Congonhas recebeu durante 4 dias as disputas do Campeonato Brasileiro de Mountain Bike nas modalidades Eliminator, XCC e XCO. Na categoria Elite na prova mais importante do programa, o Cross Country Olímpico, Ulan Galinski conquistou seu primeiro título na Elite, enquanto Raiza Goulão vence pela sexta vez. Na sub23 os campeões foram Giugiu Morgen e Alex Malacarne
Em um final de semana marcado pelas disputas dos Jogos Olímpicos de Paris, onde praticamente todo o público e os meios de comunicação estavam voltados para a mais importante comperição desportiva do mundo, a cidade de Congonhas em Minas Gerais, que no ano passado recebeu o Pan-americano de mountain bike, mais uma vez acolheu a modalidade, desta vez para as disputas do título nacional Eliminator – XCE, Short Track – XCC e Cross Country Olímpico – XCO com uma participação que superou os 650 ciclistas distribuídos em todas as categorias oficiais da Confederação Brasileira de Ciclismo.
O XCE abriu as disputas na quinta-feira (01/08), entre os homens, Luiz Henrique Cocuzzi foi o campeão, tendo seu companheiro de equipe, Otávio Queiroz na segunda posição. A terceira posição ficou com Daniel Grossi, ciclista quem em 2019 foi suspenso por uso de EPO em exame feito antes de uma prova de Maratona MTB.
Cocuzzi que já tem em seu currículo o título brasileiro de XCO conquistado em 2017, comentou a vitória e a participação nessa prova rápida e que exige explosão dos ciclistas: “Competir no XCE sempre me traz um misto de desafio e satisfação. Estou orgulhoso do meu desempenho nesta prova e motivado para as próximas disputas. Já fui campeão pan-americano de XCE em 2015, mas acabei me afastando dessa modalidade. Este ano decidi voltar a competir no Campeonato Brasileiro (de XCE) e conquistei essa vitória. O ambiente e a torcida aqui são incríveis, com grande parte da minha família presente, o que aumenta ainda mais minha determinação na busca pelos meus objetivos”.
Na prova feminina, a vitória ficou com Ana Laura Oliveira após um duelo intenso com Iara Caetano, campeã em 2023 e que buscava revalidar seu título; Danielle Moraes ficou com a terceira posição.
“Ser coroada campeã do Eliminator em Congonhas é uma honra e uma emoção indescritível. Estou muito feliz em representar o ciclismo brasileiro e conquistar mais um título para minha carreira em uma prova tão emocionante, onde eu não esperava me sair tão bem”, declarou Ana Laura.
XCC: COCUZZI E GIUGIU NO TOPO
O segundo dia de competições, foi reservado para disputa da prova de XCC- Short Track da categoria Elite e no dia que comemorava o seu 31º aniversário, Cozzuzi conquistou mais um título, ao superar no sprint a Ulan Galinski e Nicholas Machado.
“Ter a oportunidade de celebrar meu aniversário no pódio foi simplesmente incrível. Foi uma prova bem no meu estilo, eu gosto de provas rápidas, e o dia de hoje ficará eternamente marcado em minha história, e sou grato por ter vivido esse momento tão único e significativo”, destacou o novo campeão brasileiro de circuito curto.
Giugiu Morgen, que havia conquistado o primeiro título dessa especialidade em 2020 no brasileiro de Mairiporã, se tornou bicampeã, ao superar Karen OIímpio, campeã dessa de XCC em 2021 e que vinha liderando a prova até a última volta, quando foi surpreendida por Giugiu que a ultrapassou para ganhar seu segundo título brasileiro, e ainda como sub23 superar a ciclistas mais experientes, como Karen e Raiza Goulão que ficou na terceira posição.
A nova campeão, viu assim a disputa: “Na minha visão, a prova só chega ao fim quando cruzo a linha de chegada. Por isso, persisti e acreditei até o último instante que seria possível vencer. Esse é o meu segundo título da Elite no XCC e estou muito feliz”.
No sábado (3/08), terceiro dia do Brasileiro de MTB, aconteceram as provas de Cross Country Olímpico (XCO) para as categorias Master e Infantojuvenil. Com a participação de ciclistas que fizeram história na modalidade e jovens promessas.
