Caloi desmente qualquer operação com o grupo indiano Hero Cyles. O negócio das índias, apresentado em vários sites do país asiático, destacando a maior fabricante de bicicletas do mundo e sua vontade de entrar no Brasil, terá de ser com outra empresa brasileira do setor ou ficará apenas na especulação para testar reações no mercado mundial sempre atento à potencialidade produtiva do país
Em resposta à notícia divulgada no último dia 03/09 por Mundo Bici que apresentou as declarações do presidente do grupo Hero Cycles, Pankaj Munjal , ao site de notícias indiano Financial Chronicle de que estaria em conversações com a maior fabricante de bicicletas do Brasil – subentende-se no mercado em geral que esta ação comercial estaria direcionada à Caloi – para a aquisição de uma participação acionária da empresa ou até uma possível compra, a assessoria de imprensa da Caloi-Dorel entrou em contato com a redação de Mundo Bici para desmentir que tal operação estivesse em andamento.
Em nota curta e sem declarações, a Caloi desmente a notícia de uma possível operação de aquisição pelo grupo indiano Hero Cycle, e aponta os investimentos feitos no Brasil pelo grupo canadense Dorel, que em 2013 adquiriu o controle da Caloi, maior marca de bicicletas do país.
Segundo a nota oficial que ainda destaca a força da empresa e de suas marcas, “o grupo canadense comercializa bicicletas em diversos continentes com suas marcas, reconhecidas mundialmente, como Cannondale, GT, Schwinn e Fabric entre outras. A compra da Caloi foi estratégica pela empresa que a cada ano cresce seus negócios na América do Sul”.
Se por um lado, a canadense Dorel entendeu a importância do mercado brasileiro que a levou a aquisição da Caloi, é importante destacar o crescente interesse das empresas indianas no Brasil, com investimentos diretos no país que superam os US$ 50 bilhões; entre os grandes negócios do país asiático estão a a Infosys e a Tata Consultancy — do Grupo Tata, que em 2008, comprou a Jaguar Land Rover e, em 2016, inaugurou uma fábrica da marca em Itatiaia (RJ), ou a Sterlite no setor energético, isso sem falar de empresas da área farmacêutica como a ACG Worldwide ou a Rambaxy.
Segundo estimativas da Câmara de Comércio Índia Brasil, o pais poderá ser até 2025 o terceiro principal parceiro comercial do Brasil — hoje é o décimo. Não se pode subestimar que um gigante como o grupo Hero Motors Company (HMC), que está em busca de expansão mundial, não tenha como alvo um dos maiores mercados mundiais de bicicletas e o 4º maior produtor mundial . As declarações do presidente do grupo Hero ao dizer que está em negociações com o maior fabricante de bicicletas do país podem soar como um blefe ou como uma cortina de fumaça para uma sondagem ou um outro possível negócio com empresários brasileiros.