A medalha de prata conquistada por Luiz Henrique Cocuzzi na prova de mountain bike dos XI Jogos Sul-Americanos disputados em Cochabamba, na Bolívia entre 26 de maio e 8 de junho, foi o melhor resultado da delegação brasileira de ciclismo. Na pista vieram outras três medalhas de bronze: na Velocidade por Equipes, no Keirien com Gabriela Yumi e na Omnium com Wellyda dos Santos
Com uma seleção formada por 15 ciclistas que disputaram provas de ciclismo de estrada, pista, mountain bike e bmx a delegação brasileira fecha a sua participação no XI Jogos Sul Americanos , uma competição de nível continental disputada por mais de 4 mil esportistas de 14 países, voltando para casa com 4 medalhas (1 prata e 3 bronze) aonde mais uma vez o domínio foi dos colombianos que venceram 9 dos 12 ouros em disputa na pista, levaram 3 dos 4 ouros em disputa nas provas de estrada além dos 2 ouros do mountain bike, os cafeteiros só não dominaram as provas de BMX aonde conseguiram apenas 2 medalhas de bronze.
As competições de ciclismo foram abertas com a disputa das provas de Contra-Relógio Individual. No feminino foram 12 as ciclistas participantes que percorreram 21,6 km; cada país participante poderia inscrever duas ciclistas, porém o Brasil não inscreveu representantes para essa prova. A vitória ficou com a colombiana Ana Cristina Sanabria que completou o percurso em 27m54s72, a segunda posição com sua compatriota Serika Mitchell Guluma (28m35s72) e na terceira posição a equatoriana Miryan Nuñez (28m44s52).
No CRI masculino os ciclistas tinham um percurso de 43,2 km – 6 voltas no circuito – aonde mais uma vez os colombianos fizeram a dobradinha no pódio com Rodrigo Contreras (50m42s73) que já estagiou na Quick Step e atualmente corre como profissional na equipe colombiana EPM e Walter González (52m02s29), o terceiro melhor tempo foi do boliviano Freddy González (52m31s08). Com apenas 18 anos o ciclista brasileiro Leonardo Finkler registrou o 11º tempo (54m46s97).
No programa dos Jogos Sul Americanos a segunda modalidade a ser disputada foi o BMX, aonde cada país poderia inscrever 4 pilotos, sendo 2 mulheres e 2 homens, a delegação brasileira contou apenas com a participação de Anderson Ezequiel de Souza Filho e Julia Alves dos Santos.
O primeiro dia de disputas do BMX começou com o Time Trial, uma prova contra-relógio que serve para definir a posição no gate de largada e ordem das baterias na Racing – como é chamada a corrida. Os pilotos brasileiros tiveram um bom desempenho com Anderson fazendo o 3º melhor tempo (29s006) e Julia o 4º tempo (34s341) e com isso entrando para o grupo que correria semifinais em 3 baterias.
Na disputa por medalhas, a prova feminina se desenrolou em melhor de três, ou seja o pódio seria conhecido após a soma dos resultados em três baterias. A equatoriana Doménica Gonzaléz foi a mais consistente, fazendo um 2º lugar e obtendo duas vitórias, assegurando o ouro. A medalha de prata ficou com a argentina Mariana Diaz e o bronze com a colombiana Maria Restrepo. A piloto brasileira Julia Alves, ficou com a 4ª posição após fazer um 6º, um 2º e um 5º lugar.
Nas semifinais da prova masculina destacaram-se o equatoriano Alfredo José Campo com três vitórias e o argentino Gonzalo Molina com duas vitórias, os dois passaram com para a final. Anderson Ezequiel foi 2º na primeira bateria e manteve a regularidade ao fazer 4º e 5º assegurando sua passagem para a final.
A final foi um retrato muito fiel do que os pilotos apresentaram nas baterias semifinais com o equatoriano mais uma vez dominando seus adversários e cruzando em primeiro, o argentino Molina em segundo e o colombiano Carlos Alberto Yepes em terceiro. O piloto brasileiro, Anderson Ezequiel não teve muita sorte e se envolveu em uma queda com o argentino Federico Villegas que deixou os dois fora da disputa.
Um grupo de 95 pisteiros (59 homens e 36 mulheres) teve o privilégio de inaugurar o velódromo dos Jogos Sul Americanos. A pista de 250 metros foi feita pela empresa mexicana Petra com piso de madeira da Finlândia e com as madeiras estruturais originarias dos Estados Unidos e Canadá O novo velódromo foi homologada pela UCI durante a competição, e por estar localizado a 2.600 metros acima do nível do mar poderá ser um ótimo local para estabelecer novos recordes.
