THE COME BACK – A DOENÇA E A SUPERAÇÃO DO JOVEM FREERIDER EMIL JOHANSSON

O freerider Emil Johanson viveu uma reviravolta nos últimos dois anos. No final de 2017 ele foi coroado campeão da FBM World Tour, apesar das lesões nas costas ele ainda conseguia jogar seu estilo, porém uma grave doença no sistema imunológico o afastou por cerca de um ano das competições. No próximo final de semana ele estará de volta no Crankworx Innsbruck, um evento categoria diamante da disciplina slopestyle. A Red Bull Tv produziu um documentário apresentado a vida do piloto e todo processo desde a descoberta da doença

O freerider Emil Johansson teve uma temporada mágica em 2017 – foto: Bartek Wolinski/Red Bull

Em 2017, em sua primeira temporada como profissional,  fechou o ano como o adolescente de ouro da FBM World Tour.  Ao longo da temporada, em 6 eventos da ´serie diamante mostrou muita consistência,  seu pior resultado foi um 5º lugar, também fez um terceiro lugar, foi 3 vezes vice-campeão e venceu uma prova – com isso somou com 4000 pontos, 174 à frente de Nicholi Rogatkin, conquistando o título mundial e consagrando-se como fenômeno do slopestyle.

Ao longo do ano passado a luta do freerider não foi para manter a bicicleta flutuando no ar ou romper com as leis da gravidade para conseguir executar a melhor manobra. Diagnosticado com o vírus Epstein-Barr  – mononucleose e com a doença de Hashimoto – tireoidite linfocítica crônica, é uma doença autoimune, cuja principal característica é a inflamação da tireoide causada por um erro do sistema imunológico – sua luta foi para superar a doença e voltar às competições.

Em 2018 só disputou a 4ª etapa do Mundial, no Canadá foto: Bartek Wolinski/Red Bull

Em seus relatos Emil disse que tudo começou com uma simples dor nas costas. “Senti que algo estava acontecendo com meu corpo”. O corpo acusava, a postura mudou muito rapidamente, “Passei de turnês mundiais a não poder sentar em uma cadeira por 10 minutos, apenas com dor”.

Pela cabeça do adolescente não havia dúvidas, tudo poderia se resolver mais rapidamente. “Eu acabei de ganhar um título mundial e pensei que poderia voltar disso, sem problemas”, destacou Johansson. Porém, seu corpo não dava sinais positivos. O seu fisioterapeuta e treinador Lenz Westner, que descobriu que a energia do adolescente tinha evaporado completamente, precisavam ir a fundo para descobrir o que estava acontecendo, assim foi então redirecionado para a Dra. Christine Bachmann, que encontrou problemas com sua coluna cervical. Ele foi então encaminhado para a Dra. Ursula Jacob.

Fenômeno do slopestyle – foto: Sebastian Mark/Red Bull

Os médicos especialistas finalmente o diagnosticaram o freerider com dois problemas: o vírus Epstein-Barr, que a maioria dos humanos tem, mas geralmente fica dormente no corpo, mas, quando ativo, causa doenças e complicações para o corpo, levando a dor e fadiga. Segundo Johansson, “ficava doente o tempo todo” com febre e calafrios.  A doença de  Hashimoto, por sua vez, causa inflamação crônica do corpo com muitos anticorpos sendo produzidos e atacando a glândula tireoide.

Ainda convalescente, no ano passado no mês de agosto, disputou apenas o Redbull Joyride, ficando na 4ª posição o que lhe garantiu a 15ª posição no mundial de lopestyle. Quando foi entrevistado na linha de chegada, chorando declarou: “Tem sido um ano tão difícil. Eu nunca pensei que seria capaz de andar de novo, mas estou aqui”.

Em março de 2019 Johansson apareceu no Memory McGazza, na Nova Zelândia foto: Graeme Murray/RedBull

As doenças de Epstein-Barr e Hashimoto, serão suas companheiras por  toda a vida mas ambos serão tratadas com medicação, nutrição e fisioterapia, o que pode ser um fator complicador para manter o mesmo desempenho. Os treinos já vem acontecendo e sua primeira competição será entre os dias 12 e 16 de junho, na disputa do Crankworx Innsbruck, aonde ele buscará reconquistar o pódio.

“Eu ainda não estou pronto, mas teremos um 2019 melhor. Ainda há muita coisa acontecendo. Eu quero andar muito de bicicleta para viver”, disse o jovem de 19 anos, sem fazer previsões sobre o seu desempenho. Em março deste ano, fez uma estreia discreta no Maxxis Slopestyle in Memory of McGazza, aonde jogou algumas manobras, mas sem entrar a fundo na disputa.

Para contar a história de Emil Johansson, seu retorno às pistas e como foi o seu início no mountain bike, quando ele se mudou para a pequena cidade de Falun, a 5 horas de sua casa, para se ir treinar em um galpão aonde ele praticava e desenvolvia suas manobras a Red Bull TV produziu o documentário de 25 minutos “The Come Back” – O retorno (assista pelo link).

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