última volta me esforcei muito e pedalei muito rápido. Não queria desacelerar nem relaxar um segundo porque senão eles te alcançam”, comentou o medalha de prata que disputou os Jogos Olímpicos de Londres 2012, mas ficou fora do Pan de 2015 e da olimpíada Rio2016.
“A prova de contrarrelógio individual sempre é uma prova dura porque o atleta tem que largar forte e terminar mais forte ainda. Nos momentos de descida não pode relaxar, tem que fazer as curvas com bastante cautela para não perder tempo. É difícil manter a concentração com o coração com 200 batidas por minuto. É uma prova que exige muito da concentração do atleta, mas é minha especialidade, eu gosto muito dessa prova”, explicou o ciclista sobre a sua especialidade.
Sobre a conquista, Magno declarou: “Estou muito emocionado com o resultado. Conquistar uma medalha nos Jogos Pan-Americanos é o sonho de qualquer atleta. É uma sensação muito boa de dever cumprido. Poder representar o Brasil sempre é uma grande satisfação, e retribuir isso com uma medalha não tem preço”.
A terceira posição ficou com o chileno José Rodriguez que ficou a 8 segundos do brasileiro e a mais de 2 minutos do vencedor. “Todos queríamos a vitória, mas é preciso ser realista. Temos grandes competidores a nível mundial. O colombiano (Dani Martinez) é profissional o brasileiro (Magno) é muito experiente. Estou contente com a medalha porque dei tudo o tenho e não tinha mais nada para dar. Sofri uma lesão no ano passado, tive uma fratura e peri a temporada. Agora consegui classificar para os Jogos Pan Americanos, vou continuar trabalhando porque o ciclismo é maravilhoso porque te dá a oportunidade de melhorar uma ou outra vez”, comemorou o medalha e bronze.
O outro brasileiro na prova, Rodrigo do Nascimento, terminou na 13ª colocação, entre os 20 ciclistas que disputaram o CRI.
Na prova feminina a vitória ficou com a estadunidense Chloé Dygert que completou o percurso em 23m32s51. Com apenas 22 anos, entrou como favorita tendo em seu currículo o título mundial de CRI conquistado em Richmond’2015 quando ainda era júnior; medalha de prata na Rio’2016 no velódromo na prova de perseguição por equipes além dos títulos 5 mundiais, sendo 3 de perseguição individual e 2 na perseguição por equipes, nessa modalidade nos Jogos Pan Americanos de Lima conquistou o ouro quando declarou: “O céu é o limite”.
Aos 21 anos, a campeã Pan Americana da Sub23, a competidora de Trinidad Tobago conquistou a medalha de prata. A ciclista que no Pan Americano da modalidade, disputado em maio no México, ficou em 5º lugar na elite, agora no Peru surpreendeu mais uma vez as adversárias e coloca a pequena ilha do caribe em lugar de destaque no ciclismo feminino internacional.
foto: Guillermo Arias/Lima 2019
“Tratei e pedalar o mais forte possível na subia porque ontem quando fiz o reconhecimento do circuito estava ventando muito. Acredito que comitê alguns erros que me custaram tempo no final, mesmo assim estou muito contente com a medalha. Mas estou me sentindo muito bem, especialmente sabendo que Chloé é uma campeã mundial e que sou nova no circuito”, declarou a segunda colocada. “Temos alguns dos melhores ciclistas do mundo, assim que deveriam nos olhar com mais atenção”, fazendo referência aos velocistas do seu país que conquistaram medalhas no velódromo de Lima 2019.
O terceiro lugar ficou com outra jovem ciclista, a canadense Laurie Jussaume de apenas 19 anos e que está sendo preparara entrar no velódromo para integrar as premiadas equipes canadenses de perseguição individual , mas antes no próximo mês disputará o mundial de estrada,
“Fiz o melhor que pude. Administrei bem minha energia e estive muito bem tecnicamente. Acredito que as outras competidoras tinham uma condição física superior à minha”, destacou a canadense. “Acredito que a parte mais difícil de um CRI é a segunda metade. Nesse momento é que cada um percebe se administrou direito suas energias. Quando passei dos 14 km percebi que estava fazendo direito e que faria um bom tempo”, comentou a medalhista de bronze.
JOGOS PAN AMERICANOS LIMA 2019
Circuito Costa Verde San Miguel – Circuito de Praias
Contra o relógio Individual Feminino – 18,5 km
1- Chloe Dygert – Estados Unidos – 23m36s51 – vel. média 47.01 km/h
2- Teniel Campbell – Trinidad Tobago – +1m13s72
3- Laurie Jussaume – Canadá +2m50s63
Contra o relógio Individual Masculino – 37 km
1- Daniel Martinez – Colômbia – 44m22s71 – vel. média 50.02 km/h
2- Magno Nazaret – Brasil +1m54s73
3- José Rodriguez – Chile +2m26s02
13- Rodrigo do Nacimento – Brasil +4m26s93