A pista mostrou-se bem rápida com cinco recordes continentais superados pelos colombianos: Velocidade por equipes masculina 42s988 e feminina 33s508, na perseguição por equipes masculina 3m56s984 e na feminina com 4m29s651 e e na velocidade masculina.
Os colombianos logo no primeiro dia se apoderaram do velódromo, com a dupla Diana Garcia Urrego e Martha Bayona fazendo o melhor tempo na classificatória contra as venezuelanas e superando as argentinas na final da velocidade por equipes. A dupla brasileira Gabriela Yumi e Carolina Barbosa que havia registrado o 4º tempo na classificatória, enfrentou a dupla venezuelana Andrea Ortiz e Mariaesthela Vilera que conquistou o bronze.
No masculino não foi diferente e já na fase classificatória o trio liderado pelo experiente Fabian Puerta fez o melhor registro (42s989). O trio brasileiro formado por Kacio Freitas, Flavio Cipriano e pelo jovem João Vitor da Silva obteve o 4º tempo (44s337). Na final os colombianos tiveram uma vitória apertada – apenas 0,07 s – sobre os venezuelanos que tinham como destaque o experiente Hersony Canelon. A equipe brasileira ficou com a medalha de bronze ao derrotar o trio argentino.
Aos 31 anos, o colombiano Juan Esteban Arango valeu-se da experiência para definir a Onmium na Prova por Pontos totalizando 174 pontos e assim somar mais um ouro à sua coleção de medalhas – com destaque para ouro no Pan 2011 e prata na Copa do Mundo/2010-11.
Com apenas 19 anos, o jovem campeão brasileiro da Omium, Ricardo Dalamaria sentiu a pressão dos ciclistas mais experientes durante o Scratch, a Tempo Race e a Eliminação. Dalamaria surpreendeu com sua recuperação na Prova por Pontos aonde foi ao ataque, soube encaixar-se em fugas colocando 2 voltas sobre o grupo e ainda pontuando em sprints intermediários, com essa ação conquistou 52 pontos, ficando em segundo lugar na prova por pontos e terminando em 6º na Omnium .
Na prova de Keirin feminino a Colômbia fez a dobradinha com Marta Bayona e Diana Garcia e na terceira posição a brasileira Gabriela Yumi que surpreendeu suas adversárias no sprint e mostrando uma grande recuperação ao longo do evento, ela foi 4ª na fase classificatória e teve de ir para a repescagem aonde ficou na 2º posição, passando para a final. A outra ciclista brasileira na prova, Carolina Barbosa ficou na repescagem.
Durante a fase classificatória das provas de velocidade, o colombiano Fabian Puerta registrou o novo recorde sul-americano para os 200m com 9s429, nessa fase Kacio Freitas registrou o 6º tempo (9s738), João Vitor fez o 11º (9.957) e Flavio Cipriano o 12º (9.985). Nas oitavas de final Flavio e João Vitor não tiveram chance ao cruzarem contra os favoritos Fabian Puerta e Hersony Canelon; já Kácio Freitas superou o argentino Leandro Botasso, passando para as quartas de final aonde foi superado pelo colombiano Kevin Quintero. O ouro da velocidade ficou com o favorito, Fabian Puerta que venceu os dois matches contra o venezuelano Hersony Canelon.
A terceira medalha de bronze no velódromo foi conquistada por Wellyda Rodrigues. A atual campeã brasileira do Omnium teve um começo tímido para quem pretendia um lugar no pódio. Repetindo a sexta colocação nas provas Scratch, Tempo Race e Eliminação, a ciclista de 22 anos viu-se obrigada a na Prova por Pontos ir à caça dos sprints, , arriscar a cada volta e ser muito agressiva. A ciclista brasileira foi ao ataque, entrou em uma fuga que colocou uma volta no pelotão e com isso garantiu 20 pontos, além disso pontou em 6 dos 8 sprints intermediários, sendo que venceu o último o que lhe garantiu pontuação em dobro. Ao final da prova Wellyda Rodrigues totalizou 133 pontos conquistando a medalha de bronze; a colombiana Yeny Colmenares ficou com a prata com 152 pontos e a argentina Cristina Greve somando 153 pontos conquistou a medalha de ouro.
Os velocistas brasileiros Flávio Cipriano e Kacio Freitas passaram para a final do Keirin, única prova da velocidade que não foi dominada pelos colombianos. O ouro ficou com o venezuelano Hersony Canelon, que deu o troco ao derrotar o colombiano Fabian Puerta. O bronze ficou com o argentino Leandro Bottasso , Kacio foi 4º.
As provas de pista foram encerradas com a tradicional disputa da Madison, aonde a dupla chilena Antonio Cabrera/Felipe Peñaloza garantiu o ouro, rompendo a tradição argentina na modalidade – o país que já fez campeões mundiais e olímpicos ficou com a prata, o bronze ficou com os venezuelanos. Os irmãos Ricardo e Fabio Dalamaria terminaram na 4ª posição.
