Lizzie Armitstead supera o duelo mano a mano com Emma Johansson e no photo-finish tem sua vitória confirmada na versão feminina do Tour de Flandres. A brasileira Flavia Oliveira que fez sua estreia em uma das mais duras provas do calendário feminino do pelotão World Tour terminou a prova na 59ª posição – bem no meio do pelotão que sofreu com o duro percurso
A campeã do mundo Lizzie Armitstead não dá espaço para questionamentos, e neste domingo, ao superar no sprint a sueca Emma Johansson venceu mais uma etapa da Women’s World Tour. A britânica conquista a terceira vitória e a Boels Dolmans equipe de origem holandesa domina o circuito: em 5 etapas são 5 vitórias.
A prova é uma das mais duras do circuito feminino, das 176 ciclistas que largaram, 110 completaram a prova chegando em pelotões totalmente quebrados. Porém não foi assim nos primeiros quilômetros de disputa, apesar das tentativas de fuga, o pelotão se manteve unido até a entrada a Paddestraat, um dos trechos de paralelepípedos aonde a campeã mundial de ciclo-cross Thalita De Jong/Raboliv e Iris Slappendel/United Healthcare se escaparam do grupo. Na terceira subida do dia, o Leberg (950m – média de inclinação 4,2% – Max 13,8%), De Jong imprimia um ritmo mais forte colocando 15 segundos de vantagem sobre Slappendel e 30 segundos sobre o pelotão principal que ao chegar à subida de Berendries (940m – média 7% – Max. 12,3%) já havia neutralizado a holandesa Slappendel enquanto a vantagem da ciclista da RobLiv aumentava para 35 segundos.
Com pouco mais de 100 km a Boel Dolmansl resolveu assumir o controle do pelotão e na subida ao Kaperij (1000m – média 5,5% – Max. 9%) já havia neutralizado a ação de De Jong e iniciaram-se uma série de ataques, quando da passagem pelo Karaieberg (1000m – média 7,7% – Max. 14%) um pequeno pelotão de 11 ciclistas passa à frente, com os ataques tornando-se cada vez mais fortes e com isso provocando o rompimento do pelotão. No longo Kruisberg (2500m – média 5% – Max. 9%) Mega Guarnier/Boels Dolmans e a italiana Elisa Longo Borghini/Wiggle-High5 aparecem à frente do grupo, porém após o ataque uma certa calmaria provocou um reagrupamento das ciclistas formando um pelotão com pouco mais de 20 ciclistas ao pé do Oude (velho) Kwaremont (2200m – média. 4% – Max. 11,6%) com seus 1500m de paralelepípedos ; ao final da subida o grupo mais uma vez havia sido reduzido a 11 ciclistas após uma ação de muita força da italiana Longo Borghini, e que se transformou no momento em que as grandes se apresentaram uma marcando a roda da outra: Lizzie Armitstead, Emma Johannson e a supreendente Pauline Ferrand-Prévot/Rabo Liv já sinalizando que retornou à sua boa forma, após a lesão que a afastou das competições no final do ano passado.
Os 3 km que separam o Oude Kwremont da última e decisiva subida, o Patenberg (360m – média. 12,9% – Max. 20,3%) com seus 360 metros de paralepípedos serviram para o ataque de Emma Johannson, a única a acompanha-la foi a campeã mundial Armitstead, a dupla conseguiu mais de 12 segundos de vantagens ao atacar o Patenbergm a holandesa tentou-se desgarrar da britânica, mas a campeã mundial não cedeu terreno. Quando a dupla entrou nos 3 km finais a vantagem era de 18 segundos sobre um pelotão que estava sob controle das ciclistas da Boels-Dolmans , Ellen Van Dijk , Chantal Blaak e Megan Guarnier que tentavam deixar livre de ataques a sua principal ciclista, porém com menos de 1 km a vantagem era inferior a 10 segundos quando Johansson resolveu antecipar a arrancada. A chegada se deu em uma disputa lado a lado entre a campeã mundial e a sueca que tem em seu currículo três terceiros lugares, na decisão pesou o arremate de Armitstead que lançou a sua bicicleta, finalizando com uma mínima vantagem para conseguir mais uma vitória antes de iniciar a preparação específica para os Jogos Olímpicos aonde assumiu a responsabilidade de lutar por uma medalha.
A decisão do terceiro lugar ficou entre as ciclistas da Boels-Dolmans Chantal Blaak e Megan Guarnier que superaram um grupo de 8 ciclistas. Atrás um pelotão todo quebrado chegava com grandes diferenças: o grupo de quatro ciclistas aonde estava a australiana Gracie Elvin/Orica-AIS chegou a 59 segundos; com 2 minutos chegou um outro grupo de 12 ciclistas, a 3m26 cruou um grande pelotão de 30 ciclistas comandado pela belga Jolien D’hoore/Wiggle High5. Nesse grupo entrou a brasileira Flavia Oliveira que cruzou com o mesmo tempo da belga na 59ª posição. Esta foi a primeira vez que Flavia disputou uma das clássicas da primavera na bélgica. Em sua estreia na dureza do Tour de Flandres, a ciclista da equipe Lensworld-Zanatta-Etixx mostrou-se satisfeita com o resultado, correu com os grandes nomes do ciclismo mundial e coloca-se como uma das candidatas à vaga olímpica.
13ª Ronde van Vlaanderen/Tour de Flandres
141,2 km – vel. média 37.915 km/h
1- Elizabeth Armitstead/Boels Dolmans – Grã Bretanha – 3h43m27s
2- Emma Johansson/Wiggle High5 – Suécia – m.t.
3- Chantal Blaak/Boels Dolmans – Holanda – a 2s
4- Megan Guarnier/Boels Dolmans – Estados Unidos – a 2s
5- Elisa Longo Borghini/Wiggle High5 – Itália – a 2s
59- Flavia Oliveira/Lensworld-Zanatta-Etixx – Brasil a 3m26
https://youtu.be/M_hQcH5kw-o