TROCADERO FIXIE – UMA BICICLETA DESARTICULADA E DIVERTIDA

Você realmente sabe andar de bicicleta? Com esta pergunta três jovens franceses apresentaram um novo modelo de bicicleta. Aparentemente a Trocadero é uma fixa igual às outras, não fosse uma articulação no quadro que a transforma em um novo jeito de conduzir a bicicleta. Emoções e muita diversão estão garantidas. O primeiro lote de 30 bicicletas já está á venda

Trocadérofoto> Adrien Adrien Duquesnel

Alban Haloche pedala a Trocadero: a primeira impressão é de que a bicicleta está quebrada  foto: Adrien Duquesnel

Apresentada para o mundo na última quinta-feira (28/04) pelo ciclista profissional  Johan Le Bon , companheiro de equipe de Murilo Fischer na FDJ, a Trocadero Fixie se tornou uma das novidades mais visualizadas nas redes sociais em todo o mundo, um dia depois de que o ciclista francês fez sua aparição gingando com a bicicleta pelo porto de Morlaix acompanhado por seus dois amigos Alban Haloche e Alexis Honoré.

A proposta do trio, liderado por Le Bon,  ex-campeão mundial de estrada na categoria júnior em 2008, é vender esse novo modelo de bicicleta incomum; justo em um momento em que a tendência são os motorzinhos – aparentes ou aqueles escondidos, a originalidade da Trocadero Fixie  está em seu quadro, que não é fixo, para fazer curvas é preciso gingar, se contorcer de um lado a outro, um jeito novo e divertido de guiar uma bicicleta.

Um primeiro protótipo ficou guardado por anos até que os jovens resolveram reviver o projeto. “Ela estava nos fundos da garagem do Johan. Seu tio que teve a ideia . Um dia eu lhe perguntei se poderia trazer essa bike bizarra para casa, e eu não me arrependo…” conta Alban Haloche que logo se deu conta que a bicicleta desarticulada e com jeito de coisa desengonçada se tornou uma sensação. Em novembro do ano passado Haloche entrou com o pedido de patente da Trocadero.

Parece uma bicicleta normal, mas não é

Parece uma bicicleta normal, mas não é. Repare no detalhe no tubo posterior pouco abaixo do tubo da caixa de direção: aí está o pivô da Trocadero

Os três amigos investiram  6 mil euros (pouco mais de R$ 25 mil) em seu projeto. “Por agora, queremos fazer burburinho entre os fãs de esportes radicais. Esta não é uma bicicleta de circo. Ele poderá conquistar o público que curte as fixas”, comenta Haloche que completa”Impossível passar despercebido, isso é certo! ”  . “As pessoas ficam impressionadas quando me vem guiando a Trocadero. Outro dia veio um senhor me dizer que a roda da minha bicicleta estava torta. O mais divertido foi quando passei diante de uns policiais e eles não entendiam o que era essa bicicleta” comenta o outro sócio.  Há quem veja na Trocadero, algo mais que uma bicicleta  e trata essa bike fixa como um brinquedo diferente.

“Nas curvas, a 50 Km /h a sensação é quase a mesma de um motociclista com o joelho perto do chão, e a sensação de escorregar na estrada. Não se pode comparar com uma bicicleta convencional “, diz Johan Le Bon após fazer um slalom como pelas ruas.

O ciclista profissional da FDJ Johan Le Bon e a sua Trocadero

O ciclista da FDJ Johan Le Bon e a sua Trocadero

“É apenas um truque! É divertido! Na foto pode parecer chocante, mas é verdade, é pior! E não é preciso de grandes acrobacias para dominá-la em cinco minutos, você consegue sentir o que é! exclama Alban, que, com os seus dois amigos, desenvolveu um processo para que a sua Trocadero (“um nome de classe, emblemático da França”) possa ser usada de duas maneiras, da forma tradicional como uma bicicleta clássica ou com o jeito especial e cheio de emoção e balanço. ” O segredo dessa articulação está em  um pivô posicionado no tubo inferior, pouco abaixo do tubo da caixa de direção. Retirando a trava ela ganha o movimento. Para fazer as curvas e o jogo de slalom bastam pequenos movimentos de quadril para levar a Trocadero de um lado a outro.

“Podemos ir em linha reta e em uma fração de segundo, soltar a “trava”  para obter uma tocada mais delirante”, disse Alban.  Ao levar a Trocadero para as ruas de Rennes o trio já conseguiu atrair as atenções necessárias para o seu lançamento, mas estão levando o projeto com certa calma, “Nós não esperávamos um começo tão forte, precisamos nos adaptar a isso tudo, diz Le Bon. A produção inicial é de 30 bicicletas, e está sob os cuidados de Alexis Honoré, soldador de profissão e que cuidará desses primeiros modelos. As vendas devem se iniciar nas próximas semanas, mas levando-se em conta a repercussão é bem provável que esse primeiro lote já esteja esgotado.

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