Na categoria Master, mais uma vez Abraão Azevedo, com diversos títulos nacionais – entre eles o brasileiro de 1998 – e internacionais, sagrou-se campeão na Master C2 (55 a 59 anos). Edivando de Souza Cruz, com um histórico impressionante de conquistas, com títulos brasileiros na Elite em 2004 e 2009 e com participações em Jogos Olímpicos e Pan-Americanos, conquistou seu primeiro título na categoria Master, demonstrando que a paixão pelo esporte vai além de qualquer barreira etária.
No domingo (4/08) foi reservado para a prova mais importante do programa – o Cross Country Olímpico. Na categoria junior, a jovem promessa Henrique Bravo conseguiu abrir uma boa vantagem para superar a Guilherme Galvão e Vinicius Howe., na prova feminina Nina Carvalho superou com folga suas adversárias ao abrir mais de 3 minutos de vantagem para garantir o título.
Na categoria Sub23 o paranaense Alex Malacarne, após dois vice-campeonatos consecutivos, conquistou a camisa de campeão brasileiro com domínio absoluto após conseguir uma margem que superou os 2 minutos sobre Eike Leôncio e Cainã de Oliveira.
Entre as garotas da sub23, Giugiu Morgen conquistou o seu segundo título consecutivo, superando com tranquilidade a campeã de 2022 – Sabrina Oliveira e a terceira colocada, a campeã brasileira de XCE Ana Laura Moraes.
XCO: 1º TÍTULO DE GALINSKI E 6º DE RAIZA
Na Elite masculina, com a aposentadoria de Avancini que de forma consecutiva ganhou os brasileiros de 2018 a 2023, um novo nome subiu ao pódio: Ulan Galinski. O representante brasileiro nos Jogos de Paris, foi exigido por Gustavo Xavier e Luis Henrique Cocuzzi, porém o ciclista baiano soube aproveitar o momento e na quarta das seis voltas atacou para tomar a dianteira e abrir vantagem.
Sobre a vitória e sua participação nas Olímpiadas Galinski declarou: “Foi uma boa performance, fiquei realmente feliz pela forma que eu encarei principalmente mentalmente esse desafio. É muito difícil você viver um pico de emoção muito grande igual foi nas Olimpíadas e já viajar, ficar dois dias no avião -, e encarar outro grande desafio, que é a disputa de um título brasileiro. Então eu não tive tempo para absorver tudo que eu vivi nas Olimpíadas e já tive que virar a chave para disputar outro grande título. Fiquei feliz pela forma que eu reagi e encarei esse desafio mentalmente. Foi algo que não foi fácil. No Short Track, eu ainda estava um pouco cansado, mas de certa forma essa prova acabou me ajudando a me colocar no lugar para disputar o título no XCO. Quando eu falo me colocar no lugar, eu me refiro a me colocar no lugar mentalmente e fisicamente. Acabou que ativou o meu corpo, me deixou em estado de alerta, ativou o meu lado competitivo e isso me deixou pronto para o XCO. No XCO, sinceramente, apesar de todo o cansaço da viagem, eu já estava me sentindo bem forte fisicamente. Me senti em um dia bem inspirado e consegui fazer uma prova muito boa, tanto fisicamente como mentalmente. Acredito que fui bem assertivo na minha estratégia, na minha leitura dos adversários, de pelotão e no meu posicionamento. E isso, sem dúvidas, foi fundamental para poder conquistar esse título”.
Na prova feminina, Raiza Goulão que também vinha de uma longa e desgastante viagem de retorno após a disputa do XCO em Paris, onde sofreu uma queda que lhe provocou fortes dores durante a competição e se agravaram nos dias seguintes, superou o problema para reconquistar a camisa de campeã – e chegar ao hexacampeonato, ficando a dois títulos da recordista máxima – Adriana Nascimento.
A campeã de 2023, Karen Olímpio começou a prova de forma intensa, tentando revalidar seu título, porém que aproveitou o circuito travado e uma descida para superar a Karen e a Raiza. Porém, a goiana procurou manter o ritmo e ir aos poucos construindo sua vitória, apostando na experiência.