A prova de estrada feminina foi disputada por um pelotão de 40 ciclistas e 9 países que percorreram 58 Km. As colombianas simplesmente anularam suas adversárias colocando três ciclistas á frente de todas. O ouro ficou com Ana Cristina Sanabria (1h51m04) e Yeni Colmenares (1h51m10) levou a prata; por regulamento, como um país não pode ocupar as três posições no pódio a terceira colocada Serika Guluma (1h51m35) cedeu seu lugar para a venezuelana Daniely Del Valle Garcia (1h51m54) que levou o bronze. A dureza do percurso e a altitude cobraram um preço alto das ciclistas brasileiras, Wellyda Rodrigues completou a prova na 21ª posição (1h59m29), Talita de Oliveira 28ª (2h04m06s) e Thayna Araújo não completou a prova.
A prova masculina de estrada foi disputa sob muita chuva e para ter uma ideia da dureza enfrentada pelos ciclistas, dos 53 que largaram apenas 11 completaram. A corrida foi marcada por várias quedas e os três brasileiros que entraram na competição Leonardo Finkler e os irmãos Ricardo e Fábio Dalamaria não completaram a prova.
A disputa pelo pódio ficou entre as fortes seleções do Equador e da Colômbia que levaram suas equipes completas, cada uma com cinco ciclistas e que trabalharam muito desgastando o pelotão. O ouro ficou com o equatoriano Jefferson Cepeda (3h58m16s) que colocou uma vantagem de 20 segundos sobre o medalhista de prata, o colombiano Omar Mendoza. A disputa pelo bronze foi marcada por um acidente entre o colombiano Juan Pablo Suarez e o equatoriano Bayron Guamá que disputando o sprint se tocaram e acabaram cruzando a linha de chegada deslizando pelo asfalto,.
A supremacia colombiana também se fez presente no mountain bike com Fabio Castañeda e Laura Abril superando seus adversários para garantir o ouro no duro circuito montado no Cerro San Pedro.
Luiz Henrique Coccuzzi conquistou a medalha de prata fazendo uma corrida estratégica ao optar por dosar energias e controlar a vantagem que tinha sobre o equatoriano William Tobay que ficou com o bronze. A tática funcionou e garantiu com isso o melhor resultado da delegação brasileira de ciclismo nos Jogos de Cochabamba.
No feminino a prata ficou com a argentina Agustina Apaza e o bronze com a colombiana Leidy Mera. A brasileira Bruna Saalfeld Elias, terminou na 12ª posição. Com apenas 18 anos, a mountain biker brasileira disputou uma corrida contra ciclistas mais experientes e mais bem colocadas no ranking da UCI. Para Bruna , a competição da Bolívia serviu como preparação para os Jogos Olímpicos da Juventude que serão disputados em Buenos Aires no mês de outubro.
XI Jogos Sul-Americanos Cochabamba
Provas de Estrada
Contra-Relógio Individual Feminino – 21,6 km
1- Ana Cristina Sanabria/Colômbia – 27m54s59
2- Serika Mitchell /Gulima/Colômbia – 28m35s72
3- Miriam Nuñez/Equador – 28m44s52
CRI Masculino – 43,2 Km
1- Rodrigo Contreras/Colômbia – 50m42s73
2- Walter Vargas /Colômbia – 52m02s29
3 – Freddy Gonzalez/bolivia – 52m31s08
11- Leonardo Finkler/Brasil – 54m46s97
Resistência
Masculino 140 km
1- Jefferson Cepeda/Equador- 03h58m16s
2- Omar Mendoza/Colômbia – 03h58m36s
3- Juan Pablo Suarez/colômbia – 03h59m34s
DNF – os brasileiros Fabio Dalamaria, Ricardo Dalamaria e Leonardo Finkler não completaram
Feminino 58 km
1- Ana Cristina Sanabria/Colômbia -01h51m04s
2- Yeni Colmenares/Colômbia – 01h51m10s
3- Serika Guluma/Colômbia – 01h51m35s
21 – Wellyda Regisleyne Dos Santos Rodrigues/Brasil – 01h59m29s
28 – Talita de Oliveira/Brasil – 02h04m06s
