GLASGOW’2023: NO XCC FOI DIA DE BICAMPEONATO

Em um circuito sem exigências técnicas de apenas 900 metros, porém muito rápido e com jeitão de ‘domingo no parque’ com trilhas espaçosas e curvas largas aconteceram as disputas do XCC e apesar dos muitos favoritos Samuel Gaze entre os homes e Pauline Ferrand-Prévot entre as mulheres, revalidaram seus títulos no circuito curto, mantendo a camisa arco-íris até o próximo mundial

Gaze e Koretzky vibram após a chegada – foto: UCI

Na prova masculina do XCC – cross country short track/circuito curto destacam-se logo no inicio o ‘salto pra frente’ de Avancini e de Tom Pidckok que largando no fundo do grupo rapidamente chegaria aos ponteiros. Na frente Avancini, Martin Blums e Samuel Gaze impunham ritmo em um terreno que possibilitava a formação de um grande grupo, com trilhas aonde facilmente dois ou três ciclistas poderiam pedalar lado a lado.

Mantendo sua caraterística de acelerar e buscar a ponta, o alemão Luca Schwarzbauer  lado a lado com Avancini , se misturavam com Gaze, Koretzky e Hatherly, o ritmo elevado e circuito sem complicações não permitiam a quebra do pelotão que se mantinha encorpado.

Avancini, ataca por fora, Gaze #1, Luca Shwarzbauer #10, Martins Blums #9 – foto: Michele Mondini

Avancini que vinha da conquista do Mundial de XCM dava sinais de que estava na disputa e que se não houvesse algum problema estaria lutando por uma boa colocação; mas o fator sorte parece que não estava do lado do brasileiro que na quinta volta aparecia em 12º , sendo ultrapassado por Pidckok que já se colocou também na disputa.  Na volta seguinte o abandono, em sua conta no Instragram, explicou o seu problema: “Desloquei o pneu traseiro numa curva e  perdi um pouco de pressão. Andei mais 2 voltas e meia, mas comecei a arriscar demais, o que não fazia muito sentido”.

Mais quatro voltas e o roteiro era mantido, até Gaze fazer seu movimento decisivo ao atacar e assumir o comando na última volta e chegar a abrir uma pequena vantagem entrando no trecho final com Koretzky em sua roda, um pouco mais atrás na última curva do circuito, Pidckok alonga a entrada da curva e deixando uma linha suja para Schwarzbauer que ao tocar um trecho de terra solta acabou caindo.

Na reta final, Gaze é atacado por Koretzky que por muito pouco não arrebatou a vitória do neozelandês que teve a vitória confirmada no photofinish.  

Galinski foi o melhor brasileiro no XCC , crescendo no final da prova – foto: Michele Mondini

Se o Brasil perdeu Avancini,  Galinski fez seu trabalho e com uma importante evolução nesse tipo de circuito, terminou a prova na 21ª posição, sendo o melhor brasileiro no dia pois Zé Gabriel ficou no corte da sétima volta e Cocuzzi no corte ao final da terceira volta.

Na prova feminina as italianas atacam desde a largada com Giada Specia e já ao final da primeira volta comandada por Martina Berta que tinha em sua roda a Puck Pieterse, Evie Richards e Pauline Ferrand-Prévot, mas a exemplo do que aconteceu na prova masculina até a metade da prova – com 5 voltas –  a disputa estava aberta com Pieterse e Richards a quem se somaram Rebecca Hendersen e Alessandra Keller, formando um grupo ponteiro.

A australiana Rebecca Henderson atacou, quando ainda faltavam três voltas, apenas Ferrand-Prévot, Pieterse Gwendalyn Gibson, e Evie Richards resistiram enquanto o corte para o grupo se acentuava, e Alessandra Keller sofria para tentar acompanhar.

Ao entrar na subida que levava para a última volta, a francesa Prevot ataca e com reservas de energia – pois soube trabalhar e poupar ao longo da prova – era a mais forte no final, sem ceder terreno para Puck Pieterse que lutou muito para tentar acompanhar o ataque, mas tendo que se contentar com o segundo lugar, e pouco depois chegaria Evie Richardss que junto com Pieterse foram das mais combativas neste mundial.

As brasileiras Raiza Goulão, Karen Olímpio e Hercília Najara não conseguiram completar a prova nas mesma volta das vencedoras, sendo cortadas, com todas elas praticamente rodando no mesmo grupo com Raiza a mais bem colocada em  28º lugar.

Koretzky, Gaze e Pidckok – foto: UCI

Campeonato do Mundo de Ciclismo – Glasgow’2023

XCC – cross country short track/circuito curto

Elite Masculina – 57 competidores – circuito  900m x 11 voltas – Distância: 9.9 km

1- Samuel Gaze – Nova Zelândia – 20m27s – vel. média 29.046 Km/h

2- Victor Koretzky – França – m.t.

3- Thomas Pidckok – Grã Bretanha +2s

4- Alan Hatherly – África do Sul +4s

5- Sebastian Fini – Dinamarca +5s

21- Ulan Galinski – Brasil +25s

44- José Gabriel Marques – Brasil  -3 voltas

51- Luiz Henrique Cocuzzi – Brasil  -7voltas

DNF – não completou – Henrique Avancini – Brasil

Pieterse, Ferrand-Prévot e Richards – foto: UCI

Elite Feminina – 42 competidoras – circuito  900m x 10 voltas – Distância: 9.0 km

1- Pauline Ferrand-Prévot – França – 21m17s – vel. média 25.372 Km/h

2- Puck Pieterse – Países Baixos +4s

3- Evie Richards – Grã Bretanha +9s

28- Raiza Goulão – Brasil  -4 voltas

30- Karen Olímpio – Brasil  -4 voltas

36- Hercília Najara – Brasil  -5 voltas

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