A reunião do Comitê de Gestão da UCI traz grandes novidades para a próxima temporada: redução do número de ciclistas nas provas, no mountain bike o Short Track entrará no programa dos Mundiais , premiação em dinheiro na Copa do Mundo de MTB, mudanças na clasificação BMX Supercross . Mas a principal notícia para o ciclismo brasileiro é a confirmação da realização no Rio de Janeiro, em março do próximo ano dos Mundias de Pista de Paraciclismo. É para comemorar…
Os comentários nos bastidores eram fortes e davam sinais consistentes de que o Rio de Janeiro receberia os mundiais de paraciclismo de pista. Amigos como Romolo Lazzaretti – um dos técnicos do para-ciclismo brasileiro haviam confidenciado há tempos que estavam trabalhando muito com a CBC, com o Comitê Paralímpico Brasileiro, e também com o Ministério do Esporte e a AGLO – Agencia de Governança do Legado Olímpico para trazer esse evento ao Brasil. Na reunião do Comitê de Gestão da UCI – UCI Management Committee – , realizado durante os Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Estrada, em Bergen, Noruega, veio a confirmação: o velódromo olímpico do Rio de Janeiro sediará em março de 2018 os Mundiais de Paraciclismo.
Uma grande notícia para o ciclismo brasileiro e ainda coloca mais um destaque para a modalidade pois o ciclismo será o primeiro esporte a realizar um mundial no Rio de Janeiro após as Olimpíadas de 2016. O trabalho realizado com o paraciclismo brasileiro que sempre se apresenta com destaque nas provas internacionais – tanto na estraa como nos velódromos – foi de grande importância e contribuiu também para a decisão das autoridades em dar o “Ok” para trazer ao Brasil os Mundiais de Paraciclismo de Pista.
A reunião do Comitê de Gestão da UCI não se limita apenas a definir calendários, outras importantes alterações no esporte foram discutidas e aprovadas e abrangem todas as modalidades .
No ciclismo de estrada teremos uma redução no pelotão. Visando melhorar a segurança dos ciclistas, do público e da caravana foi decidido que nas provas do Calendário Internacional da UCI o pelotão será limitado a 176 ciclistas. O que se traduz em 7 ciclistas por equipe em todas as provas de estrada para homens – para as Grandes Voltas o número de ciclistas por equipe foi reduzido para 8.
Nas provas do calendário feminino da UCI Women’ss World Tour as equipes correrão as provas de 1 dia com 6 ciclistas e as provas de etapas com 7 ciclistas.
No mountain bike um resgate das provas de Cross Country Short Track – reconhecidas pela sigla XCC e que passarão a fazer parte o programa da Copa do Mundo de Mountain Bike. Com a escolha das provas de Short Track a UCI aponta à popularização do esporte e principalmente as solicitações da televisão que com esse formato mais reduzido terá como dar uma melhor cobertura de toda a competição. As provas e XCC acontecerão em todas as etapas da Copa do Mundo de Cross-contry Olímpico – XCO. As regras para o XCC determinam que a competição terá 20 minutos e será disputada em um traçado de 1 a 1,5 km – o que pode resultar em voltas entre os 2 a 3 minutos – utilizando a mesma linha de largada e chegada das provas de XCO; o resultado final da prova de Short Track determinará a formação do gridd de largada das provas de XCO – Cross Country, com os 16 melhores mountain biker’s ocupando as duas fileiras iniciais.
As premiações para o mountain bike foram revisadas . No Mundial o aumento foi da ordem de 67% – passando de € 6 mil para € 10 mil (R$ 37,6 mil) e nas etaás da Copa do Mundo – o aumento foi de 64%, passando dos atuais € 3.950 para os € 6.5 mil (R$ 24.440).
Para a Copa do Mundo UCI de BMX Supercross foi revisto o sistema de classificação reduz o número de pilotos que se classificarão da repescagem ( conhecida por Last Chance Qualifier), passando dos atuais quatro mais bem colocados para apenas 2. A metodologia da montagem das baterias na fase classificatória das etapas da Copa do Mundo de BMX SX também será revisado.
Outra mudança interessante e que atende a interesses de patrocinadores e possibilita um melhor trabalho comercial dos pilotos é a criação de um sistema de numeração permanente o que é conhecido por – UCI BMX Permanent Career Numbers – e que passará a ser chamado de Números da Elite Internacional. Como acontece em outras modalidades desportivas cada piloto terá direito a usar um número por um determinado período de tempo – com isso busca-se criar uma identidade mais forte do piloto . Porém é uma mudança que só começará a ser posta em prática após os Jogos de Tóquio 2020 quando ao final da temporada do mesmo ano todos os campeões (olímpicos, mundiais e da copa do Mundo) e os 40 melhores pilotos (homens e mulheres) do ranking poderão manter seu número permanente ou escolher um novo número entre 10 e 99. Essa numeração será mantida até o final de 2024 quando o sistema será revisado.
O órgão máximo do ciclismo também busca ampliar uma modalidade desconhecida dos brasileiros: o Ciclismo Artístico. Trata-se de uma modalidade comparável à patinação no gelo ou à ginastica artística. Os concorrentes (solo ou em dupla) apresentam um programa de 5 minutos acompanhados por uma trilha sonora e cada apresentação é avaliada por um grupo de jurados. A proposta, desenvolvia em conjunto com a Indoor Cycling World Wide Association – Associação Mundial de ciclismo indoor – é a de aumentar o número de países que participam da disciplina com isso a Copa do Mundo de 2018 terá 4 rodadas: Praga, República Tcheca em fevereiro, Heerlen, na Holanda em maio ou junho, Hong Kong em agosto e Erlenbach , na Alemanha, em novembro.
Além do Mundial de Para-ciclismo de Pista em março de 2018, a UCI confirmou mais algumas cidades e datas que receberão eventos oficiais da UCI
2018 – Campeonato Mundial de Mountain Bike Four-Cross – Val di Sole/Itália
2019 – Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista – Pruszkow/Polônia
2019 – Campeonatos Mundiais de Para-ciclismo de Pista – Apeldoorn/Holanda
2019 – Campeonatos Mundiais de Ciclismo Indoor – Basileia/Suíça
2019 e 2020 – Campeonatos Mundiais de Ciclismo de Pista Máster – Manchester/Inglaterra
2020 – Campeonatos Mundiais Gran Fondo – Vancouver-Whistler/Canadá
2020 – Campeonatos Mundiais de Ciclo-Cross – Dübendorf/Suíça