Deixado de lado desde os escândalos de doping que arrasaram com o ciclismo alemão em 2008 o Deutschlandtour retornará ao cenário das corridas de ciclismo pelas mãos da ASO – Amaury Sport Organisation. Acordo entre a empresa francesa e a federação alemã foi assinado nesta terça-feira 08/03
A ASO começa a se mexer para ter o seu próprio calendário de provas internacionais. Com o seu abandono ao calendário World Tour em 2017 a organizadora de mais de 14 eventos ciclísticos, entre eles o Tour de France, a Vuelta , Tour de Flandres, Liége-Bastgone-Liége, Paris-Nice, Tour do Catar, Artic Race, à sua maneira busca seguir também o caminho da “globalização” adotada pela UCI. O mais novo evento para ser acrescentado à lista é a Volta da Alemanha ou o Deutschlandtour como era conhecida a prova que terá o seu retorno em 2017 ou antes do final de 2018.
O acordo entre a BDR (Bund Deutscher Radfahrer – federação alemã) começou a ser costurado há algum tempo, mas tudo se definiu quando se firmou o contrato para que o Grand Départ do Tour de France de 2017 seja realizado na cidade alemã de Düsseldorf; para melhorar a amálgama do acordo o apelo está na estrada com os resultados de uma nova geração de campeões alemães nos maiores eventos de ciclismo mundial – ou seja passando uma borracha no passado – vamos conquistar novamente patrocinadores e torcedores declara a ASO.
O Deutschlandtour teve a sua primeira edição realizada em 1911, com a vitória de Hans Ludwig, vários motivos, entre eles a I Guerra Mundial levaram a que a segunda edição só acontecesse 1922 quando foi realizada até o inicio da II Guerra Mundial em 1939, sendo interrompida até 1947. Historicamente é uma volta cheia de idas e vindas. A vitória de Jan Ullrich no Tour de France de 1997 e o sucesso da equipe T-Mobile levaram a criação da Deutschland Tour gmbh. Empresa que organizaria a volta pelo seu período mais longo, indo de 1999 a 2008 quando teve sua última edição vencida por Linus Gedermann, correndo pela lendária equipe T-Mobile. Entre outros vitoriosos desta última fase estão Alexander Vinokourov/2001, Igor González de Galdeano/2002 e o único ciclista a vencer duas edições foi Jens Voigt/2006 -07. Porém os escândalos de doping que provocaram a fuga de patrocinadores, fechamento de equipes e o banimento do ciclismo das tevês alemãs decretaram o seu fim.
No ano passado, o canal de televisão pública ARD estava de volta às transmissões do Tour depois de uma ausência de três anos devido à total falta de interesse pelo ciclismo de elite provocado pelos escândalos de doping.”O impulsto foi dado com Grand départ de 2017, o retorno da ARD e ciclistas alemães brilhando ao mais alto nível”, disse à AFP o diretor do Tour de France Christian Prudhomme que pessoalmente avisou a vários ciclistas sobre a novidade. “Andre Greipel (vencedor de quatro etapas do Tour de France 2015) respondeu imediatamente que Ele estava muito feliz.”
O ressurgimento leva uma marca: Tour da Alemanha “nova geração” (Deutschland Tour “New Generation”), passando uma borracha no passado. “Para a BDR, o acordo desempenha um papel pioneiro. O novo Tour da Alemanha é um evento próprio para desenvolver o entusiasmo pelo ciclismo na Alemanha, o que ajudará a aumentar a popularidade do esporte. Mais de 27 milhões de alemães praticam regularmente uma atividade de ciclismo e muitas cidades alemãs já entenderam o interesse em incluir o ciclismo na estratégia de mobilidade sustentável. É por isso que o Tour da Alemanha não é apenas um evento esportivo, mas também um grande festival de ciclismo “, disse Rudolf Scharping, presidente da federação alemã. Um sentimento compartilhado pelo Diretor Geral da ASO, Yann Le Moënn: “Compartilhamos com a BDR o objetivo de criar um Tour da Alemanha que seja atraente para o grande público que deseja transmitir o gosto de andar de bicicleta. Além de um espetáculo desportivo de mais alto nível, graças aos campeão alemães e internacionais na corrida, vamos desenvolver eventos de ciclismo para milhares de entusiastas, e programas de entretenimento diversificados e nas cidades-sede para o público em geral”.
Ainda não foram definidos quantos dias de competição nem o período para a sua realização, comenta-se que poderá ser em maio ou agosto. “O acordo é de longo prazo, dez anos. A Alemanha tem a vocação para tornar-sem novamente um pais líder no ciclismo” declarou Christian Prudhomme.