31 – Thayna Araújo/Brasil dnf
BMX Feminino
1- Doménica Michelle Azuero González/Equador
2- Mariana Diaz/Argentina
3- Maria Camila Restrepo/Colômbia
4- Julia Alves dos Santos/Brasil
BMX Masculino
1- Alfredo Jose Campo/Equador
2- Gonzado Nahuel/Argentina
3- Carlos Ramirez/Colômbia
7- Anderson Ezequiel De Souza Fº/Brasil
Pista – Velódromo Sudamericano
Velocidade por Equipes – Feminina 500m
1- Colombia – Diana Garcia, Martha Bayona – 33s417
2- Argentina – Natalia Vera, Mariana Diaz – 34s129
3- Venezuela – Mariaesthela Vilera , Andrea Ortiz – 34s232
4- Brasil – Gabriela Yumi, Carolina Barbosa – 34s575
Velocidade por Equipes – Masculina 750 m
1- Colombia/Fabian Puerta, Ruben Murillo, Kevin Quintero – 43s086
2- Venezuela/Adamil Aguero, Hersony Canelon, Cesar Marcano – 43s159
3- Brasil/Flavio Cipriano, João Vitor, Kacio Fonseca Freitas – 43s877
4- Argentina / Farid Suarez, Leandro Bottasso, Juan Pablo Serrano– 44s096
Perseguição por Equipes
(o Brasil não inscreveu equipes nessa prova)
Feminino 4.000m
1- Colômbia – Jeannie Salcedo, Serika Guluma, Jessica Parra, Yesi Dueñas –
2- Chile – Aranza Villalon, Daniela Guajardo, Constanza Paredes, Paula Villalon
3- Venezuela – Daniely Del Valle Garcia, Lilibeth Del Carmen, Jennifer Cesar, Zuralmy
Masculino 4.000m
1- Colômbia /Brayan Sanchez, Carlos Tobón, Bryan Gomez, Juan Mesa – 3m056s084 – 60.995 km/h
2- Chile/Luis Sepulveda, Claudio Garcia, Antonio Cabrera, Felipe Penaloza – OVL
3- Venezuela/Clever Martinez, Angel Pulgar, carlos Linares, Enrique Diaz –
4- Argentina
Keirin – Feminino – 6 voltas – apenas os 200m finais são cronometrados
1- Marta Bayona/Colombia – 10s613 – 67.814 km/h
2- Diana Garcia /Colombia
3- Gabriela Yumi Nishi/Brasil
Keirin Masculino – 6 voltas – apenas os 200m finais são cronometrados
1- Hersony Canelon/Venezuela – 10s002 – 71s985 km/h
2- Fabian Puerta/Colombia
3- Leandro Bottasso/Argentina
4- Flavio Cipriano/Brasil
6- Kacio da Silva Freitas/Brasil
Omnium Feminino
1- Cristina Greve/Argentina – 153 pontos
2- Yeni Colmenares/Colombia – 152 pontos
3- Wellyda dos Santos/Brasil – 133
Omnium Masculino
1- Juan Esteban Arango/Colombia – 174 pontos
2- Angel Pulgar/Venezuela – 154
3- Jose Luis Montenegro/Ecuador – 150
6- Ricardo Dalamaria/Brasil – 128
Velocidade 200m – Feminina
1- Martha Bayona/Colômbia – 11s258 63,954km/h – 11s477 62.734 km/h
2- Mariesthela Vilera/Venezuela
3- Natalia Andrea Vera/Argentina – 11s553 62.321 km/h – 11s662 61.738 km/h
4- Diana Garcia/Colômbia
Velocidade 200m – Masculina
1- Fabian Puerta/Colômbia – 9s892 72.786 km/h –
2- Hersony Canelon/Venezuela
3- Kevin Quintero/Colômbia- 10s859 66.304 km/h – 10s042 71.698 km/h
4- Jair Tjon En Fa/Suriname
Madison -Feminina
1- Colombia/Jeannie Salcedo, Jessica Parra – 73 pontos
2- Venezuela/Daniely Garcia, Angie Gonzalez- 26 pontos
3- Argentina/Cristina Greve, Maribel Aguirre- 25 pontos
Madison – Masculino
1- Chile – Antonio Cabrera, Felipe Peñaloza – 27 pontos
2- Argentina – Tomas Contte, Ivan Ruiz – 17 pontos
3- Venezuela – Maximo Rojas, Clever Martinez – 17 pontos
4- Brasil – Ricardo e Fabio Dalamaria – 12 pontos
Mountain Bike – Cerro de San Pedro
MTB Feminino – 20 km
1- Laura Abril/Colômbia – 01:15.96
2- Agustina Maia Apaza/Argentina – 01:16.67
3- Leidy Mera/Colômbia- 01:19.11
8- Bruna Saalfeld Elias/Brasil – 01:18.31
MTB Masculino – 40 km
1- Fabio Castañeda/Colômbia – 1h 26:18.00
2- Luiz Henrique Cocuzzi/Brasil – 1h 28:03.00
3- William Tobay/Equador – 1h 28:13.00