Em entrevista publicada nesta quarta-feira (24/02) pelo jornal francês L’Equipe, o ex- presidente da UCI, Pat McQuaid apesar de pedalar rumo a aposentadoria, continua acompanhando o esporte e não poupou criticas a atual gestão da UCI com a qual ele se sente “decepcionado” com algumas decisões de Brian Cookson, também contou que está escrevendo um livro e que o doping ainda está no pelotão
Aos 66 anos de idade, o ex-mandatário da UCI, o irlandês Pat McQuaind apesar de , segundo ele mesmo, estar semi-aposentado continua muito ligado ao esporte, vem de uma família de ciclistas, seu pai e seu tio foram ciclistas . O ex-diritente não deixou de acompanhar as corridas, nem de pedalar, para quem foi ciclista por duas décadas e até ganhou a Volta da Irlanda, “O ciclismo é a minha vida”, declarou. Além disso há muito mais, as ligações em família com o mundo da bicicleta são intensas seus dois filhos estão muito envolvidos, um deles, David é gerente de uma equipe em Baku, no Azerbaijão, e o outro, Andrew é agende de vários ciclistas.
Enquanto acompanhava a disputa da Haut-Var-martin, no Sul da França na região aonde pretende comprar uma casa, para se estabelecer por uns 6 ou 7 meses do ano, fugindo do frio da Irlanda e quem sabe escrever os últimos capítulos do livro que provavelmente seja lançado no final do ano disse ao jornalista frances Jean-Luc Gatellier: “Eu tenho muitas coisas a dizer, eu espero que seja interessante para as pessoas. Eu falo sobre minha vida no ciclismo – Eu sou um ciclista – mas principalmente do meu período na UCI”, onde ele chegou em 1998, e depois foi eleito presidente para o período entre 2005 e 2013) .
Quando questionado sobre a reação que teve sobre o motor encontaro na bicicleta da belga Fenmke van den Driessche foi muito direto, e apontou que não apenas a ciclista é a culpada. “Fiquei decepcionado. Não é a jovem ciclista a principal responsável. É a sua comissão ténica. Quando você corre para uma seleção nacional, o dirigente ou gerente da federação deve contralar tudo” e relembrando os tempos de dirigente disse que à sua época agiram rapidamente “Quando Davide Cassani demonstrou que existia em 2010, agimos imediatamente. Levaram o inventor deste sistema à UCI (o húngaro Istvan Varjas), e se constatou a dificuldade de esconder as baterias na bicicleta. Mas ainda fizemos os controles, usando um scanner, no contra-relógio do Tour de France 2010 em Bordeaux (etapa 19)”.
A resposta rapidamente trouxe à tona um nome, Fabian Cancellara, e quanto perguntado se não se sentiu incomodado pela demonstração de força de Fabian Cancellara no Tour de Flrandes e na Paris-Roubaix foi muito direto: “Eu não me importei”, rebatido pelo jornalista ser era realmente isso, McQuaid disse: “Você está me pressionando, eu vou te dizer: Cancellara é um ciclista que sempre foi correto. Tenho um grande respeito por ele. Eu não acredito que ele pudesse fazer algo tão estúpido”, claro que não podemos esquecer McQuaid era peça chave em alguns escandalos pelos quais o ciclismo atravessou no últimos anos, sendo acusado na Suíça por corrupção e conspiração relativas ao doping.
Quando indagado sobre a nova equipe da UCI, foi direto questionando: “Ela me decepciona, quase metade dela era integrante da minha equipe, a outra metade foi transferida. A UCI tem negado uma riqueza de experiência e conhecimento, enquanto o ciclismo é um esporte muito difícil de gerir! Eu não tenho muita confiança nesta UCI. Ele toma decisões que eu não entendo” – referindo-se ao atual presidente Brian Cookson.
E claro que a resposta remeteu a liberação dos testes dos freios a disco no pelotão profissional e com isso dando eco a algumas opiniões contrárias dentro do pelotão, para os quais ele foi taxativo: “Os freios a disco são uma coisa completamente ridícula! Ao invés de aprova-los após um período de testes, a UCI deixou para que as equipes escolhessem o sistema de freios. Se convenvional ou usando disco. Não é responsável! Agora temos dois tipos de frenagem no pelotão (freios a disco são mais poderosos do que as sapatas, mais vulneráveis a choques e poderia, em caso de queda provocar lesões). E depois há um problema de compatibilidade poque o carro de serviço neutro não pode intervir para freios a disco”.
O tema doping não ficou de fora da entrevisata, ao ser apresentado à afirmação de que seu sucessor Brian Coonkson teria avançado mais que McQuaid na luta contra o doping disse: “Não avançou muito. O passaporte biológico é meu (do meu tempo) A cultura do ciclismo mudou muito nos últimos anos e deixou um bom sistema. Mesmo se há equipes que ainda operam de alguma forma um pouco “especial”, o irlandês preferiu guardar para ele o segredo de quais seriam essas equipes que trabalham em um padrão “especial” o que para bom entendedor pode ser traduzido como o doping ainda está presente, muito menos que no passado, mas ainda muito real.