Karen acusou o esforço das voltas iniciais, e mostrou cansaço e Isaella sofreu com um furo de pneu, em um local longe do ponto de apoio, em um momento crucial da prova que abriu a oportunidade para Raiza forçar o ritmo e abrir vantagem para conseguir o sexto título (Petropólis’2015, Juíz de Fora16, Domingos Martins’17, Mairiporã’20, Conceição de Mato Dentro’22 e Congonhas’24).
Sobre a vitória e o ano de competições, Raiza comentou: “em um ano desafiador, que exigiu de mim bem mais do que eu esperava. Nessas horas a gente vê o quanto os nossos planos não são os mesmos que os planos do universo. Para mim, conquistar a vaga Olímpica e ter representado o Brasil em Paris/2024, chegando bem fisicamente diante de todos os desafios, lesões e problemas de saúde que tive durante a temporada, foi algo muito gratificante.
Infelizmente, tive uma queda, com uma pancada forte, no começo da prova Olímpica em Paris, o que eu fui sentindo os efeitos a cada volta. Nos últimos dias, as dores até se agravaram, mas não cogitei deixar de competir no Campeonato Brasileiro de Mountain Bike 2024, pois era um grande objetivo: voltar a conquistar a camisa de campeã brasileira no Cross Country Olímpico. Viagem longa e cansativa de Paris até Congonhas, em Minas Gerais, onde ocorreu o Brasileiro. Minhas dores na costela foram aumentando nesses dias. E, para disputar o Short Track na última sexta-feira (2/8), precisei tomar alguns remédios para suportar as dores. Foi tão grande o esforço físico, que fiquei bem mal após a corrida. Com crises de vômito, o que piorou a sensação de dor na costela. A cada volta dei meu máximo e as dores foram aumentando, o que até me tirava força para transpor obstáculos, além de exigir mais nas subidas. Mas, não deixei de acreditar e dar meu melhor. Entrei na pista para entregar tudo o que eu tinha”.
CAMPEONATO BRASILEIRO DE MOUNTAIN BIKE Congonhas/MG
XCO – Cross Country Olímpico
Elite Feminina – 4 voltas – 9 competidoras
1- Raiza Goulão –1h07m48s
2- Karen Olímpio +2m12s
3- Hercília Najara +2m56s
Elite Masculina – 6 voltas – 24 competidores
1- Ulan Galinski – 1h24m14s
2- Gustavo Xavier – Clube Maringaense de Ciclismo +37s
3- Luiz Henrique Cocuzzi – Ciclismo Rio do Sul-RoyalPro +3m43s
Sub23 Feminina – 4 voltas – 11 competidoras
1- Giuliana Morgen – 1h07m35s
2- Sabrina Oliveira +3m05s
3- Ana Laura Oliveira +3m28s
Sub23 Masculina – 5 voltas – 30 competidores
1- Alex Malacarne – 1h10m23s
2- Eiki Leôncio +2m34s
3- Cainã Oliveira +3m
Junior Feminina – 3 voltas – 10 competidoras
1- Nina Carvalho – Ass. Mountain Bike BH de Ciclismo – 55m39s
2- Anna Vitória de Oliveira +3m03s
3- Samara de Freitas +4m37s
Junior Masculina – 4 voltas – 37 competidores
1- Henrique Bravo – 59m50s
2- Guilherme Galvão +1m42s
3- Vinicius Howe +2m49s
XCC – Circuito Curto/Short Track
Elite Feminina – 6 voltas – 19 competidoras
1- Giuliana Morgen – 25m52
2- Karen Olímpio +1s
3- Raiza Goulão +4s
Elite Masculina – 6 voltas – 36 competidores
1- Luiz Henrique Cocuzzi – Ciclismo Rio do Sul-RoyalPro – 22m42s
2- Ulan Galinski +2s
3- Nicholas Machado +4s
XCE – Cross Country Eliminator
Feminina – 12 competidoras
1- Ana Laura de Moraes
2- Iara Caetano – Ass. Mountain Bike BH de Ciclismo
3- Danielle de Moraes
Masculina – 23 competidores
1- Luiz Henrique Cocuzzi – Ciclismo Rio do Sul-RoyalPro
2- Otávio de Souza – Ciclismo Rio do Sul-RoyalPro
3- Daniel Grossi