RECORDE: DE PONTA A PONTA DA AMÉRICA EM 95 DIAS DE PEDAL

Um recorde a pedal. Leandro Carlos da Silva, completou os 22,4 mil km que separam Prudhoe Bay, no Alasca a Ushuaia, na Argentina. O cicloturista cobriu o percurso em 95 dias, 16 horas e 57 minutos, superando a marca anterior em 2 dias

No Alasca, o primeiro dia de pedal na solidão de uma longa reta

Desafio cumprido e novo recorde estabelecido por  Leandro Carlos da Silva, conhecido como “Léo Pedalando pelo Mundo” que completou na noite do último sábado (02/09) os 22.434,79 km de Prudhoe Bay, no Alasca, até a Bahia La Pataia, ponto culminante da Rota 3,  considerada a Estrada do Fim do Mundo, em Ushuaia, no extremo sul da  Argentina em menos de 97 diaas, cruzando 15 países, acumulando uma altimetria de 123.803 metros e enfrentando a mais diversas condições climáticas do planeta dos Hemisférios Norte e Sul.

Pedalando de Norte a Sul da América

A sua marca traz embutida um outro recorde, o da travessia mais rápida sem suporte da América do Norte à América Central – saindo de Prudhoe Bay e chegando à Cidade do Panamá em 49 dias, a marca anterior era de 52 dias para o trecho.

Levando ao máximo a sua condição de cicloturista, Leandro não foi acompanhado ou seguido por veículo de apoio durante a sua jornada. Seu equipamento, roupas, eletrônicos e alimentos foram carregados nos alforges e bolsas acopladas à bicicleta. Quando não encontrava hotel nas cidades em que pernoitava, ficava em sua barraca de camping ou dormia ao relento nos acostamentos das rodovias do trajeto.

Na BR 319 – Manaus-Porto Velho, dividindo a estrada com caminhões

Além dos muitos quilômetros pedalados, o ciclista enfrentou temperaturas hostis e condições extremas: frio extremo no Alasca, incêndios nas florestas do Canadá, ondas fortes de calor e chuvas de granizo nos Estados Unidos e México, dificuldades nas passagens de fronteiras na América Central, falta de internet e energia elétrica na Venezuela, estradas de terra no Brasil e na Bolívia,  e no trecho final, além do frio os fortes ventos que castigam a Patagônia.

A gravel ‘Bella’ foi a companheira da viagem

Para enfrentar os mais variados terrenos Leandro utilizou uma bicicleta do tipo gravel, uma Univox da Swift Carbon equipada com componentes Shimano e coroa Ictus. Ao longo da travessia a bicicleta passou por três revisões, primeira nos Estados Unidos, a segunda no Panamá e a terceira no Brasil. Ao longo do percurso foram utilizados 8 pneus, quatro cassetes e oito correntes.

Foram 95 dias sem descanso, pedalando em média 236,15 km por dia. “Em 2022, tentei quebrar o recorde, mas por problemas de saúde tive que adiar o sonho. Nesse ano, mais preparado, munido de barraca de camping, com ajuda de especialistas, estabeleci a rota que ia seguir antes mesmo de sair do Brasil, e esses foram fatores primordiais para a conquista do objetivo”, explicou lembrando seu bordão: “Bora girar o pedivela. É pra frente que se anda”.

Rumo a Ushuaia, no último trecho da viagem – Breno Bizinoto / Sense Bike

Para viabilizar o projeto e se manter durante a viagem, o cicloturista usou suas mídias sociais para relatar sua aventura, vender camisas e promover o sorteio de sua bicicleta, batizada de ‘Bella’ e com isso recebeu doações que contribuíram para levar a adiante o desafio;  além disso contou com o apoio da S2 Indústria da Bicicleta (Sense/Swift), Shimano, Caldasnovasapp, Ictus.Its e LM Mining Company Quem quiser acompanhar mais detalhes da aventura pode seguir pelo instagram (@leopedalandopelomundo) ou pelo seu canal no YouTube (leopedalandopelomundo).

Ponto final da viagem – Ushuaia e um recorde após 95 dias – foto: Breno Bizinoto / Sense Bike

A história de Leo com o ciclismo é recente. Há cinco anos, o goiano de Caldas Novas pediu dinheiro emprestado para comprar sua primeira bicicleta. E partiu para os desafios sobre duas rodas. Em 2019, estabeleceu o recorde “Capitais do Brasil”, percorrendo as 27 capitais do país em 166 dias e um total de 18,5 mil quilômetros. Em 2021, percorreu os 10 mil km entre o Monte Caburaí, em Roraima ao Chuí, no Rio Grande do Sul:em 44 dias.

“Depois desses recordes pelo Brasil, quis partir para novas e maiores aventuras, um desafio fora do País, e fiquei sabendo da travessia Alaska – Terra do Fogo, da possibilidade de estabelecer essa nova marca e decidi encarar, seguir rumo ao Alasca para a maior aventura da minha vida, desbravando esses 23 mil quilômetros até Ushuaia”, destacou.

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