Primeiro dia de disputas no Campeonato Europeu de Pista que está sendo disputado em Grenchen, na Suíça. Na perseguição por equipes os britânicos levaram o ouro no masculino e no feminino
A busca por pontos que garantam a participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começa a ficar a cada evento mais intensa, durante a disputa do Campeonato Europeu de pista que está sendo realizada na cidade de Grenchen, a elite europeia já no primeiro dia de competições mostrou disputas muito acirradas e aos britânicos já sinalizam que querem manter a supremacia nas provas de perseguição.
A derrota no último Mundial de Pista no mês de fevereiro em Paris, na final contra a Nova Zelândia, serviu de um alerta para a equipe britânica de Perseguição por Equipes. O mau resultado provocou algumas mudanças e como a equipe busca a classificação e é séria candidata ao ouro olímpico, houve toda uma reestruturação. Os britânicos trouxeram de volta como técnico o bem sucedido Heiko Salzwedel,que vinha trabalhando como treinador para um ciclista de estrada suíço. Com a parte técnica em dia, a notícia mais impactante foi o retorno de Bradley Wiggins à equipe do 4×4000, sete anos após o sucesso olímpico em Pequim com 2 ouros (Perseguição Individual e Perseguição por Equipes ) e na estrada um Tour de France, Wiggo tem por objetivo encerrar sua carreira com a tentativa de um ouro olímpico nos jogos do Rio2016.
Na última quinta-feira (15/10) durante o Campeonato Europeu de Pista, que está sendo disputado em Grenchen, na Suíça , Wiggo deu sinais de que está afiado para a disputa e comandou o British team na vitória estabelecendo o melhor tempo e colocando 2 segundo de vantagem sobre o quarteto suíço treinado por Daniel Gisiger e que tem no campeão mundial de perseguição individual Stefan Küng como seu principal expoente. A prata dos suíços é o melhor resultado da equipe, e desde que Gisiger assumiu o comando da equipe, os suíços melhoraram em 20 segundos o tempo na prova.
Os britânicos entram sempre com uma equipe muito bem estruturara e com ciclistas reservas, o que possibilita ter na final ciclistas descansados. Para a final saíram : o campeão olímpico Steven Burke e Matthew Gibson que tinha por objetivo a disputa da prova de Scratch, em seu lugar entraram Andrew Tenant e Jonathan Dibben , o que fez muita diferença. Segundo Wiggo: .”Foi certamente uma vantagem poder colocar dois ciclistas descansados. E foi também necessário para bater os suíços que andaram bem em todas as fases.”
Na disputa feminina as britânicas passaram como um rolo compressor pelas russas, com um ritmo frenético após completarem o terceiro quilometro elas davam claro sinal que alcançariam as russas, o que de fato aconteceu quando ainda faltavam duas voltas para o encerramento da prova.
Na prova de Velocidade por Equipes a grande decepção ficou por conta da seleção francesa, campeão mundial da modalidade e que apesar de desfalcada do campeão Gregory Bauge, substituído por Quentin Lafargue esperava-se dela um melhor desempenho. Os franceses ficaram com a quarta colocação, sendo superados por pouco mais de meio segundo pelo alemães comandados por Robert Förstemann.
A disputa pelo ouro teve uma disputa apertada entre a equipe dos holandeses Nils Van T’Hoenderdal, Jeffrey Hoofland e Hugo Haak que foram apenas 126 milésimos de segundo mais rápido do que a surpreendente equipe polonesa.
Na Velocidade por equipes feminina, a disputa ficou entre as alemãs campeãs olímpicas Miriam Welte e Kristina Vogel contra as russas Daria Schmelewa e Anastassia Winowa últimas campeãs mundiais. Com um tempo de 32,443 segundos as russas foram 47 centésimos de segundo mais velozes.
Para a velocista alemã Miriam Welte, a prata pode ser considerada um verdadeiro sucesso, pois há apenas uma semana sofreu queimaduras de segundo grau nas pernas depois de ter acidentalmente derramado água fervente sobre ela mesma quando preparava chá.
Quem também soube dar a volta por cima foi a polonesa Katarzyna Pawlowska que na perseguição sofreu uma queda na última volta tirando sua equipe do pódio. A medalha de bonze caiu no colo da equipe da Bielorrússia. Mas três horas mais tarde Katarzyna colocava no peito a medalha de ouro após vencer a Prova por Pontos, chegando a frente da francesa Elize Delzenne, e da alemã atual Campeão do Mundo, a alemã, Stephanie Pohl.
Pawlowska encontrou com raiva na pista para disputar a Prova por Pontos; a perda da medalha na perseguição por equipes tinha de ser superada e para isso ela resolver ir logo para o ataque e tentou colocar voltas sobre o grupo, na primeira tentativa atacou e conseguiu colocar uma volta sobre o pelotão. A alemã tentou uma fuga porém levou a polonesa em sua roda que ao colocar 2 voltas de vantagem garantiu a vantagem necessária para rodar com tranquilidade até o final da prova.
Na disputa do Scratch o espanhol Sebastian Mora atacou logo nas primeiras voltas e conseguiu colocar uma volta no pelotão. Com a vantagem, Mora controlou o pelotão, não deixando que outros ciclistas se destacassem do grupo, assim foi até o final, quando o suíço, especialista em provas de 6 dias teve que disputar a medalha de prata na última volta contra o polonês Adrian Teklinski; o ciclista local cruzou à frente, conquistando para os suíços a segunda medalha de prata da noite.
CAMPEONATO EUROPEU DE PISTA ELITE
GRENCHEN – SUÍÇA
Perseguição por equipes 4000 m (4×4000)
1- Grã Bretanha – 3m55s243 – média 61.213 km/h
Bradley Wiggins, Andrew Tennant, Owain Doull, Jonathan Dibben 3m55s243
2- Suíça – 3m57s245 60.696 km/h
Silvan Dillier, Stefan Kueng, Frank Pasche, Thery Schir
3- Dinamarca – 3m57s930 60.522 km/h
Lasse Norman Hansen, Daniel Henning Hartvig, Casper Phillip Pedersen, Rasmus Christian Quaarde
4- França – 3m59s041 60.240 km/h
Thomas Boudat, Bryan Coquard, Damien Gaudin, Julien Morice
Velocidade por Equipes 3 voltas – 750 m
1- Holanda – 43s232 – media 62.453 km/h
Nils Van T Hoenderdall, Jeffrey Hoogland, Hugo Haak
2- Polônia – 43s358 – 62.272 km/h
Grzegorz Drejgier, Rafal Sarnecki, Krzysztof Maksel
3- Alemanha – 43s210 – 62.485 km/h
Robert Forstemann, Max Niederlag, Joachim Eilers
4- França – 43s794 – 61.652km/h
Kevin Sireau, Quentin Lafargue, Michael D’Almeida – 43.794 61.652
Scratch Masculino (60 voltas – 15 km)
Tempo de prova 16m35s313 – 54.254 km/h
1- Sebastian Mora Vedri/Espanha
2- Tristan Marguet -1 volta
3- Adrian Teklinski/Polônia -1 volta
Perseguição por Equipes Feminina 4.000 m (4×4000)
1- Grã Bretanha – 4m17s010 – média 56.028 km/h
Laura Trott, Katie Archibald, Elinor Barker, Joanna Rowsell – 4m17s010 56.028 km/h
2- Russia (alcançadas)
Gulnaz Badykova, Tamara Balabolina, Aleksandra Chekina, Maria Savitskaya (alcançadas)
3- Bielorussia – 4m32s595 52.825 km/h
Katsiaryna Piatrouskaya, Polina Pivavarava, Ina Savenka, Marina Shmauankova –
4- Polônia (alcançadas)
Malgorzata Wojtyra , Edyta Jasinska, Katarzyna Pawlowska, Natalia Rutkowska
Velocidade por Equipes Feminina – 500 m(2 voltas)
1- Russia – 32s443 – média 55.481km/h
Daria Shmeleva, Anastasiia Voinova
2- Alemanha – 33.s13 54.523km/h
Miriam Welte, Kristina Vogel
3- Holanda 33s091 54.395 km/h
Laurine Van Rienssen, Elis Ligtlee
4- Espanha – 33s302 54.050
Tania Calvo, Helena Casas
Prova por Pontos Feminina – 100 voltas/ 25 km – 10 sprints
100 voltas (25km) com 10 sprints
Tempo de prova 32m12s497 – média 46.571 km/h
1- Katarzyna Pawlowska/Polônia – 46 pontos
2- Elise Delzenne/França – 35 pontos
3- Stephanie Pohl/Alemanha – 32 pontos